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A revolta de um povo contra a ecotirania

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A revolta de um povo contra a ecotirania

 

 

Da Holanda ao Sri Lanka, as pessoas já suportaram o bastante da histeria verde da elite.

 

Fonte: Spiked online

Título original: A people’s revolt against eco-tyranny

Link para a matéria original: aqui!

Publicado em 6 de julho de 2022

 

Autor: Brendan O’Neil

 

Se a polícia abrisse fogo contra manifestantes em uma nação europeia, nós ouviríamos [alguém] falar sobre isso, certo? Se houvesse uma insurreição em massa de trabalhadores em um país da União Europeia, tomando as ruas aos milhares para causar paralisações em estradas, aeroportos e no próprio parlamento, isso geraria uma grande cobertura midiática no Reino Unido, concordam? A esquerda radical certamente diria alguma coisa também, considerando suas reivindicações de apoio ao cidadão comum contra o Sistema. Policiais atirando em trabalhadores, homens e mulheres, cujo único crime é terem ido às ruas para exigir equidade e justiça? Haveria demonstrações de solidariedade no Reino Unido, com certeza.

Bem, tudo isso está acontecendo, neste exato momento, em uma nação distante apenas 1 hora de voo da Grã-Bretanha, e a cobertura midiática, aqui, está notavelmente silente. Quanto à esquerda britânica e de outras partes da Europa – apenas silêncio. Esta é a história dos rebeldes fazendeiros holandeses. Esses rebeldes em seus tratores levantaram-se contra o governo e seus planos de introduzir medidas ambientais rigorosas que, dizem eles [os fazendeiros], abalarão gravemente sua capacidade de sobreviver. Eles vêm protestando já há alguns anos, mas, nas últimas semanas, essa fúria se intensificou. Eles bloquearam autoestradas e vias de acesso a aeroportos, atearam fogo em fardos de feno, e invadiram Haia. As coisas ficaram tão sérias que ontem, na província de Friesland, a polícia abriu fogo [contra eles]. Felizmente, ninguém se feriu.

Houve, claro, algumas reportagens fora da Holanda. Mas foram extraordinariamente silenciadas. E não é difícil saber por quê. Esta é uma revolta de um povo contra a ecotirania, contra a determinação da moderna elite de reduzir emissões ‘perigosas’, pouco se importando com as consequências de tais ações para trabalhadores e pobres. Aos formadores de opinião consensual da elite, para os quais o ambientalismo equivale a uma religião, a visão de pessoas insignificantes e desagradáveis se rebelando contra os ditames verdes é uma situação insuportável. Então, eles demonizam esses dissidentes, tal como está acontecendo na Holanda, ou os ignoram, na esperança de que desapareçam, tal como está acontecendo fora da Holanda.

Os fazendeiros têm um caso sólido. A preocupação deles é que os planos do governo para reduzir os gases de efeito estufa abalarão muito duramente a agricultura e outros setores. As metas, apresentadas no último mês, estabelecem o compromisso de a Holanda reduzir à metade o uso de compostos de nitrogênio até 2030. Diz o governo que as emissões de óxido de nitrogênio e amônia, ambos exalados pela atividade pecuarista, terão que ser drasticamente cortadas. Isso exigirá que os fazendeiros exterminem grande parte de seus rebanhos, potencialmente devastando sua subsistência. Pescadores também estão preocupados. A partir do próximo ano, as permissões de pesca serão concedidas com base na adequação das traineiras ao meio ambiente, e muitos pescadores estão temerosos de não conseguirem tais permissões e ficarem incapacitados de garantir a sobrevivência. Eles bloquearam portos, em solidariedade aos fazendeiros. A indústria da construção também pode ser afetada. Cortes judiciais obstruíram muitos projetos de infraestrutura baseando-se na perspectiva de que suas emissões violarão as novas econormas.

