A Covid não acabará enquanto cada autoridade que abusou da situação não for responsabilizada pela destruição que causou
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A Covid não acabará enquanto cada autoridade que abusou da situação não for responsabilizada pela destruição que causou
Fonte: The Federalist
Título original: The authors of the lockdown debacle must be prevented from pulling this stunt again and made to answer for the destruction they have caused.
Link para a matéria original: aqui.
Publicado em 16 de março de 2022
Autora: Carina Benton
Os criadores do fiasco dos lockdowns devem ser impedidos de repetir esse estratagema e responsabilizados pela destruição que causaram.
Quando a Rússia invadiu a Ucrânia, há duas semanas, alguns foram rápidos em gracejar que Vladimir Putin havia matado sozinho a Covid. À medida que a história avançava, o colapso mundial do apoio público às restrições da Covid, os péssimos índices de aprovação da administração Biden e o alerta [resultante de pesquisa interna] do partido Democrata referente a um massacre político em novembro precisavam afastar o ciclo de notícias da pandemia. Em perfeita sintonia, as jurisdições ao redor do mundo começaram a revogar suas leis de obrigatoriedade por causa, você sabe, da ciência.
A guerra de Putin na Ucrânia certamente proporcionou uma distração muito necessária aos problemas da Covid. Contudo, não devemos concluir que os preceitos inescrupulosos que alicerçam a resposta à pandemia foram, definitivamente, engavetados – nem devemos nos contentar em assistir embasbacados ao desastre em curso na Europa Oriental. De fato, os farsantes que usaram a pandemia como desculpa para esmagar liberdades fundamentais são os mesmos belicistas que querem você nervoso com as fronteiras da Ucrânia e hipnotizado por uma situação caótica regional que eles, com suas próprias mãos intrometidas e imundas, vêm alimentando por anos.
Os participantes do comboio de caminhoneiros, que vieram até D.C., mostraram que não se distraem facilmente. Ao chegarmos à marca de 2 anos do [mantra] “15 dias para desacelerar a disseminação” [do vírus], os caminhoneiros compreenderam, melhor do que ninguém, que a Covid não estará morta enquanto cada rosto de criança não estiver descoberto, cada ordem de emergência não estiver rescindida, cada decreto de saúde pública não for rasgado e cada trabalhador demitido devido às leis de obrigatoriedade da vacina não for reintegrado ou compensado. Para garantir que o cartel da Covid jamais imponha novamente seus estratagemas, cada político e místico da saúde pública que defende o lockdown, impõe o uso de máscaras faciais e exige o passaporte vacinal precisa ser responsabilizado pela destruição que causou.
Semana passada, em coletiva de imprensa com os senadores Ron Johnson (R-Wisconsin) e Ted Cruz (R-Texas), além de representantes do People’s Convoy [Comboio do Povo], um repórter parecia confuso quanto ao objetivo do protesto dos caminhoneiros, dado que muitas leis de obrigatoriedade agora estavam suspensas. Mesmo conservadores, como Matt Walsh do Daily Wire, questionaram arrogantemente… que diferença isso faz?
Cruz explicou desta maneira: “Faz diferença para todos aqueles que perderam seus empregos por causa dessas leis de obrigatoriedade”. Para Johnson, trata-se de “revelar a verdade ao público americano”. Ele argumentou que, embora “nossa resposta [à pandemia] tenha falhado miseravelmente …. as pessoas que nos impuseram essa resposta …. jamais admitirão que estavam erradas”.
Agarrando-se ao poder
Muitos desses tiranos não falham só em reconhecer os erros; eles também sequer aceitam a derrota. A Casa Branca afirmou que o presidente Joe Biden vetará qualquer resolução aprovada no Congresso que revogue o estado federal de emergência, alegando que “o vírus continua sendo um risco” e o governo federal deve “estar preparado para reagir às possíveis variantes futuras”. A administração Biden também estendeu a exigência de máscara facial às companhias aéreas e aeroportos.
O efeito cascata desse alarmismo beligerante fica evidentes nos distritos escolares do país inteiro, incluindo San Francisco e Boston, bem como em instituições como a George Mason University, que ainda se agarram às leis de obrigatoriedade. O prefeito da cidade de Nova York, Eric Adams, acabou de anunciar que as máscaras faciais continuam a ser exigidas, em termos absolutos, para as crianças com menos de 5 anos de idade. Pior, o novo sistema de codificação por cores da cidade, destinado aos níveis de alerta da Covid, revela que os lockdowns ainda estão sobre a mesa.
Em outros lugares do mundo, a revogação de leis de obrigatoriedade oculta cláusulas sorrateiras, permitindo futuras ações draconianas, se os déspotas assim quiserem. A Áustria já anunciou o recuo em sua odiosa lei geral de obrigatoriedade da vacina, que teria exigido multas de aproximadamente 4 mil dólares para adultos que se recusassem a obedecê-la. Porém, a ministra Karoline Edtstadler, da União Europeia, enfatizou que esta é uma suspensão temporária, permitindo que a medida legal seja “retomada no caso de outra variante mais perigosa se tornar dominante, no futuro”.
De modo semelhante, na Alemanha, onde as autoridades anunciaram a suspensão das restrições da Covid a partir de 20 de março, máscaras faciais e testagens continuarão sendo obrigatórias em algumas situações, e cada estado poderá continuar a impor passaportes vacinais. A nova legislação supostamente é medida de cautela contra futuras ondas [de variantes].
