Alerta: o link para o site Live Action News leva a uma matéria detalhada sobre o incidente aqui relatado. Detalhes, fotos e vídeos são muito assustadores. Aconselho discernimento e cuidado.
Este é o texto mais difícil que já escrevi. Para chegar até aqui, tive que passar por informações, depoimentos, descrições, vídeos e fotos de uma escuridão estarrecedora. Pela sensibilidade do tema, não compartilharei os detalhes mais sórdidos, e, embora quase tenha desistido de redigir este artigo, o choque de realidade é necessário, talvez essencial.
Em um incidente envolto em detalhes estranhos, contradições e perguntas sem respostas – tanto dos envolvidos quanto das autoridades –, a polícia de Washington, D.C., encontrou os corpos e restos mortais de 5 bebês no apartamento da jovem de 28 anos que acionara a força policial e que, segundo declarou, os havia ‘resgatado’ de uma clínica, como evidência de que abortos criminosos estão sendo praticados na capital dos Estados Unidos. O fato aconteceu na última quinta-feira, dia 31 de março, e ainda está envolto em controvérsias. A polícia, como de praxe, descartou rapidamente a possibilidade de abortos ilegais e, ato contínuo, calou-se.
Independentemente do que se venha a descobrir no futuro, o único fato inconteste permanece: 5 bebês foram assassinados, e da maneira mais cruel e brutal.
Em declarações ao site Live Action News, médicos especialistas afirmaram que os bebês eram seres humanos viáveis – terminologia que utilizam para se referir a crianças cujo tempo de gestação já lhes permite viver fora do ventre de suas mães. Segundo eles, há fortes indícios de práticas abortivas ilegais e violações éticas por parte da clínica de onde os corpos e restos mortais foram retirados.
Em Washington, D.C., os abortos “tardios” são permitidos, significando que as clínicas podem aplicar tais procedimentos em gestações com até 27 semanas ou mais. Ou mais!!! Vinte e sete semanas já beiram o surreal, mas nada pode ser tão ruim que não possa piorar. Esse “ou mais” na prática permite que, até horas antes do nascimento natural, uma “mãe” decida que não está preparada para ter um filho.
Se o procedimento do aborto tardio é, digamos, ‘protegido’ por lei, por que então a denúncia? Aí entram as tecnicalidades jurídicas do sistema americano. O método usado para fazer o aborto determina se médicos e profissionais de saúde incorrem ou não em crime. Não entrarei nos detalhes dos procedimentos abortivos disponíveis e praticados, cuja descrição equivale a um soco no estômago. Vale dizer, porém, o que os abortistas não podem fazer: eles não podem induzir o parto e, então, matar o bebê. Também não podem se abster de procedimentos de preservação da vida caso, tendo utilizado os métodos “corretos”, o bebê sobreviva à tentativa de aborto. Ufa! Ainda bem. Ficamos todos mais tranquilos, agora. (Perdão pelo sarcasmo, mas é tudo tão absurdamente macabro que, às vezes, só o que resta é o sarcasmo.)
Aparentemente, o estado dos restos mortais dos 5 bebês levanta a suspeita de que este foi o método utilizado: indução de parto seguida da morte do bebê. Todas as 5 crianças supostamente assassinadas, visto que as evidências, por ora, indicam que eram saudáveis e viáveis, tinham entre 26 e 32 semanas de gestação. Para os neonatologistas chamados a avaliar o caso, o cenário é aterrador.
Apesar da comoção que o assunto gerou na mídia, é grande a probabilidade de que tudo fique por isso mesmo. O médico legista da cidade de Washington disse que não pretende fazer a necropsia dos fetos abortados “legalmente”. A polícia afirmou que uma investigação está em andamento, mas não forneceu mais detalhes.
Quanto aos bebês, o grupo ativista pró-vida Progressive Anti-Abortion Uprising (PAAU) providenciará uma cerimônia de batismo das crianças e, em seguida, o funeral adequado. Que essas crianças estejam ao lado de Deus Pai e Deus Filho, em um lugar onde jamais serão submetidas à dor lancinante que sofreram em seu pouco tempo na Terra.
Moloch sorri
A sanha pelo aborto a qualquer custo é incompreensível para aqueles que têm ao menos algum resquício de humanidade.
O número de clínicas abortistas cresce a uma velocidade assustadora. Médicos e profissionais de saúde (de saúde!!!) especializam-se em procedimentos e em manobras para fugir às tecnicalidades jurídicas que poderiam comprometê-los. A própria Organização Mundial da Saúde já deu seu aval várias vezes, e o faz publicamente sempre que conveniente. O Vaticano se aproxima e aceita apoio, participação e projetos conjuntos com organizações declaradamente abortistas, intensificando uma das mais graves crises da Igreja Católica. Pastores evangélicos, das mais variadas denominações, relativizam a questão; em alguns casos, simplesmente apoiam essa cultura da morte.
Nos Estados Unidos, alguns estados fecham o cerco e aprovam leis que coíbem o assassinato de crianças no ventre de suas mães, como Wisconsin, Oklahoma e Flórida. Outros, porém, sob o domínio demoníaco do Partido Democrata –, e que hoje contam com o apoio e o incentivo de um presidente decrépito, cuja família está envolta em escândalos odiosos que transbordam dos laptops from hell (laptops do inferno) de Hunter Biden –, avançam na direção contrária. Maryland e Califórnia debatem projetos de lei que podem, por força de tecnicalidades e questões de semântica, deixar impune a morte de crianças com até 27 dias depois de nascidas.
No Colorado, o governador Democrata, Jared Polis, acaba de sancionar a lei que permitirá a prática do aborto até o momento do nascimento, desde que, claro, a criança esteja no útero. A lei ainda determina que, no Colorado, será ilegal “negar, restringir, interferir ou discriminar o direito fundamental de um indivíduo de usar ou rejeitar a contracepção, ou de prosseguir com uma gravidez, ou de fazer um aborto. E acrescenta: “um óvulo fertilizado, um embrião ou um feto não possui direitos independentes ou derivativos sob as leis do estado”.
Enquanto alguns de nós choram, Moloch sorri. No ventre desse demônio venerado como deus na antiguidade também morriam crianças.
Aos que ainda não perderam a dignidade e a essência humanas, o alerta está dado. Não por mim, mas pelo cenário maligno que se espalha pelo mundo, cobrindo-o com um nevoeiro pegajoso que já está à nossa porta. Precisamos reagir e, frente a eventos como os descritos, não ceder ao derrotismo ou ao medo, antes, precisamos nos indignar. É na indignação que morre a relativização da ‘moral’ mais depravada que a humanidade já enfrentou. E se podemos pouco no âmbito prático, podemos muito no transcendente: joelho no chão, terço na mão e muita, mas muita oração.
Telma Regina Matheus, para Vida Destra, 07/04/2022. Sigam-me no Twitter, vamos debater o meu artigo! @TRMatheus
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