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A batalha de Elon Musk pelo Twitter é uma guerra por procuração dos americanos contra a classe dominante

Fonte: The Federalist
Título original: Elon Musk’s battle for Twitter is a proxy war for americans against the ruling class.
Link para a matéria original: aqui
Publicado em 20 de abril de 2022
Autor: Ben Weingarten
A batalha de Elon Musk pelo Twitter se transformou em uma intensa guerra entre a classe dominante e um povo livre e soberano; uma guerra que transcende os quatro cantos de sua carta-proposta. É uma disputa pelo controle do discurso público e, consequentemente, pelo posto de quem manda.
Nossas elites obviamente acreditam que, para manter o poder, elas precisam dominar a praça pública digital. Um monopólio sobre A Narrativa é vital ao monopólio do poder.
Que Musk ameace nos devolver esse poder – restaurando nosso direito de falar em um dos mais importantes fóruns da praça pública digital, e talvez ainda mais importante, criando um espaço seguro para criticar nossos supostos governantes – é, para eles, intolerável.
Os altos postos de comando da América – Vale do Silício, mídia corporativa e um grande número de instituições representadas por uma verdadeira brigada de verificados azuis – sequer se envergonham do fato de sua aversão à proposta de Musk estar arraigada em uma ideologia retrógrada, que exige censura e repressão para conquistar o poder.
Eles não se importam se o Twitter maximiza [ou não] valores para os acionistas. O que funcionários histéricos do Twitter – os agourentos do Washington Post de Jeff Bezos e os melodramáticos, como Max Boot – aparentemente entendem como [o fator] mais objetável é a fundamentação liberal da oferta de Musk.
O objetivo de Musk
A oferta quase parece ser uma reflexão a posteriori. Quando Musk a proferiu – com um ágio significativo ao recente preço de mercado – ele disse que a fizera porque “acredita em seu [do Twitter] potencial de ser a plataforma de livre expressão ao redor do mundo”, e que “a liberdade de expressão é um imperativo social para uma democracia funcional”.
Em um TED Talk, Musk aprofundou sua perspectiva, afirmando:
O Twitter se tornou… uma praça pública de facto. É realmente importante que as pessoas tenham tanto a visão real quanto a percepção de que podem falar livremente dentro dos limites da lei.. então, uma das coisas que acredito que o Twitter deva fazer é abrir o código do algoritmo, e se [o Twitter] fizer qualquer alteração nos tuítes das pessoas – se eles forem enfatizados ou minimizados, esta ação deve ser transparente, de modo que todos possam ver que a ação foi realizada, não havendo, portanto, nenhuma manipulação por baixo dos panos – seja via algoritmo, seja manualmente.
Musk acrescentou que “não se trata de fazer dinheiro… Meu forte senso intuitivo mostra que a existência de uma plataforma pública de máxima confiança e altamente inclusiva é de extrema importância para o futuro da civilização… Não me importo nem um pouco com os aspectos econômicos”.
Musk, portanto, diz que seus esforços para adquirir o Twitter advêm de sua crença na liberdade de expressão. Caso vença, ele diz que buscará assegurar o devido processo, a transparência e a inclusão; e que é motivado por um senso moderno de noblesse oblige [senso nobre de dever] em vez de cobiça.
Não seria este o tipo de ação que a nossa classe dominante “defensora da democracia” deveria, tipicamente, premiar com um Prêmio Nobel? Bem, não. Porque toda a retórica antiautoritária dos membros da classe dominante implica a busca do controle econômico, político e social – projetando suas patologias nos oponentes, os quais tentam aniquilar com todos os instrumentos de poder.
Por isso a oposição a Musk, que ameaça quebrar a repressão da classe dominante sobre as plataformas de comunicação que controla – [nas quais] permite a propagação de narrativas favoráveis à sua gestão, enquanto reprime as [narrativas] conflitantes; intimida Joe Rogan, que ameaça as narrativas do setor de comunicações da classe dominante na mídia corporativa, bem como a legitimidade dessa mídia; e aplica o banimento a um Donald Trump, que ameaça o poder e os privilégios do estamento político e de todas as instituições que dele dependem. Ao fazer isso, a classe dominante expõe sua deterioração e corrupção, mostrando o quanto está disposta a destruir Musk.
