O Brasil passa por um momento histórico, que no futuro muito provavelmente será considerado um divisor de águas. Para alguém com a minha idade, certas constatações não são difíceis de serem alcançadas.
Uma destas constatações é a de que tudo o que o país vive hoje é o resultado de situações que ocorreram ao longo de décadas, cujas consequências foram acumulando e gerando distorções que nos conduziram aos problemas atuais.
Há tempos assistimos situações bizarras acontecerem no país mas fomos passivos em nossa reação, o que acabou permitindo que estas bizarrices continuassem a acontecer. As coisas foram crescendo em proporção e gravidade, e chegaram ao ponto de agentes públicos ignorarem as leis e pisarem a Constituição Federal.
No passado nossa passividade foi alimentada pelo sistema educacional, que levou a nossa sociedade a se concentrar na busca do pão diário, deixando a política nas mãos daqueles que seriam “os escolhidos” para lidar com as decisões nacionais. E também foi alimentada pela velha mídia, que se encarregou de fornecer ao povo o entretenimento, fechando o velho círculo do “pão e circo”.
Não estou exagerando. Afinal quem nunca ouviu a frase que dizia que “política, religião e futebol não se discutem”? Esta frase é só um exemplo da mentalidade que foi construída e arraigada em nós ao longo do tempo, fazendo com que muitas pessoas acreditassem que certos assuntos não podem ser discutidos. Nada mais equivocado.
Numa verdadeira democracia, onde vigora a liberdade de expressão, todos os assuntos podem ser abordados no debate público, salvo aqueles que são vedados por legislação existente. Cito como exemplos a apologia ao uso de drogas ou a apologia ao nazismo, que são crimes previstos em lei no Brasil. Vale lembrar aqui que todo cidadão tem, ao menos em tese, a liberdade de fazer tudo aquilo que a lei não proibir. E afirmo que é em tese pois mesmo que não haja restrições legais, podem haver restrições morais e éticas que servem de impedimento para que certos atos sejam praticados ou que certas palavras sejam ditas.
Creio que o grande despertar da nação veio quando certos fatos foram tão gritantes que fizeram com que a realidade se impusesse com força, tirando a sociedade do estado de letargia no qual permaneceu enquanto os inimigos tomavam de assalto o Estado brasileiro. O debate de ideias passou a crescer e todos sentiam a necessidade de expor o que pensavam.
Foi a partir deste ponto que muitas pessoas passaram a buscar informações e despertaram para a necessidade de aprender, compreendendo também que a participação na vida política é mais que apenas depositar um voto numa urna a cada quatro anos. Entenderam que até para que pudessem votar com consciência precisavam de informações e conhecimento.
E a busca de informações levou muita gente a reconhecer a própria ignorância, a ver o quanto foram vítimas da manipulação perpetrada por um sistema criado para que um grupo de pessoas tomasse o poder sem que ninguém reagisse. E também a buscar o conhecimento que não obtiveram através do nosso sistema educacional, escancarando assim a manipulação ideológica que também tomou conta da nossa educação.
A busca por estudos mais aprofundados sobre a nossa história, sobre filosofia, política, direito, economia e até mesmo teologia, levou muita gente a desenvolver ou resgatar o hábito da leitura, algo que sempre foi muito restrito em nossa sociedade. Os fatos escancararam a necessidade urgente de investirmos não apenas na nossa educação pessoal mas na educação como um todo, principalmente das nossas crianças, que são as herdeiras de tudo o que estamos produzindo hoje, seja bom ou ruim.
O brasileiro despertou para o fato de que precisamos nos aperfeiçoar constantemente. Hoje conhecer os direitos que estão registrados na Constituição não é privilégio de juristas mas qualquer cidadão consegue identificá-los. O estudo e o aperfeiçoamento intelectual está mostrando às pessoas que certas atitudes não podem ser apenas momentâneas mas devem ser constantes. Por exemplo, a nossa participação na vida política do país deve ser constante e não apenas no período eleitoral.
A vigilância e a fiscalização do trabalho de todos os agentes públicos devem ser constantes. A manifestação da vontade popular deve ser constante, de todas as formas que a nossa Constituição permitir.
Agora que finalmente despertamos de um longo sono cívico não podemos nos dar o luxo de voltar a adormecer. Não podemos nos dar o luxo de voltarmos para a ignorância. Não podemos nos dar o luxo de permitir que bandidos e criminosos comprovados voltem à cena do crime e sejam recompensados pela impunidade concedida por um Judiciário mancomunado e integrante do esquema.
Sei que todos nós queremos que tudo se resolva o mais rápido possível para que possamos retomar a nossa vida normal. Porém, nossa vida jamais será como antes. Não conseguiremos voltar à passividade, ainda mais depois de vivermos quatro anos nos quais vimos que é possível consertarmos os estragos que foram feitos para aparelhar as instituições do Estado e colocarmos o país definitivamente no caminho do sucesso e da prosperidade.
Vimos que é possível um presidente montar um ministério técnico, e também fazer com que as empresas estatais trabalhem com o mínimo de seriedade e profissionalismo. Constatamos que é perfeitamente possível que o país tenha a infraestrutura de que necessita sem que o Estado precise desembolsar os recursos de que não dispõe.
Quanto mais estudarmos e aprimorarmos o nosso intelecto, mais exigentes nos tornaremos e mais intolerantes com a incompetência, principalmente dos agentes públicos, nos tornaremos.
Por mais difícil que seja temos que nos manter firmes, sempre tendo em mente que estamos lutando e trabalhando pela construção do nosso país e não podemos delegar a ninguém esta responsabilidade. Temos que lutar em todas as frentes possíveis mas não podemos nos esquecer que a nossa maior arma é o conhecimento.
Por mais que tentem nos tratar como manés, agora temos o conhecimento da verdade e este conhecimento finalmente está libertando o povo brasileiro.
Sander Souza (Conexão Japão), para Vida Destra, 18/11/2022.
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A esquerda levou anos de doutrinação chegando a envolver capitalistas nato. Ao ver economistas de renome dar respaldo a candidatura de um criminoso, temos sim que parar para pensar na maldade humana. A oligarquia financeira tinha certeza que dominaria os rumos, porém o DNA populista falou mais alto. Não fui às portas do quartéis por motivo óbvio, a maioria é socialista, portanto não acredito que irão colocar em prática a GLO. Perderam poder ao se unirem em um só ministério. A ditadura do judiciário é clara como água cristalina. Iremos viver dias nebulosos. Forte abraço !