A razão

“A Razão, como entendimento pessoal sobreposto à emoção e à mística, nos leva à essência objetiva dos casos, dos fatos e das pessoas, pela observação e o raciocínio” – Miranda Sá

Temos visto de tudo na política sobreposta na pandemia causada pelo vírus chinês, assim toda e qualquer atitude nos causa espanto diante do raciocínio de “tiranetes” desprovidos de cultura e sensibilidade.

Somos o país das leis causando até silêncio em debates acalorados quando um dos debatedores exclama que para o assunto não existe lei! Aí o desafeto diz que o assunto não é causídico¹ e sim um laço de humanidade e respeito com o cidadão.

Tudo acaba em pizza! Dizem até que a melhor pizza é brasileira e paulista em todos os sentidos já que o estado de São Paulo é o condutor chefe da política brasileira, sim os últimos presidentes são paulistas de nascimento ou por escolha, em razão disso os maiores escândalos políticos são provenientes da terra da garoa e seus vizinhos.

Será que voltamos a estaca zero ou é só um momento passageiro de fatos reincidentes na política do toma lá dá cá? Na realidade a pressão exercida pela oposição é proporcional ao resultado diante da insistência em prol da corrupção, velada é claro.

Vivemos em insegurança jurídica? Eis uma seara de problemas onde encontramos verdadeiros deuses justiceiros. A empáfia de homens julgadores sem experiência nos leva a sentimentos primitivos até, porém a razão nos remete a calma. Um sistema embrocado deixando até excelentes profissionais boquiabertos diante de medidas inconstitucionais e mesmo incongruentes.

E por que tudo acontece de forma vil e o povo não se rebela? A resposta é muito simples: o povo está mais preocupado com a sobrevivência do que com o futuro. E a intelectualidade o que faz? Se for à direita do rei está sendo pressionada e por isso sem voz nas redes sociais, a única via possível para manifestar. À esquerda do rei resta o silêncio ou alimentar os deuses justiceiros. Aqueles que nem na esquerda ou direita se encaixam estão desiludidos e sem motivo aparente para rebelar contra o autoritarismo.

Há os que acreditam que um homem sozinho pode agregar forças sem ideologização, será? Num mundo abarrotado de informações de todas as formas, maneiras e sub intenções, somos engolidos pela maldade humana pela gana do poder. O brasileiro tem por profissão a esperança, um especialista de nascença, daí para se rebelar contra o estabelecido somente o tempo irá dizer.

Sem dizer nomes, a não ser o epigrafado, tenho a responsabilidade de fazer a mea culpa? É lógico que não! Não cabe aqui o sentimento isolado e sim o coletivo, portanto a indignação diante da obstrução de homens idealistas nas redes sociais pelo tiranete de plantão, é uma causa coletiva, embora não popular já que a massa ignara não tem conhecimento do golpe.

Golpe? Alguns irão dizer que é pura ilação, porém, os fatos são verdadeiros ao entregar nas mãos de 11 pessoas as decisões que aproximadamente 57 milhões num universo de 110 milhões que escolheram para dar destino diferente dos antecessores

Dizem os desafetos vermelhos que o atual governante ou seu governo não praticam a democracia, ora qual foi a lei oriunda do executivo e respaldada pelo legislativo contrário à democracia? Caímos na mesma situação dos debatedores no momento que um deles exclama pela inexistência da lei.

Por fim, falam demais e essa abundância de parlatório velam os responsáveis por toda celeuma onde é causa e efeito, sim, o Congresso Nacional!

É por aí, que encontramos os motivos da Razão consciente demorar a chegar entre nós e o porquê de não se impor no despudorado cenário político brasileiro, aonde se inverte a observação conceitual das casas legislativas em prejuízo da consciência cívica e da honestidade.

Welton Reis, para Vida Destra, 11/01/2021.
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¹ causídico : patrono de causas; advogado, defensor.