Na realidade, o ministro da Saúde, Karl Lauterbach, alertou, na sexta-feira, que a pandemia certamente não tinha acabado, que a situação na Alemanha era crítica e que o abrandamento das restrições era o culpado pelo alto recorde dos números diários de casos. Ele também especulou que, sem uma lei geral de obrigatoriedade da vacina, o outono poderia trazer um novo surto de infecções, uma perspectiva compartilhada pelo chanceler Olaf Scholz.
Essa histeria infinita da Covid não é absolutamente um ponto fora da curva. Cento e trinta políticos, autoridades, celebridades de Hollywood e outros aproveitadores assinaram uma carta-aberta insistindo que a pandemia não acabou, advertindo os líderes ocidentais contra a complacência e instando mais gastos com vacinas, testagens e equipamentos de proteção individual.
Essa atitude ressalta o argumento do porta-voz do People’s Convoy, Brian Brase, de que o problema não é apenas americano, mas global, descrevendo-o como “um renascimento da liberdade”. Estados de emergência e leis de obrigatoriedade devem ser rescindidos no mundo todo, e é preciso iniciar investigações relacionadas às medidas de saúde pública adotadas por nossas autoridades eleitas e não eleitas. Se isso não for feito, a campanha pandêmica prosseguirá, com um arsenal em estoque permanente de variantes, surtos e doses de reforço servindo de armas para dominar as populações e punir os dissidentes.
Tem que haver apuração
Nunca foi prerrogativa de políticos, agências sanitárias e organizações internacionais o sequestro de nossos direitos. A consequência é que um enorme sofrimento foi infligido, e as classes média e trabalhadora, em todo o mundo, estão carregando nos ombros o fardo dessa afronta.
Uma análise da UNICEF de 2020 projetou que um adicional de 150 milhões de crianças será lançado na pobreza multidimensional. Recentes descobertas da UNICEF, usando dados de 35 países, revelaram que ao menos 68% dos domicílios com crianças perderam fontes de renda desde o início dos lockdowns. Aproximadamente um quarto dos adultos responsáveis por crianças relatou ter ficado sem comida durante um dia ou mais. Entre os domicílios com crianças que frequentavam a escola antes da pandemia, somente metade relatou que as crianças participavam de atividades educacionais, após o fechamento das escolas pelas autoridades.
Aqui nos Estados Unidos, onde milhões de estudantes foram forçados a abandonar salas de aula durante a maior parte do ano, estudos alertam para os sérios déficits de linguagem e alfabetização entre as crianças dos primeiros graus [de ensino]. No longo prazo, o impacto cognitivo, emocional e físico de amordaçar nossos pequenos contra a vontade deles – incluindo alunos do ensino fundamental, bebês, crianças com deficiência auditiva e outras necessidades especiais – e por várias horas ao dia, [esse impacto] talvez nunca seja totalmente compreendido.
Aqueles que se gabaram devido a uma queda geral de 5% no índice de suicídios em 2020, nos Estados Unidos, pareciam não estar particularmente preocupados com os indicadores de que, nesse período, o índice de suicídios de negros e latinos havia disparado. Outra estatística preocupante é o salto de 30% em overdose por droga durante 2020, numa estimativa de 93.331 mortes, o maior número já registrado em um período de 12 meses.
Milhares de americanos perderam seus empregos graças às leis de obrigatoriedade da vacina, apesar de Rochelle Walensky, diretora dos Centros de Controle de Doenças, admitir que as vacinas não evitam a transmissão, e apesar das revelações de que o CDC reteve dados essenciais sobre a eficácia das vacinas e doses de reforço. No final do ano passado, o maior provedor de assistência médica de Nova York demitiu 1.400 médicos e enfermeiros que recusaram a inoculação.
Corporações incluindo Google, Facebook, Tyson Foods, Verizon, Nike e Columbia Sportswear, todas impuseram a vacinação aos seus funcionários. Até mesmo um padre católico, em Vermont, que servia como pastor de sua paróquia há 2 décadas, foi dispensado pelo bispo porque resistiu à política intrusiva da diocese que exigia vacinação e uso de máscara facial.
Agora, os criadores desse fiasco esperam que nós ignoremos os destroços e olhemos cobiçosamente para a Ucrânia, ou para qualquer outro show de horrores que eles alardearem em seguida, enquanto suspendem e concedem liberdades como quiserem, sempre que o momento político for conveniente.
A Covid não será “exterminada” pela guerra de Putin na Ucrânia, nem por qualquer outra catástrofe impecavelmente oportuna e indutora de amnésia. Será destruída quando jogarmos fora a falsa ciência e a superstição, reconhecermos a soberania das pessoas sobre suas próprias vidas, e responsabilizarmos a gangue de tiranetes e autoridades interesseiras que passaram 2 anos nos aniquilando.
*Carina Benton tem dupla cidadania pela Austrália e Itália e visto permanente de residência nos Estados Unidos. Emigrante recente da Costa Oeste, ela agora ajuda a repovoar o interior do país. Carina é mestre em Educação e, durante muitos anos, ensinou línguas, literatura e redação em instituições católicas e cristãs, bem como seculares. É católica fervorosa e mãe de duas crianças.
Traduzido por Telma Regina Matheus, para Vida Destra, 19/03/2022. Faça uma cotação e contrate meus trabalhos através do e-mail mtelmaregina@gmail.com ou Twitter @TRMatheus
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