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A América corporativa deflagrou uma guerra religiosa. É hora de você escolher de que lado está.

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Seguimos com o nosso compromisso de trazer até vocês, aos sábados, artigos sobre temas relevantes publicados pela imprensa internacional e traduzidos pela nossa colaboradora, a jornalista e tradutora profissional Telma Regina Matheus. Apreciem!

A América corporativa deflagrou uma guerra religiosa. É hora de você escolher de que lado está.

 

Nesta guerra há somente dois lados: o Tao e a Máquina, Deus ou Satanás. Você tem que escolher, mas escolha sabiamente.

 

Fonte: The Federalist

Título Original: Corporate America Has Launched A Religious War. It’s Time To Choose Your Side

Link para o artigo original: aqui!

Publicado em 26 de maio de 2023

 

Autor: John Daniel Davidson*

 

A Bud Light contrata um menestrel transfeminino para vender cerveja. A Target contrata um satanista trans para desenhar roupas LGBT para crianças e começa a vender trajes de banho “biding” e “tucking”. A North Face lança uma campanha de marketing com um travesti assustador vendendo produtos LGBT para crianças de 2 a 7 anos. O Los Angeles Dodgers premia um grupo demoníaco de incitação ao ódio, cujo único objetivo é blasfemar e profanar a fé católica.

[Biding (amarração) é uma “técnica” BDSM (entenda-se sadomasoquismo). Tucking (esconder ou ocultação) é uma “técnica” para esconder o órgão sexual masculino, de modo que sua protuberância não apareça sob a roupa – NT.]

Tudo isso, e junho, o “mês do orgulho [gay]”, sequer começou.

O que está acontecendo? Por que tantas grandes marcas corporativas decidiram apostar tudo na promoção de uma agenda LGBT agressiva e radical que, há apenas alguns anos, teria sido considerada totalmente inaceitável pela sociedade civil? Seria uma jogada psicológica? Seria real? O que está por vir?

A resposta sucinta para essas perguntas é que entramos em uma nova fase da guerra cultural, e, de alguma forma, transcendemos completamente “a guerra cultural”. A situação em que nos encontramos agora seria mais bem descrita como uma guerra religiosa – uma guerra deflagrada pela América corporativa contra todos nós e que, portanto, exige que todos nós escolhamos um lado.

Em uma guerra religiosa, a escolha de lados significa que você tem que escolher sua religião. E, particularmente nesta guerra religiosa, há somente dois lados. De um lado está o que C.S. Lewis chamou de Tao, que era a sua simplificação ecumênica para a verdade moral objetiva. “O Tao – que outros podem chamar de Lei Natural, ou Moralidade Tradicional, ou Primeiros Princípios da Razão Prática, ou Primeiras Platitudes – não é um entre vários possíveis sistemas de valor”, escreveu Lewis em A Abolição do Homem. “É a única fonte de todos os julgamentos de valor. Se for rejeitado, todos os valores serão rejeitados. Se algum valor for preservado, ele será preservado”.

Na América e no Ocidente em geral, o lado do Tao é o lado dos cristãos e judeus fiéis, bem como daqueles ateus que, por razões práticas, se apegam à moralidade judaico-cristã como os sobreviventes de um naufrágio se agarram a um bote salva-vidas.  É o lado que vê a transexualização de crianças promovida pela Target como um flagelo moral intolerável, que afirma a generosidade de nossa natureza e da ordem criada, e reconhece não apenas que o homem não é Deus, mas que o destino do homem é a comunhão com Deus em uma criação redimida.

Do outro lado está o que o escritor Paul Kingsnorth, entre outros, chamou de Máquina – que, em sua gênese, é uma rebelião nietzschiana contra Deus, e que acaba sendo também “uma rebelião contra tudo: raízes, cultura, comunidade, famílias, a própria biologia”. Como o Tao, a religião da Máquina – do progresso, e da tecnologia, e do desejo de poder – tem uma linhagem muito longa. Remonta ao Jardim do Éden, onde a serpente assegurou a Eva: “Certamente não morrerás”, e [garantiu] que se ela comesse da árvore do conhecimento do bem e do mal, ela seria como Deus.

Esta foi a primeira rebelião; e nós a reencenamos desde então. Talvez seja mais fácil ver, em nosso próprio tempo, como toda rebelião contra Deus, desde o Jardim até agora, é também uma tentativa de derrubá-Lo, de ser como Deus. De fato, o desejo de brincar de Deus é o coração sombrio tanto do transexualismo quanto de seu primo próximo, o transumanismo. Assim como outros males de nossa época – aborto e eutanásia, para citar os mais óbvios – eles [o transexualismo e o transumanismo] são, em suas raízes, manifestações extremamente cândidas do orgulho, a fonte de todo o pecado.

A Máquina é uma religião que investe sobre e contra a realidade e a ordem criada, as quais são negadas e desfiguradas na tentativa do homem de se arrogar o poder de se recriar de acordo com seus próprios desejos. Em nossos dias, busca fazê-lo usando novas tecnologias, mas o fato de o homem desejar fazer isso é apenas a última iteração da rebelião que começou no Jardim. É o que J.R.R. Tolkien pretendeu mostrar quando disse que “todas as histórias são, em última instância, sobre a Queda”.  Tolkien, ocasionalmente, também se referiu à Máquina ao discutir seu legendário, muitas vezes descrevendo-a como o desejo de acumular poder e dominar, “destruindo o mundo real ou coagindo outras vontades” – uma tirania exercida sobre a criação com o objetivo de superar a mortalidade.

