O Ministro da Economia, Paulo Guedes, fez uma palestra (*) no TC – Trades Club S.A. — plataforma para investidores — sobre Perspectivas Econômica e Política do Brasil, no dia 19.05.2022 e o Presidente Bolsonaro recepcionou em um hotel de Porto Feliz, o empresário sul-africano Elon Musk, que irá trazer conectividade pelo Projeto Conecta Amazônia, através dos satélites da SpaceX, a 19.000 escolas não conectadas em áreas rurais da Amazônia e apoiar o Governo brasileiro a monitorar a floresta Amazônia, com uso de tecnologia avançada, para mitigar desmatamentos e incêndios ilegais. Mas que alhos têm a ver discurso de Paulo Guedes com bugalhos, Elon Musk, na Amazônia?
A parceira entre as iniciativas pública e privada vai levar internet às escolas, contribuindo substancialmente com a meta do Ministério das Comunicações de conectar 100% das unidades publicas de ensino da Região Norte até o fim de 2022, além de levar acesso à internet para unidades de saúde, comunidades indígenas e locais remotos. Lembro que existe artigo de minha autoria que você encontra aqui, sobre levar infraestrutura de telecomunicações para a Região Amazônica pelo Governo Bolsonaro.
Agora a pergunta que fica para o empresário Elon Musk: Que vantagem Maria leva? Na parceria que se desenha com o Governo, o empresário poderá utilizar-se da base aeroespacial de Alcântara – MA para lançamento de foguetes com satélites da Space-X, assim como pode se beneficiar da extração do nióbio brasileiro para alimentar os veículos elétricos da TESLA, outra empresa de Musk, que pode instalar uma filial em Manaus.
Tudo bem! Com o controle dos desmatamentos e incêndios na Floresta Amazônica pelos Satélites de Musk, o que tem a ver com o ingresso do Brasil na OCDE – Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico? Mas antes, temos que trazer o discurso de Paulo Guedes na Palestra sobre convencimento da Comunidade Europeia e cadeias produtivas globais.
Em seu discurso, Paulo Guedes diz que a oposição afirma que Bolsonaro chegou e quebrou o Brasil. Esquece, diz ele: “O Brasil crescia a 7% a.a., depois a 5% a.a, 2% a.a. na década perdida, e depois passou a crescer zero. Aí, se auto impôs uma recessão, que destruiu 3 milhões de empregos, em 2015 e 2016. Não foi COVID-19, não foi ninguém que veio de fora, foram os brasileiros que destruíram o Brasil. Com Bolsonaro, há uma ruptura em relação a isto. É natural que quem ficou 30 anos no poder, reclame das regras democráticas. A democracia brasileira está em risco. Tem um golpe. Cadê o golpe? Quem deu Golpe?”
Paulo Guedes dá este recado lá fora. “Acredito nas instituições brasileiras. Acredito na democracia brasileira. Nós vamos surpreender o Mundo. Fizemos a reforma da Previdência e surpreenderemos o Mundo. Aí 1 milhão de pessoas nas ruas de São Paulo pedindo reformas, enquanto isto 1 milhão de pessoas nas ruas de Paris contra a reforma. Quem é a população mais madura? Onde é que a opinião pública está mais preparada para se sacrificar pelo País?”
Então, Paulo Guedes foi ao Fórum Mundial Econômico de Davos, em 2020, dizendo que nós vamos surpreender o mundo. “Nós somos uma democracia resiliente. Enquanto isto autoridades e especialistas dizem que a Democracia está em risco. Mas é claro, a esquerda ficou 30 anos no poder. Quem está em risco são eles. Quem perdeu as eleições foram eles, não a democracia brasileira. A democracia brasileira está mais robusta, mais ampla e ainda, defendi as Instituições brasileiras lá fora.”
