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Três verdades inegáveis no discurso de Putin

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Seguimos com o nosso compromisso de trazer até vocês, todos os sábados, artigos sobre temas relevantes publicados pela imprensa internacional e traduzidos pela nossa colaboradora, a jornalista e tradutora profissional Telma Regina Matheus. Apreciem!

 

Três verdades inegáveis no discurso de Putin

 

A mídia nacional, por razões próprias, não quer que você ouça o que Vladimir Putin disse sobre a guerra na Ucrânia.

 

Fonte: The Federalist

Título original: Three Undeniable Truths From Putin’s Speech

Link para o artigo original: aqui!

Publicado em 22 de fevereiro de 2023

 

Autor: Eddie Scarry*

 

Além da declaração do presidente russo Vladimir Putin sobre o fim de um tratado de armas nucleares com os Estados Unidos – nada de mais! – você provavelmente não ouvirá mais nada da imprensa sobre o que ele disse na terça-feira [21 de fevereiro] durante seu longo discurso. Isso não significa que o restante do discurso dele fosse sem importância. Significa que a mídia nacional, por razões próprias, não quer ouvi-lo.

Mas você deveria ouvi-lo, porque ao removermos o nome “Vladimir Putin” da equação, o que ele disse durante seu pronunciamento de 100 minutos à nação foi, indiscutivelmente, verdadeiro e racional – ainda que isso esvazie o incessante enquadramento da mídia como “a guerra sem provocação deflagrada por Putin” e “uma luta pela democracia”. (Piada). Aqui estão três exemplos:

1.“Os Estados Unidos usaram a Ucrânia como preparação para uma grande guerra. Eles admitiram isso publicamente.” De fato, isto está implícito, se não articulado na política oficial da administração Biden. O próprio presidente declarou, no início do ano passado, que Putin “não pode permanecer no poder”, uma ameaça de mudança forçada de regime, se é que alguma vez houve alguma mudança. Biden começou a semana visitando a capital da Ucrânia, literalmente uma zona de guerra sem presença militar dos Estados Unidos, como se o conflito fosse tanto nosso quanto da Ucrânia (e é, dado que estamos pagando cerca de dois terços do custo de defesa da Ucrânia).

Até mesmo os Republicanos, no Congresso, estão flertando com a deflagração de uma guerra global. O senador Lindsey Graham (Republicanos) pela Carolina do Sul afirmou que devemos classificar a Rússia como um estado patrocinador do terrorismo. O líder Republicano no Senado, Mitch McConnell, declarou que a “derrota” da Rússia é “a prioridade nº 1 dos Estados Unidos neste exato momento”. (Lá se vai o socorro aos pobres dos Estados Unidos. Eles podem esperar, acho eu.)

2. “O Ocidente é culpado pela escalada.” Desde muito antes de a Rússia invadir a Ucrânia, Washington promoveu a expansão de novas nações membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte, ou OTAN, uma aliança que existe em sua forma atual com o objetivo expresso de intimidar a Rússia. O que começou como um alerta para a União Soviética, de que os Estados Unidos defenderiam seus aliados europeus contra agressões militares, é agora um projeto de vaidade para que nossos dois partidos políticos pareçam heróis, alijando ainda mais o Kremlin do resto do mundo desenvolvido.

E porque o antecessor de Biden, Donald Trump, ousou pedir que os países da OTAN pagassem mais pela aliança, e não mostrou interesse em expandi-la para seu próprio benefício, isso naturalmente levou seus adversários a adotarem, reflexivamente, a exata posição oposta: a de que a OTAN é indispensável e que a Ucrânia é o que mais nos aproxima do Jardim do Éden. E assim, a administração Biden fomentou a entrada da Ucrânia na OTAN, cercando ainda mais a Rússia com uma aliança que Putin já tinha todos os motivos para temer.

3. “Eles [o Ocidente] querem obter uma derrota estratégica da Rússia. … Isso significa que eles não querem ter mais nada a ver com a Rússia. Eles querem que haja uma resistência global contra a Rússia.” Qual parte dessa fala contradiz qualquer coisa que já disseram a administração Biden, a maioria do Congresso e praticamente todos os ex-oficiais militares no noticiário a cabo? Todos eles declararam isso.

Admitamos que, neste momento, a Rússia deva retirar-se da Ucrânia e declarar uma trégua. Quem será o primeiro a propor que os Estados Unidos e a Europa retomem o comércio e a cooperação regulares para estabilizar a economia russa e sua reputação no mundo? Nenhum deles o fará. Todos eles esperam uma minimização duradoura da Rússia, de preferência sem Putin no cenário.

Diga o que quiser sobre Putin, ele não é irracional.

 

*Eddie Scarry é colunista do Federalist em Washington e autor de “Liberal Misery: How the Hateful Left Sucks Joy Out of Everything and Everyone”.

 

 

Traduzido por Telma Regina Matheus, para Vida Destra, 04/03/2023.                                  Faça uma cotação e contrate meus trabalhos através do e-mail  mtelmaregina@gmail.com ou Twitter @TRMatheus

 

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Telma Regina Matheus Jornalista. Redatora, revisora, copydesk, ghost writer & tradutora. Sem falsa modéstia, conquistei grau de excelência no que faço. Meus valores e princípios são inegociáveis. Amplas, gerais e irrestritas têm que ser as nossas liberdades individuais, que incluem liberdade de expressão e fala. Todo relativismo é autoritarismo fantasiado de “boas intenções”. E de bem-intencionados, o inferno está cheio. Faça uma cotação e contrate meus trabalhos através do e-mail: mtelmaregina@gmail.com ou Twitter @TRMatheus