A História não cansa de nos lembrar dos horrores causados por regimes totalitários mundo afora. Como ignorar as milhões de mortes causadas por tiranos como Mao Tsé Tung, Stálin e Pol Pot, que do alto das suas sandices ideológicas praticaram tamanhos crimes contra a humanidade?
Mas, sem dúvida, o personagem mais representativo dessa lista foi Adolf Hitler. A sua crueldade, embalada pela sofisticação da retórica em defesa da pureza ariana lhe rendeu o pior lugar na história dos genocídios que se tem notícia no planeta.
Sobretudo, pela virulenta perseguição que os nazistas impuseram a minorias em geral e, principalmente contra os judeus, por quem nutriam um ódio especial e também muita inveja por sua prosperidade financeira.
No entanto, Hitler não surgiu da noite para o dia. O ambiente que propiciou a perseguição aos judeus e posteriormente o extermínio de cerca de 6 milhões deles, só foi possível porque foi criado um arcabouço jurídico e social para tanto.
Em 1935, numa reunião especial do Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães (NSDAP) em Nuremberg, foram aprovadas as chamadas Leis de Nuremberg. Essas normas diziam respeito à miscigenação de judeus, da bandeira alemã, definia os critérios que concediam o direito de cidadania na Alemanha Nazista.
A Lei para a Restauração do Serviço Público, por exemplo, excluía os não-arianos da função pública e das profissões ligadas às leis. Os livros considerados não-alemães, incluindo aqueles de autores judeus, foram queimados em praça pública.
Os cidadãos judeus foram perseguidos e sujeitos a ataques violentos. Foram proibidos de exercer livremente as suas atividades profissionais, destruindo seus meios de subsistência. Retiraram a sua cidadania e os seus direitos civis, e foram completamente afastados da sociedade alemã.
Daí para os campos de concentração e o extermínio no Holocausto foi questão de tempo.
Guardadas as devidas proporções, vemos que a escalada autoritária perpetrada contra conservadores, não apenas no Brasil, tem revelado táticas semelhantes às usadas pelo nazismo para levar à inanição os seus inimigos, e por fim, abatê-lo sem qualquer resistência.
A perseguição e o patrulhamento contra quem não se alinha à agenda progressista que domina a sociedade, atenta contra a própria ideia de democracia, se assemelhando aos piores exemplos de tirania que a História já registrou. É uma ação orquestrada, sem sombra de dúvidas, e que encontra respaldo justamente nos setores onde deveria imperar a pluralidade de ideias e a liberdade de expressão, como na imprensa e segmento político.
A decisão monocrática de um Ministro do TSE que mandou simplesmente bloquear a monetização de canais do YouTube que, segundo ele, propagam fake news sobre urnas e eleições, é simplesmente a maior aberração jurídica que se tem notícia nos últimos tempos.
Sem qualquer amparo legal, o TSE está se valendo do poder de Estado para constranger a atuação profissional de jornalistas e fazendo censura prévia sobre conteúdos que não se enquadram na pós verdade que eles mesmos querem empurrar goela abaixo da sociedade.
Em suma, se não concordam com o conteúdo, automaticamente ele será taxado de fake news e não há nada que alguém possa fazer a respeito. E, curiosamente, essas medidas são aplicadas somente contra mídias e pessoas da direita conservadora.
Essa foi apenas a ação mais recente praticada contra os conservadores. É algo jamais visto nem mesmo nos anos “duros” do Regime Militar contra os simpatizantes do comunismo. Há tempos os conservadores são perseguidos, expostos e ridicularizados por uma minoria que se julga acima do bem e do mal, nas universidades, nas repartições públicas, na igreja, enfim, em qualquer lugar.
É particularmente insuportável para eles, constatarem que pessoas comuns estão furando o monopólio da informação e questionando com propriedade as mazelas da nossa sociedade. É por isso que eles precisam calar os canais conservadores, pois só assim se eliminaria a concorrência com os sites da grande mídia.
Retirar os meios de sobrevivência de pessoas que trabalham honestamente, apenas por não concordarem com seus posicionamentos ideológicos não é algo aceitável. É uma ação rasteira, ilegal e covarde, porque é feita exatamente por não possuírem argumentos que possam ser vencedores num debate leal. O TSE está apequenando ainda mais o Judiciário brasileiro ao fazer o papel do agente nazista que, em nome da lei, pode cometer todo tipo de abusos.
Em que momento o povo brasileiro delegou os destinos da nação aos togados do STF? Nós vamos permitir que, à semelhança do que os nazistas fizeram com os judeus na Alemanha, cidadãos brasileiros sejam tolhidos de exercer sua profissão e sejam perseguidos sistematicamente por aqueles que deveriam garantir a liberdade de expressão e o devido processo legal?
E o endosso que parte da mídia tradicional dá a esses abusos legais, é sintoma de que não se preocupam om a liberdade de imprensa, desde que a dela seja garantida.
Porém, ignoram que após instalados, regimes autoritários mandam para o paredão exatamente aqueles colaboradores que os ajudaram a chegar ao poder, traindo o seu próprio país. É até compreensível a lógica deles, pois quem trai a sua pátria pode muito bem trair os que se utilizaram da sua ganância.
Martin Niemöller definiu bem a covardia daqueles que se calam diante de tantas arbitrariedades:
“Um dia vieram e levaram meu vizinho que era judeu.
Como não sou judeu, não me incomodei.
No dia seguinte, vieram e levaram
meu outro vizinho que era comunista.
Como não sou comunista, não me incomodei.
No terceiro dia vieram
e levaram meu vizinho católico.
Como não sou católico, não me incomodei.
No quarto dia, vieram e me levaram;
já não havia mais ninguém para reclamar…”
Portanto, é preciso que isso fique bem claro. O modus operandi desses que desejam calar os conservadores é ilegal, imoral e inconstitucional, pois atenta contra um dos pilares da nossa democracia, que garante a nossa liberdade de expressão e de imprensa.
Não, meus amigos, aqui não será Nuremberg!
Ismael Almeida, para Vida Destra, 18/08/2021.
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