Os especialistas diziam, que não conseguiríamos fazer a reforma. Paulo Guedes diz, que fez a reforma da Previdência. No segundo ano, veio o COVID-19. Novamente, os especialistas diziam que o Brasil teria uma depressão, cairia 10%. Novamente, no exterior, Paulo Guedes se contrapôs ao dizer: “nós vamos surpreender vocês”! Quem teve queda no PIB acima de 10% em 2020? Portugal e Espanha. Quem caiu acima de 9%? Reino Unido. Quem caiu acima de 8%? Itália. Quem caiu acima de 7%? França. Quem caiu acima de 5%? Alemanha. Quem caiu acima de 4%? Japão. Quem caiu 3,9%? O Brasil!
Segundo Paulo Guedes, o momento crítico foi a interrupção das cadeias produtivas globais, que aconteceu primeiramente com a pandemia e depois, quando a economia começou a se erguer, veio a guerra. A Rússia invade a Ucrânia. O mundo depende da energia da Rússia e dos grãos da Ucrânia. Alimentos e energia sobem no mundo todo, fazendo com que a ruptura das cadeias globais se aprofunde. A crise fica aguda, porque agora é geopolítica.
Importante trazer o que provocou a globalização com a terceirização das atividades, ou seja, a descentralização da produção, como no caso da Boeing, em que cada parte das aeronaves, como turbinas, fuselagem, etc., eram feitas numa parte do mundo, numa nítida decisão de reduzir riscos e tirar proveito de empresas especializadas.
Os americanos descobriram que não adianta fazer semicondutor na Ásia, uma vez que na hora da guerra, a China fecha o Pacífico Sul, provocando um desabastecimento sem igual, a ponto das comunicações ficarem debilitadas do 5G, porque não há matéria-prima para produzir no lado de cá. A geopolítica aprofundou definitivamente a ruptura das cadeias globais, gerando a conclusão de que as cadeias não seriam reconstruídas nos mesmos eixos.
Ao mesmo tempo, a Europa descobre que 40% da sua energia e gás vêm principalmente da Rússia, então o Brasil que era o problema climático global, torna-se um player importante. Os europeus começam a redescobrir o Brasil, na medida que o país fez a sua parte no Green Global Program, destinando U$ 1 bilhão para redesenhar e Programa e criar um eixo verde. Fomos a Glasgow, sede da COP26 e lá começamos a dar o sinal, como uma agenda que atualizou a Política Nacional sobre Mudança do Clima (PNMC); Plano Nacional de Adaptação à Mudança do Clima e; criação do Programa Nacional de Crescimento Verde, em que você também encontra artigo de minha autoria para Vida Destra, aqui.
Há um mês, Paulo Guedes esteve na OCDE, situação em que os dirigentes requeriam o apoio do Brasil diante da crise mundial. Então, o ministro da Economia disse que o país possuía alimentos e a OCDE vem protegendo a França, com único e exclusivo argumento que o Brasil destrói florestas. Na verdade, o fluxo da poluição global é motivado por 30% ao ano pela China; 15% pelos EUA; 14% pela Europa; mas OCDE não fala grosso com estas comunidades, vindo a se preocupar com 1,7% do Brasil, em que colocam a boca no trombone. Sim, temos que acabar com o desmatamentos e as queimadas ilegais, nos comprometemos com estas metas, já que o Brasil é a matriz energética mais limpa do mundo.
Continuando, Paulo Guedes diz que continuaremos nossos trabalhos. Agora vamos desenhar o 3o Pilar, antes era tributar poluição e premiar inovações, com a premiação e a preservação de recursos naturais, que são objeto de notícia do Vida Destra, que você encontra aqui, com a regulamentação do Mercado de Carbono. Fica claro agora o papel de Elon Musk, ajudando através dos seus satélites, não só a trazer educação para comunidades longínquas, como para construir uma solução verde para o mundo.
Há 2 semanas, europeus e americanos descobriram dois conceitos básicos, que os fizeram mudar o tratamento em relação ao Brasil, na medida de que precisam de energia e de alimentos. Quem é que vai prover a segurança alimentar e energética do mundo? Olharam para o Brasil.
A propósito, a live de Alexandre Garcia para os jornais e o artigo de J. R. Guzzo de ontem, dia 23.05.2022, para o Gazeta do Povo, tratam justamente da segurança alimentar, tema que está na boca do povo, atualmente.
