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Isto é o que você precisa saber sobre os tumultos do ‘Verão do Amor’ na França
A situação em curso na França guarda semelhança impressionante com a violência [dos movimentos] Black Lives Matter e Antifa que, em maio de 2020, tomou conta das cidades americanas após a morte de George Floyd.
Fonte: The Federalist
Título original: What You Need To Know About France’s ‘Summer Of Love’ Riots
Original: aqui!
Publicado em 6 de julho de 2023
Autor: Shawn Fleetwood*
Autoridades francesas estimaram que os baderneiros queimaram ou saquearam mais de 1.100 edifícios públicos e privados, na última semana, em sua reação violenta a um tiroteio policial envolvendo um cidadão francês de 17 anos, de ascendência argelina.
Na quarta-feira, uma agência de notícias francesa informou que, de acordo com o Ministério do Interior do país, cerca de 1.105 edifícios – entre eles, delegacias de polícia, prefeituras e escolas –, foram atacados desde o início dos tumultos em 27 de junho. O ministro da Economia, Bruno Le Maire, afirmou à afiliada da CNN que mais de 1.000 estabelecimentos comerciais foram “vandalizados, atacados ou incendiados”. Estima-se que os danos custarão [à França] mais de 1 bilhão de dólares.
A motivação para a violência que se alastrou por todo o país ocorreu em 27 de junho, quando um policial francês atirou e matou “Nahel M.”, de 17 anos, durante uma blitz de trânsito. Embora os detalhes da situação ainda sejam inexatos, os primeiros relatos indicam que o evento se desdobrou após um policial parar um jovem, no subúrbio de Paris, que supostamente infringira as normas de trânsito. Segundo a Fox News, a polícia alegadamente afirmou que Nahel “avançou com o carro na direção de um dos policiais, mas o vídeo [do incidente] mostra um dos policiais apontando uma arma para o jovem e dizendo ‘Você vai levar uma bala na cabeça’”.
“O policial aparece, então, atirando em Nahel quando o carro repentinamente se afasta e percorre apenas uma curta distância antes de bater. Nahel morreu no local. A polícia prendeu o policial infrator e abriu investigação para apurar as acusações de homicídio voluntário. As denúncias contra ele foram apresentadas na sexta-feira”, diz a reportagem da Fox. Desde então, os advogados do policial alegaram que seu cliente pretendia atirar na perna de Nahel, mas foi atingido quando o carro arrancou, e que não pretendia matá-lo.
Embora Nahel já fosse conhecido pelas autoridades antes do incidente, ele aparentemente não tinha ficha criminal, segundo a BBC.
Os números do Ministério da Justiça, da França, apontam que “3.915 pessoas foram presas em todo o país desde sexta-feira – 374 compareceram ao tribunal e 120 foram condenadas à prisão”, e a idade média dos detidos é de 17 anos. Aproximadamente 700 agentes de segurança ficaram feridos desde que a violência começou, mas “nenhum ferimento grave foi relatado”.
O presidente francês Emmanuel Macron – que foi flagrado dançando em um show do Elton John enquanto os distúrbios tomavam conta de seu país – ofereceu uma explicação um tanto confusa sobre os tumultos. Embora o presidente francês tenha qualificado o tiroteio envolvendo Nahel como “inexplicável” e “imperdoável”, ele não chegou a confirmar as alegações dos esquerdistas de que há um “racismo sistêmico” nas forças policiais francesas.
Macron também alegou que as Big Techs – como TikTok e Snapchat – ajudaram a fomentar os tumultos. Ele disse que sua administração atuará junto às gigantes da mídia social para remover “os conteúdos mais impactantes” e para identificar os usuários que “convocaram a desordem ou exacerbaram a violência”.
Na sexta-feira, dois sindicatos que representam um grande contingente de policiais franceses emitiram um comunicado condenando Macron por sua resposta aparentemente negligente aos tumultos. Além disso, os sindicatos instaram o presidente a apoiar a polícia francesa em suas tentativas de reprimir a violência.
“Em face dessas hordas selvagens, pedir calma não é suficiente, precisamos impô-la, para [assim] restabelecer a ordem na república e manter os presos longe de onde possam agir”, diz o comunicado.
Marine Le Pen – que concorreu contra Macron nas eleições presidenciais francesas de 2017 e 2022 – também apareceu para criticar o presidente pela forma como está lidando com a crise. Em uma sequência de tuítes no dia 29 de junho, ela disse que a França “está ficando cada vez pior, e os franceses estão pagando o preço terrível por essa covardia”. O governo já mobilizou 45.000 policiais para lidar com os tumultos.
A situação em curso na França guarda semelhança impressionante com a violência do “verão do amor” fomentado por Black Lives Matter e Antifa que, em maio de 2020, tomou conta das cidades americanas após a morte de George Floyd. Assim como o incidente na França, os anarquistas de esquerda nos Estados Unidos usaram a morte de Floyd como pretexto para tumultuar, saquear e incendiar cidades importantes em todo o país. E de modo bastante similar à resposta do governo francês para a crise, muitas autoridades norte-americanas esperaram até que os danos ocorressem e vidas fossem perdidas para, então, implantar contramedidas eficazes de repressão à violência.
*Shawn Fleetwood é redator efetivo do Federalist. Graduado pela University of Mary Washington, ele atuou, anteriormente, como redator na Convention of States Action. Seus artigos já foram publicados em inúmeras mídias de notícias, incluindo RealClearPolitics, RealClearHealth e Conservative Review.
Traduzido por Telma Regina Matheus, para Vida Destra, 08/07/2023. Faça uma cotação e contrate meus trabalhos através do e-mail mtelmaregina@gmail.com ou Twitter @TRMatheus
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