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A entrevista de Tucker com o acusador de Obama segue o padrão da mídia na cobertura de escândalos sexuais

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Seguimos com o nosso compromisso de trazer até vocês, todos os sábados, artigos sobre temas relevantes publicados pela imprensa internacional e traduzidos pela nossa colaboradora, a jornalista e tradutora profissional Telma Regina Matheus. Apreciem!

 

A entrevista de Tucker com o acusador de Obama segue o padrão da mídia na cobertura de escândalos sexuais

 

 

Fonte: The Federalist

Título original:  Tucker’s Interview With Obama Accuser Follows The Media’s Standard For Covering Sex Scandals

Link para o artigo original: aqui!

Publicação: 7 de setembro de 2023

 

Autor: David Harsanyi*

 

Poupe-nos de sua indignação.

Em seu programa no X, esta semana, Tucker Carlson entrevistou Larry Sinclair, um homem que alega ter fumado crack e transado com Barack Obama em 1995. Achei tudo muito indecente e feio, e não apenas porque acho que o cara é um idiota.

Algumas personalidades de direita da mídia social consideram que a aversão à guerra de informações é um sinal de fraqueza. Há muitos motivos sólidos para não se juntar a uma multidão que acusa imprudentemente um político — ou qualquer outra pessoa — de fumar crack e trair sua esposa, os quais não têm absolutamente nada a ver com política ou com a conquista de aprovação dos liberais. Um deles é a decência básica.

Mas, sim, a esquerda não mostrou a mesma civilidade no passado. E é ridículo que os jornalistas se queixem da entrevista de Tucker. Há pouca diferença ética entre a reportagem sobre as alegações de agressão sexual contra Brett Kavanaugh e a entrevista de Carlson com Sinclair — além do fato de que uma dessas duas histórias teve sérias consequências políticas e envolveu acusações infundadas de comportamento criminoso detestável.

Além disso, Tucker não fechou nenhuma conclusão sobre as alegações de Sinclair, certo? Ele apenas fez uma reportagem sobre elas. Ele apenas fez perguntas.

Sim, Sinclair tem um longo histórico de problemas legais. Mas este não é o único aferidor de credibilidade, nem é necessariamente descartável. Ao contrário de Sinclair, Christine Blasey Ford nem sequer indicou um local ou horário para a suposta agressão perpetrada por Kavanaugh. Nenhuma testemunha corroborou sua história — nem mesmo sua amiga íntima de longa data, como também não o fez nenhum de seus 70 e poucos colegas de classe.

Além disso, não há sequer evidências de que Blasey Ford tenha se encontrado ou conhecido Kavanaugh. Suas alegações não têm credibilidade alguma. Sua acusação teria sido ridicularizada em qualquer tribunal e deveria ter sido ridicularizada em qualquer redação de jornal. No entanto, os Democratas ainda difamam o juiz com acusações inverificáveis de agressão sexual, por politicagem.

Mas esqueçamos Blasey.

A velha mídia joga esse jogo em que finge inocentemente “explicar” ou fazer perguntas sobre acusações escabrosas (altamente seletivas), divulgando-as amplamente no processo, sem nunca realmente endossá-las ou avaliar sua veracidade.

Quem é Julie Swetnick, a terceira denunciante de Kavanaugh?”, dizia uma manchete no The Washington Post em outubro de 2018. Entre outras coisas, ela é “uma experiente desenvolvedora da Web na área de Washington, que teve várias autorizações de segurança para seu trabalho em redes relacionadas ao governo”. A CNN também questionou, “Quem é Julie Swetnick, a terceira mulher que denuncia Brett Kavanaugh?”. “Julie Swetnick é a terceira mulher a acusar Brett Kavnaugh de assédio sexual”, respondeu o The New York Times. “Julie Swetnick, que acusa Kavanaugh, se pronuncia sobre as alegações de abuso sexualfoi a contribuição da NBC News. E assim por diante.

