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As Olimpíadas de Tóquio – 2021

A olimpíada é a maior competição esportiva do mundo. Sua origem remonta à Grécia antiga, e a olimpíada, como a conhecemos, foi realizada pela primeira vez no ano de 1896, em Atenas, na Grécia. Desde então, os jogos olímpicos não são apenas a vitrine que expõe os melhores atletas do mundo, mas também tem servido, ao longo dos anos, como vitrine para mostrar o sucesso político, econômico ou ideológico do país anfitrião.

Um exemplo disso são os Jogos Olímpicos de Berlim, realizados em 1936, durante o governo de Adolf Hitler, que tentaram mostrar ao mundo a superioridade da nação alemã e da ideologia nazista, bem como a suposta superioridade da chamada raça ariana. Nas edições seguintes, os jogos seguiram servindo de vitrine, onde cada cidade sede mostrava o seu melhor, em termos de infraestrutura, desenvolvimento econômico e humano. Os jogos olímpicos modernos são sempre pensados de forma a deixar um legado à população local, já que os custos para a sua realização são exorbitantes. Porém, mais que o legado cívico, tudo é pensado com o objetivo de se colher frutos políticos.

Outros dois exemplos emblemáticos que posso mencionar, são os Jogos Olímpicos de Moscou, realizado em 1980, e os de Los Angeles, de 1984, que serviram de vitrine para que as duas superpotências rivais da época, Estados Unidos e União Soviética, buscassem mostrar ao mundo a superioridade econômica, científica, militar, política e sobretudo, ideológica.

Como todos sabem, as Olimpíadas de Tóquio deveriam ter sido realizadas no ano passado, mas tiveram que ser adiadas devido à pandemia de covid-19. Esta não será a primeira vez que a capital japonesa receberá uma edição dos jogos olímpicos de verão. Tóquio sediou os jogos em 1964, apenas 19 anos após o término da Segunda Guerra Mundial e da rendição incondicional do Japão aos Aliados. O país foi completamente destruído pela guerra, e os Jogos Olímpicos de 1964 seriam a oportunidade do Japão mostrar ao mundo a sua fantástica reconstrução e recuperação pós guerra, que ficou conhecido como o Milagre Japonês. Um dos símbolos expostos na vitrine olímpica foi o Shinkansen, o famoso trem-bala japonês, inaugurado naquele ano, ligando a capital à Osaka, a segunda maior cidade japonesa.

A primeira versão do trem-bala, inaugurado em 1964
Entrada da delegação japonesa no Estádio Olímpico de Tóquio, durante a cerimônia de abertura dos jogos de 1964

Se naquela ocasião o desejo de mostrar ao mundo o seu sucesso econômico era o principal objetivo, nesta oportunidade o desejo não era diferente. O Japão viveu anos de estagnação e retrocesso econômico, viu o déficit fiscal e a dívida pública explodirem, a sua população envelhecer e diminuir. Viu também a China tomar o seu lugar como segunda maior potência econômica do planeta, e os jogos eram a oportunidade perfeita para mostrar que as políticas de recuperação implementadas pelo ex-primeiro-ministro Shinzo Abe, apelidadas de Abenomics, tinham conseguido conter a crise econômica. Além disso, a injeção de recursos que o turismo traria seria importantíssima para revitalizar o comércio e o setor de turismo locais.

Porém, o que ninguém podia imaginar é que teríamos uma pandemia, que colocaria tudo a perder. Mesmo com a realização dos jogos, que devem acontecer a partir do dia 23 de julho, nem de longe se obterão os resultados que se esperavam. Não se conseguirá recuperar os investimentos feitos, e não se terá muito a ser mostrado na vitrine olímpica.

Mais do que o sucesso econômico ou político que costumávamos ver, creio que o único sucesso que será celebrado nesses jogos será o da ideologia por trás das medidas de combate à pandemia, pois ela conseguiu colocar o mundo de joelhos, por pouco não causou um crash econômico global, ceifou centenas de milhares de vidas e implementou um novo normal na vida das pessoas. Além de fornecer os meios para que governantes inescrupulosos agissem de forma ditatorial, sem ninguém que os detivesse.

Estes serão os primeiros jogos realizados sob as regras de distanciamento social e de uso de máscaras. Se antes os jogos tinham o objetivo de unir os povos e celebrar a paz através do esporte, hoje, com a covid-19, tudo se inverteu! A união bem vista é aquela que já não une, de fato!

As Olimpíadas de Tóquio mostrarão a todos as consequências de uma pandemia cuja origem é suspeita. E todos poderemos ver até que ponto fomos submetidos a um verdadeiro terrorismo biológico. Espero que a gente consiga se recuperar, e que os próximos jogos possam recuperar a sua motivação original.

 

 

Sander Souza (ConexãoJapão), para Vida Destra, 28/05/2021.
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3 COMMENTS

    • Muito obrigado por ler e comentar! Vivi lá até setembro passado, e asseguro a você que nem de longe o distanciamento ao qual eles aderiram se parece com o nosso! Lá não houve medidas restritivas como aqui!

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