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As redes sociais e a intolerância

As comunicações interpessoais modernas não seriam as mesmas sem as redes sociais. Através delas, as distâncias deixaram de ser um impedimento na comunicação entre as pessoas, e hoje podemos acompanhar instantaneamente a rotina dos nossos amigos, familiares, e até mesmo de pessoas que só conhecemos virtualmente. Não temos dúvidas dos benefícios que as redes sociais trouxeram para a nossa comunicação, ainda mais em tempos de pandemia, onde muita coisa passou a ser feita apenas virtualmente.

Mas apesar dos benefícios, as redes sociais trouxeram também muitos problemas, e neste breve artigo quero tratar daquele que considero o maior deles, que é o incentivo à intolerância generalizada promovido pelo ambiente virtual.

Esta intolerância muitas vezes ocorre sem que a gente perceba. As redes sociais acabam facilitando o agrupamento de pessoas que pensam de forma semelhante, tem os mesmos gostos e defendem as mesmas pautas. A princípio, não há nenhum problema nisso. Porém, isto acaba criando um ambiente com pouca ou nenhuma divergência, e com isso as pessoas vão desenvolvendo, com o passar do tempo, mesmo sem perceber, uma intolerância cada vez maior com relação àqueles que pensam diferente.

Estarmos inseridos em grupos com o mesmo pensamento nos dá uma falsa sensação de segurança. Porém, o preço intelectual que pagamos por esta suposta segurança é alto demais.

É importante que façamos uma reflexão sobre como estamos lidando com os pensamentos divergentes no dia a dia nas redes sociais. Se estamos usando o block ao primeiro sinal de divergência, então a luz amarela deve se acender! Obviamente que ninguém é obrigado a curtir ou seguir quem não gosta. Mas será que não estamos sendo intolerantes sem perceber? Será que estamos nos afastando de boas pessoas, apenas por causa de divergências pontuais? Será que estamos permitindo que a intolerância nos afaste dos debates de ideias, que são os motores do crescimento intelectual da nossa sociedade?

Não podemos nos esquecer que o debate de ideias sempre envolve pontos de vista diferentes. Sempre haverá uma tese, uma antítese, e o embate entre elas é que gerará a síntese! Ao nos deixar levar pela intolerância à divergência, estaremos nos tornando intelectualmente pobres, mentalmente medíocres, e isto só facilita o trabalho daqueles que querem destruir os nossos valores e as nossas ideias. A imposição de ideias se torna algo natural em ambientes onde a intolerância prevalece.

Uma opinião diferente, expressa com respeito, pode abrir a nossa mente para que possamos compreender aspectos sobre determinado assunto que estavam ocultos a nós. É assim que aprendemos e evoluímos, e construímos um juízo o mais próximo possível da realidade.

Portanto, sigamos o conselho do ex-presidente americano Ronald Reagan, que dizia: “A pessoa que concorda com você 80% do tempo é uma amiga e aliada – não 20% traidora“. Em outras palavras, nem sempre concordaremos 100% com as pessoas, mas as divergências pontuais não devem ser motivo para inimizade e intolerância. Temos que ter maturidade para focar sempre no que temos em comum com as pessoas, e não focar apenas nas divergências. Só assim, conseguiremos manter a nossa sociedade intelectualmente forte e saudável, e preparada para enfrentar os verdadeiros opositores, que são aqueles que querem se aproveitar desta atmosfera de intolerância potencializada pelas redes sociais para nos dividir e depois nos conquistar. Chega de fazer o jogo do inimigo!

 

 

Sander Souza (Conexão Japão), para Vida Destra, 12/11/2021.
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