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Republicanos incapazes de combater a mutilação infantil devem renunciar
Fonte: The Federalist
Título original: Republicans who can´t oppose child mutilation should get out of office.
Link para a matéria original aqui!
8 de abril de 2021
Por Joy Pullmann
Proteger a população contra assassinato, assalto, agressão e mutilação perpetrados por criminosos e predadores é a primeira e mais básica função do governo. Um estado incapaz de fazer isso não tem legitimidade moral para fazer qualquer outra coisa.
Para explicar seu veto em um projeto de lei que protegeria crianças contra a mutilação genital transgênero, Asa Hutchinson, governador do Arkansas (EUA), alegou que o PL constituiria uma “enorme ingerência governamental”.
Usando linguagem semelhante à da governadora de Dakota do Norte, Kristi Noem, quando vetou um projeto de lei para proteger modalidades esportivas femininas contra a injusta e irracional participação de homens transgênero, Hutchinson ainda declarou:
“Não me esquivarei do embate quando for necessário e defensável. Mas o direcionamento da recente decisão da assembleia geral, ainda que bem-intencionada, é equivocado. E é meu dever vetar o PL 1570 da Câmara. O PL 1570 colocaria o estado como o oráculo definitivo dos cuidados médicos, desprezando pais, pacientes e especialistas em saúde. Embora, em algumas instâncias, o estado deva agir para proteger a vida, o estado não deve ousar intervir em cada questão médica, humana e ética. Isso seria, e é, uma enorme ingerência governamental.”
As justificativas de Hutchibson provam que ele é um incompetente que nada sabe sobre o que é o uso adequado do governo e o que é abuso, um tolo que só repete slogans sem compreender uma palavra do que sai de sua própria boca. O governo cumprir seu dever mais básico e primordial nada tem a ver com “ingerência governamental”.
Leis que proíbem maridos de bater em suas esposas na privacidade de seus lares não são “ingerências governamentais”, nem significam que “o governo se intromete na vida privada das pessoas”. Tais leis abrangem e definem como um governo constitucional cumpre seus deveres para proteger os direitos naturais do seu povo.
Leis que proíbem médicos de ferir pacientes não estão “interferindo em assuntos privados”, nem “obstruindo o consentimento esclarecido”. Proteger a população contra assassinato, assalto, agressão e mutilação perpetrados por criminosos e predadores é a primeira e mais básica função do governo. Um estado incapaz de fazer isso não tem legitimidade moral para fazer qualquer outra coisa.
Qualquer pessoa com meio cérebro pode ver isso, mesmo que não possa articular o porquê. E qualquer pessoa que lesse os Pais Fundadores ou suas referências entre os filósofos políticos da História saberia os motivos. É um dos primeiros e mais claros ensinamentos que fundamentam o pensamento político americano e republicano.
O primeiro dever de qualquer governo legítimo é proteger a população contra a violência física grave. É por isso que a função mais básica de um governo é pôr em campo policiais e soldados competentes. Para começo de conversa, esse é o principal motivo da formação de governos – porque um único homem não é capaz de enfrentar um bando de ladrões e vencer. Ele precisa de retaguarda.
Nenhum ser humano terá assegurado nenhum de seus outros direitos naturais se, primeiramente, a sua vida e o seu corpo não estiverem seguros. E praticamente nenhuma pessoa, sozinha, pode garantir seus direitos por meio do uso implícito da força. É por isso que as pessoas fazem alianças de mútua proteção, a que chamamos de governo, cuja origem está nas alianças naturais criadas e protegidas pela família.
O governo é, portanto, uma extensão da família e seu protetor. E proteger a família, por definição, não inclui olhar para o outro lado enquanto pais destroem os corpos de seus filhos. Esses pais estão destruindo suas próprias famílias e, consequentemente, estão destruindo a base da governança legítima. A ameaça de violência ou a violência real contra seus próprios filhos exige contenção, significando leis apoiadas pela força governamental. Isto é uma resposta justa, proporcional, absoluta e moralmente necessária ao crime.
Para apoiar ou entender tudo isso, você sequer precisa consultar o que seria um conhecimento de alto nível, mas não é; basta consultar os Federalist Papers [O Federalista], a Bíblia ou John Locke, como fiz indiretamente acima. Está lá na Declaração de Independência (grifo meu para ajudar as pessoas que ainda são novatas em leitura e compreensão política):
“Consideramos estas verdades como evidentes por si mesmas, que todos os homens são criados iguais, dotados pelo Criador de certos direitos inalienáveis, que entre estes estão a vida, a liberdade e a procura da felicidade. Que a fim de assegurar esses direitos, governos são instituídos entre os homens, derivando seus justos poderes do consentimento dos governados; que, sempre que qualquer forma de governo se torne destrutiva de tais fins, cabe ao povo o direito de alterá-la ou aboli-la e instituir novo governo, baseando-o em tais princípios e organizando lhe os poderes pela forma que lhe pareça mais conveniente para realizar lhe a segurança e a felicidade“.
