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Jornalista que foi presa na China por cobrir a pandemia está perto da morte

Por Vinicius Mariano                                                                              @viniciussexto

 

A jornalista chinesa Zhang Zhan, que foi condenada a 4 anos por fazer cobertura da pandemia de Covid-19 em Wuhan, está correndo risco de morrer na prisão feminina de Xangai, segundo informações da Federação Internacional de Direitos Humanos (IFHR) nesta sexta-feira (5). A cobertura ocorreu em fevereiro, antes da pandemia começar oficialmente, e a condenação em maio de 2020.

Citando o irmão da vítima, Ju Zhang, o IFHR disse que a jornalista presa, que está fazendo greve de fome parcial desde o ano passado, atualmente pesa menos de 40 quilos. Ju postou uma foto de sua irmã de 2007, pedindo para que o mundo se lembre de como ela era e que talvez ela não sobreviva ao inverno chinês.

Além da prisão arbitrária, a família relata dificuldades para visitar a jornalista na prisão: uma pessoa próxima da vítima, que não quis se identificar, disse à AFP que a família pediu para visitá-la há mais de 3 semanas na prisão feminina de Xangai, mas não obteve resposta das autoridades da ditadura chinesa. Além de Zhang, a China prendeu outros 3 jornalistas que cobriram a pandemia, acusando-os de “provocar brigas e problemas”.

Prisões arbitrárias

Na China, é comum haver prisões arbitrárias de jornalistas e ativistas que falam coisas que desagradam o governo, o que, embora tenha aumentado com o ditador Xi Jinping, já ocorria à exaustão antes.

Foi o que ocorreu com Ai Weiwei, arquiteto preso em 2010 por usar as redes sociais para criticar o governo; Liu Xiaobo, prêmio Nobel da Paz de 2010, falecido em 2017, preso em 2008 por assinar a Carta 08, um documento que pedia reforma democrática na China; Gao Zhisheng, advogado preso em 2009 por defender direitos de minorias religiosas na China; Chen Guangcheng, ativista pró direitos humanos que é cego, foi detido em 2005 por ser um dos primeiros a denunciar as perseguições ocorridas na cidade chinesa de Linyi, onde mulheres eram forçadas a fazer abortos para obedecer à “política do filho único”.

 

*Esta notícia pode ser atualizada a qualquer momento.

 

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