As duras medidas holandesas são um resumo do que se tornou a tresloucada e elitista ideologia da mudança climática. Foi uma distante e inimputável oligarquia que ajudou a impingir essas metas de desmonte dos meios de subsistência na Holanda – especificamente, a Corte Europeia de Justiça, que determinou, em 2018, que a Holanda devia adotar uma ação mais firme contra as emissões de nitrogênio. Essa determinação foi confirmada pela Suprema Corte holandesa. E, assim, os eco-soberanos determinaram que a redução de emissões deveria ter prioridade sobre o direito de os trabalhadores sobreviverem. Por que tudo isso está sendo feito? Para proteger plantas, basicamente. Como afirmado em uma reportagem [do site Science], o problema na Holanda é que ‘a diversidade da flora diminuiu à medida que pastos, arbustos e árvores – que ‘amam’ nitrogênio – invadiam [espaços]’. Podem me chamar de monstro negacionista do clima, mas eu acredito que o direito das pessoas de trabalhar deve ter precedência sobre os direitos das plantas.

Não é só na Holanda que as pessoas estão se revoltando contra o eco-elitismo e seu impacto nocivo na classe trabalhadora. A revolta dos gilets jaunes [coletes amarelos], que durou um ano na França, começou com uma revolta em massa contra a grande ideia verde do governo de aumentar o preço dos combustíveis. Em um desafio brilhante ao misticismo das elites eco-obcecadas, os cartazes dos gilets jaunes diziam que, onde figuras do sistema reclamavam do ‘fim do mundo’, o restante de nós estava preocupado com ‘o fim do mês’. E no Sri Lanka há, agora, uma desordem generalizada, com blecautes, escassez de alimentos e falta de combustíveis, tudo isso causado, em parte, pelo culto à Emissão Zero. No ano passado, o Sri Lanka anunciou que se tornaria o primeiro país 100% orgânico, um ‘Sri Lanka Verde’. Especialistas alertaram que não seria possível produzir alimento e energia suficientes sob essas ecocondições, mas o governo não os ouviu. Agora, as pessoas estão sofrendo e contra-atacando.

As pessoas já suportaram o bastante da histeria verde das elites globais. Lutar contra o Armagedom fantasioso que, aparentemente, será provocado pela mudança climática até pode prover um senso de propósito às classes política e média, mas as consequências de suas ecopolíticas insanas serão catastróficas para os trabalhadores do Oeste e os pobres do Sul subdesenvolvido. O que as pessoas precisam, e querem, é crescimento, trabalho, segurança econômica e mais conforto – nada disso será entregue pela determinação demente de reduzir a zero as emissões ‘ruins’. Após o lockdown, nós ‘reconstruiremos melhor’, disseram as elites, mas, na verdade, elas continuam a aprofundar a ideologia – anticrescimento, anticonstrução e anti-humana – de proteger a natureza contra a humanidade saqueadora e seus venenos demoníacos. Tomara que a efervescente revolta global contra toda essa ecodemência provoque uma defesa mais firme da indústria, do progresso e da importância de priorizar as necessidades da humanidade, e não os sentimentos de Gaia.

 

Brendan O’Neill é redator-chefe de política na Spiked e apresentador do podcast The Brendan O’Neill Show, da Spiked. Inscreva-se no podcast aqui.

 

 

Traduzido por Telma Regina Matheus, para Vida Destra, 09/07/2022.                                  Faça uma cotação e contrate meus trabalhos através do e-mail  mtelmaregina@gmail.com ou Twitter @TRMatheus

 

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2 COMMENTS

  1. Conheço esta pessoa dona de uma cultura invejável ,sou sua fã há tempos.
    Parabéns,Telminha,sempre nos presenteando com seu exímio trabalho.

    • Obrigada, Marta. Sempre gentil e amorosa. Fico feliz de poder contribuir com informações que trazem um pouco de luz à verdade que tantos tentam esconder. Mas a verdade é uma entidade muito inconveniente. Ela sempre aparece.

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Telma Regina Matheus Jornalista. Redatora, revisora, copydesk, ghost writer & tradutora. Sem falsa modéstia, conquistei grau de excelência no que faço. Meus valores e princípios são inegociáveis. Amplas, gerais e irrestritas têm que ser as nossas liberdades individuais, que incluem liberdade de expressão e fala. Todo relativismo é autoritarismo fantasiado de “boas intenções”. E de bem-intencionados, o inferno está cheio. Faça uma cotação e contrate meus trabalhos através do e-mail: mtelmaregina@gmail.com ou Twitter @TRMatheus