De acordo com os Pais Fundadores, o governo existe para garantir os “direitos inalienáveis” de seu povo. Esses “direitos inalienáveis” incluem o direito à “vida”. A vida de uma pessoa é claramente colocada em risco e prejudicada quando é manipulada por experimentação médica radical e antiética, que amputa órgãos saudáveis, leva à esterilização permanente, aumenta a probabilidade de enfartes, causa debilitação óssea, está correlacionada ao dramático aumento de suicídios e distúrbios mentais, além de reduzir significativamente a expectativa de vida da pessoa.
Portanto, o dever primordial de Hutchinson, Noem e demais governadores e estados é banir esse ataque às vidas e ao bem-estar físico de seus cidadãos. Em vez disso, eles fingem que o exato oposto é verdadeiro: que isso é, de alguma forma, uma ideia conservadora para, então, passarem por cima da filosofia política dos Pais Fundadores e permitirem que as crianças, em seus estados, sejam mutiladas por predadores milionários vestindo jalecos brancos de médico.
Quem obviamente não dedicou cinco minutos para ler e refletir com seriedade sobre a primeira lei orgânica que criou a nossa nação, essa pessoa não está absolutamente qualificada para a liderança política. Essa categoria parece incluir 99% dos líderes do Partido Republicano – os mesmos que, nos palcos, erguem punhos fechados enquanto a bandeira americana tremula ao fundo; que dizem aos seus eleitores que valorizam os Pais Fundadores, mas não levantam um dedo para implementar os ideais dos fundadores quando lhes são outorgados, pelos eleitores, o poder, o dever e o privilégio de fazerem isso.
Não é por acaso que os eleitores republicanos estão extremamente insatisfeitos com sua suposta representação política. Embora as escolas públicas (que, em muitos estados, são dirigidas por republicanos e, por algum motivo, ainda não ensinam a Declaração de Independência e O Federalista) os tenham mantido ignorantes quanto aos fundamentos filosóficos da questão, os eleitores intuitivamente entendem que um governo incapaz de garantir a vida e a propriedade de seus cidadãos, e incapaz de defender os corpos das crianças contra pais predadores e médicos charlatães, não merece existir.
E a intuição deles está certa. Qualquer partido ou político que afirme representar um governo constitucional e os Pais Fundadores, mas, de algum modo, mostra-se incapaz de fazer oposição efetiva à mutilação infantil transgênero, não merece um único centavo ou voto republicano. Assim como o aborto, esta é uma questão cujo posicionamento firme seria ridiculamente fácil de se obter. A mutilação de corpos humanos é errada e deve ser impedida por qualquer governo justo, instituído para preservar os direitos naturais das pessoas. Não é questão complicada. Não é uma “decisão difícil”. É uma decisão fácil e óbvia. Discernir o rumo certo não requer prática, tampouco habilidade, apenas bom senso. Se líderes políticos não conseguem ver algo tão básico como “mutilar crianças é ato diabólico e deve ser impedido”, eles desqualificam a si mesmos para ocupar qualquer cargo político.
Não cabe a um “governo constitucional” destinar uma enxurrada de dinheiro público para os especuladores de túmulos humanos da Planned Parenthood, nem para sistemas hospitalares ávidos por retalhar crianças em nome da “medicina”, a fim de obter lucros. Escravidão não é liberdade, guerra não é paz e homens não são mulheres. Qualquer pessoa que tente lhe dizer o contrário é um imbecil corrupto e perigoso, que não merece nenhum cargo de poder.
*Joy Pullmann é editora-executiva do The Federalist, uma esposa feliz e mãe de seis crianças. Inscreva-se aqui para acessar seu próximo livro “How to Control The Internet So It Doesn’t Control You” [Como controlar a Internet para que ela não controle você]. Seu e-book best-seller é “Classic Books for Young Children” [Livros clássicos para crianças]. Graduada com honras pela Hillsdale College, @JoyPullmann é também autora da obra “The Education Invasion: How Common Core Fights Parents for Control of American Kids” [A invasão da educação: como a norma comum da educação enfrenta os pais pelo controle dos jovens americanos], pela Encounter Books.
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