Isto é exatamente o que vemos nos movimentos trans homólogos: um desejo de superar o sexo e um desejo de superar a morte. Os transumanistas são tão explícitos sobre o seu desejo de enganar a morte e alcançar a imortalidade divina quanto os transgêneros são sobre o seu desejo de se tornar o sexo oposto. Os transgêneros parecem acreditar, assim como os pagãos rebeldes de eras passadas, que as crianças têm um papel importante a desempenhar na realização desse desejo. A Máquina devorava crianças pelo fogo nos altares de Moloc e Baal; agora, as devora nos espelhos negros da Internet e das redes sociais.

A tentação aqui é negar essa leitura da nossa situação como se hipérbole fosse. Certamente não é tão ruim assim, costumamos dizer. Mas é. De verdade. O que está acontecendo hoje não se trata apenas do engajamento de marcas corporativas ao “mês do orgulho [gay]”, como se expressou recentemente o The New York Times. Também não se trata de promover a tolerância em uma sociedade diversificada. Se a Target estivesse apenas vendendo camisetas com a palavra “fantástico” em letras com as cores do arco-íris, ninguém se importaria. Trata-se da transexualização de crianças. Todo o mundo sabe disso, mas ninguém quer dizê-lo em voz alta. As corporações são a ponta de lança; propagam essas coisas e, depois, deixam que a mídia denuncie e acuse a direita de ser fanática e violenta porque se opõe.

Erramos também quando entendemos tudo isso apenas como um caso realmente ruim de “guerra cultural”, que rompe as linhas familiares de esquerda e direita, de azul e vermelho. É em parte isso, mas, em seu nível mais profundo, é uma guerra religiosa, uma luta espiritual entre a luz e as trevas, o bem e o mal, o Tao e a Máquina.

Tudo isso para dizer que, à medida que essa guerra se desenvolve, devemos tentar não nos concentrar demais na queda das ações da Target ou na redução do preço da Bud Light (US$ 0, no momento em que escrevo). “Quem lacra, não lucra” é apenas um clichê. Isso não quer dizer que não devemos boicotar essas empresas, mesmo que isso signifique dificuldades financeiras ou transtornos. Boicotá-los faz parte do que temos que fazer nessa guerra religiosa, mas não é suficiente.

A América corporativa não vai parar, ainda que algumas corporações efetivamente não lucrem. O que se exige daqueles que realmente resistem a elas é um profundo comprometimento religioso, um jeito novo e radical de viver na moderna era digital. Se você é judeu, leve profundamente a sério o seu judaísmo. Se você é cristão, faça da prática da sua fé o fato organizador central da sua vida, e não algo que você faz somente aos domingos. Se você é ateu, reze para que Deus lhe dê a fé.

Aos adeptos do Tao, lutar essa guerra religiosa significará não só boicotar marcas corporativas, mas reorganizar sua vida pessoal e profissional. Poderá significar demitir-se do seu emprego, mudar, ou desistir de certas coisas. Exigirá sacrifício. Talvez, um grande sacrifício.

E tenha certeza de que cada pessoa na América terá que escolher um lado. Se você não escolher um lado, o seu lado será, por definição, o da Máquina, que domina as alturas de nossa cultura e economia pós-cristãs. Seja qual for a sua opinião sobre transexualismo ou política identitária, a Máquina irá sugá-lo e enredá-lo, a menos que você faça uma escolha consciente para se posicionar contra ela. Portanto, escolha com sabedoria. Seu país – e mais importante ainda, a sua alma – depende disso.

 

*John Daniel Davidson é editor sênior do Federalist.Seus artigos são publicados no Wall Street Journal, Claremont Review of Books, The New York Times e em várias outras mídias.

 

 

Traduzido por Telma Regina Matheus, para Vida Destra, 10/06/2023.                          Faça uma cotação e contrate meus trabalhos através do e-mail  mtelmaregina@gmail.com ou Twitter @TRMatheus

 

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1 COMMENTS

  1. Um tio ainda vivo com 91 anos que continua comerciando tem uma predileção ao contratar empregados homossexuais. Diz ele que devido a discriminação são carentes de oportunidades e por isso são disciplinados e se tornam excelentes vendedores. Por um acaso a maioria dos meus funcionários ao longo de 47 anos de atividade são evangélicos e também disciplinados. Vimos recentemente católicos e umbandistas unidos contra os terrivelmente evangélicos na eleição passada. O homem continua o mesmo com bandeiras de lutas diferentes para agregar sonhadores.

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Telma Regina Matheus Jornalista. Redatora, revisora, copydesk, ghost writer & tradutora. Sem falsa modéstia, conquistei grau de excelência no que faço. Meus valores e princípios são inegociáveis. Amplas, gerais e irrestritas têm que ser as nossas liberdades individuais, que incluem liberdade de expressão e fala. Todo relativismo é autoritarismo fantasiado de “boas intenções”. E de bem-intencionados, o inferno está cheio. Faça uma cotação e contrate meus trabalhos através do e-mail: mtelmaregina@gmail.com ou Twitter @TRMatheus