Faltam cérebros, sobram fígados. E isso vale para o afegão médio, que AGORA fala e atua na seara política da vida, para o intelectual altamente capacitado e para todos que estão entre um e outro.
O Brasil é um país mega-ultra-blaster complexo. Exemplo: a última tentativa de quantificar o aparato jurídico (que, inclusive, não conseguiu fechar o estudo com acuracidade inquestionável) identificou mais de 200 mil leis VIGENTES. Todas repletas de artigos, sub-artigos, emendas de acréscimo e/ou nulificação. Nessa miríade jurídica, há leis que se contradizem, se chocam entre si. Patético é pouco para qualificar o cenário.
Nossa Constituição Federal é, na minha opinião, um lixo comuno-socialista, que subverte a verdadeira função de qualquer constituição, qual seja, a de dizer ao Estado o que ele pode e não pode fazer. A nossa faz o contrário, potencializa o Estado e tutela a sociedade, dizendo o que o cidadão pode e deve fazer. E se isso não fosse suficientemente nocivo, é tão extensa ao ponto de compor um livro e já recebeu mais de 100 emendas. Nem mesmo as cláusulas “pétreas” foram poupadas.
Após mais de 4 décadas calados e amordaçados, ressurgimos do torpor. Hoje falamos, e como falamos! Mas, incontáveis vezes, falamos do que não sabemos. Ainda assim, nossa opinião tornou-se veredito e sentença, sem espaço para contraditório, esclarecimentos e correção de premissas. Queremos porque queremos isso ou aquilo. E ai daquele que não nos obedecer.
Quando vejo pessoas esbravejando para que o Presidente da República faça alguma coisa, desfaça outra, nomeie A ou exonere B, a imagem que me vem à mente é terrível, não vou sequer descrevê-la.
Somos incultos. É fato.
Sabemos um pouco de tudo e nada profundamente. Mesmo assim, somos implacáveis.
Ato simultâneo, agimos como carneirinhos à menor narrativa da esquerdalha. É fácil comprovar isso. Toda vez que você usa ou vê alguém usando frases do tipo “não passo pano para ninguém, eu até critico o Presidente e aliados”, “apoio o Presidente, masss…. critico mesmo, se não concordo, porque não tenho político de estimação” e demais variações sobre o mesmo tema, você e o outro estão agindo como cordeiros da esquerdopatia, e é para alcançar esse objetivo que esquerdofrênicos nos xingam de gado, milícia digital, macacas de auditório, petistas de sinal trocado, fascistas, nazistas, racistas. Quando nos “explicamos” para rebater ofensas e calúnias, damos poder à narrativa deles. É fundamental responder, com certeza. Mas, então, que o façamos sem tentar provar que não somos o que eles dizem. Foco na narrativa, e não no xingamento.
Esta é a atual situação da militância dita de direita. Ora leão ensandecido, ora cordeiro dócil.
Quantos de nós, que esbravejamos (às vezes, até desrespeitosamente) contra o PR e políticos aliados… quantos de nós atuamos de verdade na arena política? Quantos de nós militamos no mundo real da nossa cidade, ou do nosso bairro, ou da nossa comunidade? Falo principalmente das cidades pequenas e interioranas. Daquela cidade que o cidadão encontra o prefeito ou o vereador na farmácia, no supermercado, no restaurante. Por lei, há uma série de ações do poder público que exigem a realização de audiências públicas. De quantas você participou, na sua cidade? Duvido que encontrarei, dentre os militantes que se dizem de direita (incluindo eu mesma), uma centena de cidadãos que atuem politicamente em suas localidades.
No entanto, é o prefeito ou o vereador que alimenta e fortalece, com dinheiro e eleitores, o deputado estadual,o federal e/ou o senador. É dessa forma quase sutil que se formam o Congresso Nacional e as Assembleias Legislativas, hoje repletos de figuras nefastas e descoladas do anseio popular.
Nós permitimos isso, porque elegemos prefeitos e vereadores na base do “tudo bem, o cara até que é legal”, “meu amigo apoia o sujeito e me pediu ajuda para elegê-lo”, “a criatura prometeu que mandará asfaltar a minha rua” e por aí vai. Não verificamos o que o candidato pensa, nem o que ele defende, mas principalmente não checamos contra o quê ele luta. O candidato lutaria contra a implantação da ideologia de gênero nas escolas do município? Lutaria para eliminar o ensino ideologizador, lotado de professores que desonram a categoria? O que o candidato pensa sobre aborto? E legalização das drogas? O que é família para ele? E Deus, ele crê em Deus ou tem vergonha de dizer abertamente que é cristão?
Você viveu pelo menos 2 décadas sob cabresto e mordaça (eu carrego mais décadas na minha história) e, agora, quer todo o estamento desaparelhado em menos de 2 anos. É isso mesmo? É este o senso de proporção que rege a sua vida?
Fato é que continuamos sentadinhos no sofá, à espera de que alguém faça alguma coisa para consertar o que ajudamos a estragar, consciente ou inconscientemente. A retomada do Brasil, que foi sequestrado por globalistas e regressistas (ainda que se autointitulem “progressistas”), não está nas mãos do Presidente da República. Está nas nossas mãos. E, assim como a caridade, a mudança começa em casa.
Tia do Zap, para Vida Destra, 9/6/2020.
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Artigo mais que verdadeiro!