Por procuração, Elon Musk luta por nós
Esses personagens poderosos e influentes, que a classe dominante transformou em alvos, se tornaram nossos dublês. Porém, isso não nos isenta [de agir], pois o regime dominante persegue, diariamente, os americanos que ousam questionar a narrativa do sistema sobre milhões de questões – da integridade das eleições até o coronavírus chinês, a teoria crítica de raça e a biologia humana – por meio das plataformas, incluindo o Twitter.
Nossos superiores não querem abdicar do poder de reprimir a história do laptop de Hunter Biden – ao mesmo tempo que propagam uma operação da inteligência americana, alegando que era desinformação russa – ou de proibir as pessoas de compartilharem informações consideradas prejudiciais ao regime.
Eles agora buscam legitimar e aumentar esse poder invocando a segurança nacional, o que só aumenta os riscos à república; classificando o pensamento contraditório como desinformação perigosa e as pessoas envolvidas, como ameaçadoras; e incitando contra elas o setor público e seus auxiliares do setor privado, em uma Guerra ao Contraditório brutal.
Divulgou-se que os federais começaram a investigar Musk assim que ele tornou pública sua oferta ao Twitter, o que só contribui com a aura de Terceiro Mundo. O fato de o Twitter e os líderes aliados do Vale do Silício, a mídia corporativa e os federais estarem, todos, mirando Musk bem pode se equiparar ao conluio que vimos no caso do laptop de Hunter Biden, da jihad anti-Rogan e das milhares de campanhas coordenadas para derrubar Trump.
É uma vergonha que nossa república tenha chegado ao cúmulo da hipocrisia. É uma vergonha que não mais tenhamos, na América, uma elite dedicada a proteger e preservar os princípios fundacionais que nos permitiram, e ao país, prosperar. É uma vergonha que o melhor que podemos esperar, a fim de recuperar algum resquício de equilíbrio, seja apoiar um dos titãs das Big Techs – qualquer coisa que pare suas visões heterodoxas, incluindo sua aparente aquiescência ao Partido Comunista Chinês, entre outras.
Mas esta é a hora.
Reação insana
Pela simples atitude de querer fazer mudanças no Twitter, Musk, assim como Trump antes dele, provocou uma reação insana, expondo a hipocrisia, a fraude e a fragilidade dos nossos supostos guardiões democratas da ordem internacional progressista e baseada em regras, de nossa classe dominante – [tudo] para o nosso bem. Uma contribuição significativa.
Com o Twitter agora adotando a pílula de veneno, a fim de impedir a oferta de Musk à empresa, esperemos que ele [Musk] esteja se preparando para se envolver em uma prolongada batalha legal. Como ele mesmo insinuou:
If the current Twitter board takes actions contrary to shareholder interests, they would be breaching their fiduciary duty.
The liability they would thereby assume would be titanic in scale.
— Elon Musk (@elonmusk) April 14, 2022
Quaisquer litígios e disputas corporativas que possam resultar do esforço do Twitter para evitar a aquisição de Musk poderiam ser onerosos à empresa – talvez desastrosos – assim como seria qualquer revelação ou passo em falso relacionado aos litígios. Musk tem muito mais recursos do que o Twitter – sem mencionar a alavancagem de todas as ações que possui.
O Twitter piscará [primeiro]? Que comecem as negociações.
*Ben Weingarten é colaborador sênior do Federalist, membro sênior no London Center for Policy Research e membro do Claremont Institute. Foi selecionado no Robert Novak Journalism Fellow, em 2019, do Fund for American Studies, sob o qual trabalha atualmente em um livro sobre a política EUA-China. Ben escreve sobre segurança nacional e política externa, economia e política, para publicações que incluem City Journal, Conservative Review e PJ Media. É o fundador e CEO da ChangeUp Media, uma empresa de consultoria e produção de mídia, dedicada a aprimorar princípios conservadores. Em 2015, Ben também se tornou Publius Fellow, do Claremont Institute. Você pode acompanhar seu trabalho no site benweingarten.com e segui-lo no Twitter, @bhweingarten.
Traduzido por Telma Regina Matheus, para Vida Destra, 23/04/2022. Faça uma cotação e contrate meus trabalhos através do e-mail [email protected] ou Twitter @TRMatheus
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