Bem, Swetnick, que acusou o indicado à Suprema Corte de envolvimento em um estupro coletivo, era uma fraude. E, embora nem todos os meios de comunicação tenham agido de forma irresponsável, a maioria agiu (e conscientemente). O advogado vigarista, Michael Avenatti, o cara que arregimentou essas denunciantes — agora cumprindo 16 anos de prisão federal — foi um dos destaques da CNN durante semanas.

Mas esqueçamos Swetnick.

Em um livro sobre a controvérsia Kavanaugh, as repórteres do New York Times — Robin Pogebrin e Kate Kelly — alegaram ter descoberto outra vítima… uma que, segundo consta, nem mesmo se lembrava do incidente. As duas [repórteres] foram entrevistadas por basicamente todos os principais meios de comunicação como se fossem especialistas no assunto, sem qualquer retratação. Esse é o padrão que a mídia tradicional usa ao fazer acusações.

E o que dizer da alegação do dossiê “golden shower” de Trump — que faz parte do arquivo fabricado pela oposição, pago por Hillary Clinton e pelo DNC, que ajudou o DOJ a inventar a farsa do conluio com a Rússia? Mídias como a CNN (“Mueller investigou rumores de gravações comprometedoras de Trump em Moscou”), o The Washington Post (“Notícia verdadeira ou falsa? Seja como for, as alegações de uma fita obscena representam um desafio para Trump”), o The New York Times (“Meu Deus, existe uma fita?”) e praticamente todos os meios de comunicação de esquerda deram atenção à fita do xixi. Não há literalmente nenhuma acusação contra os conservadores que não seja divulgada pela mídia.

Alguns certamente argumentarão que a mídia não tem outra escolha a não ser falar sobre essas pessoas, porque figuras importantes de um partido político estão falando sobre elas, e o DOJ ou o FBI as está investigando. Sim, os Democratas do Senado disseram que acreditavam nas mulheres que acusaram Kavanaugh de estupro. E Kamala Harris incluiu alegações sem fundamento nos registros do Congresso. Essas são pessoas terríveis.

Se os Republicanos tivessem feito o mesmo, um exército de verificadores de fatos, repórteres, analistas e colunistas, teria se mobilizado para desacreditar, contextualizar e rejeitar as alegações. Eles tratariam quaisquer acusações infundadas da mesma forma que tratam as alegações de corrupção da família Biden (para as quais há toneladas de evidências comprobatórias e circunstanciais), ignorando-as da melhor maneira possível e jogando na defesa. Porém, todo o processo muda dependendo do acusado.

Ora, considerando os padrões usados no dossiê, ou no caso de Blasey Ford, ou no caso de Swetnick, todas as emissoras deveriam fazer, imediatamente, uma reportagem sobre a entrevista com Sinclair.

 

*David Harsanyi é editor sênior do Federalist, colunista reconhecido nacionalmente, colunista do Happy Warrior na National Review e autor de cinco livros — o mais recente, Eurotrash: Why America Must Reject the Failed Ideas of a Dying Continent (em tradução livre, Eurotrash: Por que os Estados Unidos devem rejeitar as ideias fracassadas de um continente moribundo).

 

 

Traduzido por Telma Regina Matheus, para Vida Destra, 23/09/2023.                            Faça uma cotação e contrate meus trabalhos através do e-mail  mtelmaregina@gmail.com ou Twitter @TRMatheus

 

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Telma Regina Matheus Jornalista. Redatora, revisora, copydesk, ghost writer & tradutora. Sem falsa modéstia, conquistei grau de excelência no que faço. Meus valores e princípios são inegociáveis. Amplas, gerais e irrestritas têm que ser as nossas liberdades individuais, que incluem liberdade de expressão e fala. Todo relativismo é autoritarismo fantasiado de “boas intenções”. E de bem-intencionados, o inferno está cheio. Faça uma cotação e contrate meus trabalhos através do e-mail: mtelmaregina@gmail.com ou Twitter @TRMatheus