No dia 9 de Novembro de 1989, há exatos trinta anos, ocorria um fato que entraria para a História e que marcaria o fim de uma era onde a rivalidade entre duas superpotências, e duas ideologias distintas, causaria dor, sofrimento e morte a milhões de pessoas, deixando profundas cicatrizes em toda a nossa civilização. Neste dia caía por terra o nefasto Muro de Berlim, símbolo visível da existência da chamada Cortina de Ferro, que dividia o mundo em dois blocos distintos: o bloco ocidental, capitalista, liderado pelos Estados Unidos e o bloco oriental, socialista, liderado com mão de ferro pela já extinta União Soviética.
Me considero privilegiado por ter acompanhado ao vivo, ainda que pela TV, este acontecimento histórico, que marcou a libertação, não apenas do povo alemão mas de vários povos em outros países, da opressão e do sofrimento causados por um regime que tentou impor uma visão de mundo utópica mas que fracassou de forma retumbante.
Já tinha algum tempo (na verdade, anos) que eu não refletia sobre este acontecimento. E só agora me dei conta que todas aquelas pessoas que morreram tentando escapar do regime opressor socialista, pulando o Muro de Berlim, não estavam tentando fugir para fora dele! Na verdade, morriam tentando entrar! Como assim?, vocês devem estar se perguntando! Explico: após o término da Segunda Guerra Mundial, o território da Alemanha foi dividido entre as quatro potências vencedoras: Estados Unidos, França, Inglaterra e União Soviética. Os territórios ocupados por EUA, França e Inglaterra, a oeste, formaram a República Federal da Alemanha (RFA) enquanto o território a leste, sob domínio soviético, se tornou a República Democrática Alemã (RDA). E Berlim, que ficava na RDA, também igualmente foi dividida em quatro áreas, sendo que Berlim Ocidental ficou sob administração de EUA, França e Inglaterra, enquanto Berlim Oriental ficou sob controle soviético.
No dia 13 de Agosto de 1961, o governo comunista da RDA deu início à construção da barreira física que isolaria totalmente Berlim Ocidental não só de Berlim Oriental, mas de toda a socialista RDA. Berlim ocidental era uma ilha capitalista cercada de socialismo por todos os lados. Por mais estranho que possa parecer, neste caso eram os cidadãos que viviam dentro de um muro que viviam desfrutando da liberdade e protegidos da opressão e da pobreza do regime socialista.
Após a queda do Muro de Berlim, em 1989, a reunificação da Alemanha ocorreu um ano depois, em 1990, e a União Soviética caiu de podre pouco tempo depois, em 1991. Foi o fracasso gritante de uma ideologia que desprezou a natureza humana e os seus valores intrínsecos e tentou impor uma visão de mundo que só existe no papel. Mas o aniversário de 30 anos da Queda do Muro de Berlim deve servir de reflexão a todos nós, principalmente nós latino americanos, pois por aqui o Muro ainda não caiu!
Ainda hoje, trinta anos depois do Muro de Berlim ser esfacelado, e 28 anos depois do desmoronamento da União Soviética, nós ainda temos que ouvir pessoas defendendo uma ideologia claramente fracassada! Existe uma poderosa lavagem cerebral em curso, que impede que as pessoas reflitam acerca de acontecimentos históricos desta magnitude e faz com que defendam ideologias ultrapassadas, fracassadas, que não deram certo em nenhum lugar onde foram aplicadas. Estas pessoas ignoram solenemente os milhões de mortos, pessoas que morreram de fome, ou que morreram tentando fugir, por estarem sob um sistema que funcionava na teoria mas que na prática foi incapaz de satisfazer as necessidades mais básicas das pessoas que viviam sob o seu jugo opressor.
Hoje não há um muro visível, como em Berlim. Hoje o muro é invisível, atuando nas mentes das pessoas, impedindo-as de ver a realidade. Impedindo-as de raciocinar, tornando-as ignorantes em meio a um mundo onde a quantidade de informações disponíveis nunca foi tão grande e acessível! Hoje o mundo está na palma das nossas mãos! Então por que, ainda hoje, tanto tempo depois do fracasso do comunismo, ainda há pessoas que defendem esta ideologia nefasta?
A resposta não é simples. Primeiro porque os tais ditos defensores do socialismo hoje são os socialistas de Iphone, que comem BigMac, bebem Coca-Cola e escrevem suas teses esquerdistas em computadores Apple. Muitos são apenas massa de manobra, que não tem ideia do que realmente seja aquilo que estão defendendo. E segundo, porque os seus líderes, as lideranças políticas por trás desta lavagem cerebral, já não defendem comunismo e nem socialismo, de fato! Apenas os usam como pretexto para iludir pessoas que passam a acreditar numa utopia inalcançável. Na verdade, estes líderes querem a implantação de um regime autoritário, com a concentração do poder nas mãos de poucos, enquanto o restante é apenas a massa de manobra, são os idiotas úteis que ajudam a manter a engrenagem girando. Porque é claro que sem capitalismo e sem mercado, não há regime que funcione no mundo. O mercado é onde a riqueza é gerada! E é esta riqueza que estes novos líderes revolucionários perseguem, não querem saber de defender os supostos trabalhadores oprimidos.
Mais que nunca precisamos relembrar os fatos do passado, estudá-los e aprender com eles, para não repeti-los. Os alemães conseguiram derrubar o Muro físico. Agora nós temos que nos espelhar neles e lutar para derrubar este Muro ideológico, que insiste em existir entre nós. Pelo bem do nosso povo. Pelo futuro do Brasil!
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Bem vindo Sander…ótimo artigo já de início