Mantivemos a conversa com a presidente da OMC, a nigeriana Ngozi Okonjuo-Iwela, o secretário-geral da OCDE, o belga Mathias Cormann e a secretária do Tesouro dos EUA Janet Yellen, todos se manifestaram em nos ajudar a ingressar na OCDE, dizendo que nós estamos muito à frente dos outros Países. Situação que permitiria, também, o ingresso na Comunidade Europeia. Brasil e Argentina tem muito alimento para o mundo, conforme discurso de Paulo Guedes.
Mas Paulo Guedes mete bronca dizendo, vocês estão enrolando o Brasil há 30 anos, desde a rodada de Doha, vocês fecharam para o ingresso do Brasil, com o simples argumento de proteger a sua agricultura e usam o argumento da Amazônia para impedir o nosso acesso. Agora é hora de ajudar. O Brasil está aberto e virou a maior fronteira de investimento, porque durante a pandemia, fizemos as reformas dos marcos regulatórios, como 5G, Telecomunicações, Eletricidade, Gás Natural, Saneamento, Lei de Falências, Cabotagem, etc.
Fizemos tanta reforma, que o Brasil virou a maior fronteira de investimentos e os recursos já começaram a aportar na B3 — Bolsa de Valores de SP —. Na hora em que estão procurando onde investir para garantir a segurança alimentar e energética do exterior, o Brasil está aqui. O momento é decisivo, marcaram o pênalti, botaram a bola na marca da cal, e ainda, sem goleiro, é só chutar. O Brasil pode ser o maior porto seguro de investimento nos próximos 10 anos.
Paulo Guedes termina dizendo que já temos R$ 800 bilhões, o que equivale a dois Planos Marshall contratados, que foi capaz de reconstruir a Europa no Pós-Guerra. Nós estamos condenados a crescer, antes mesmo de vocês decidirem que o Brasil era a segurança energética e alimentar do mundo. Agora que eles vão começar a investir. O filme não está ruim, basta fazer a nossa parte.
Somos uma democracia liberal, testada, há 34 anos. Pega um povo e leva para a hiperinflação. Quando levaram a Alemanha para hiperinflação, tinha uma estatística de número de cães e cavalos abatidos. No início, 30.000, depois 40.000 no outro mês, mais 20.000, 5.000, até que acabaram com os cães. Comeram os cães e cavalos. O Brasil foi duas vezes para hiperinflação, que no nosso caso foram duas vezes na década de 80 e início dos anos 90, mas ninguém comeu cão, nem cavalo.
O povo brasileiro é um povo generoso, legal, bacana. É um povo resiliente, que toma calor e tem saído da crise, do outro lado. Nós mostramos, de novo. Veio a COVID-19 e atravessamos a COVID-19. Agora veio a guerra. Então, vamos nos preparar para o pau. Colocamos o capacete, pegamos a espada e o escudo e vamos preparar para a Nova Onda. Aí veio a surpresa!
Antes da surpresa, lembro que Alvin Toffler escreveu A Terceira Onda, em que a primeira era da produção agrícola, a segunda da produção manufatureira e a terceira, o meio tecnológico através do conhecimento de produzir riqueza.
Paulo Guedes relata: “Dois conceitos importantes, que lhe disseram agora nos EUA. Dois conceitos decisivos, que tornam o Brasil, o eixo crítico para o futuro do Mundo. Primeiro conceito: “NEAR SHORE. Os americanos chegaram a conclusão de que não adianta ter alimento longe; ter semicondutores, distantes. Na hora que o pau come, falta tudo. Nós temos que ter tudo perto. Aí, olharam para o Brasil e questionaram: O Brasil está perto dos EUA. Pertinho! O Brasil está perto da Europa. Idem. Então, NEAR SHORE, o primeiro conceito importante da proximidade logística, eficácia, linhas de produção e eficiência próximas dos norte-americanos, de forma a garantir a segurança energética, segurança alimentar, segurança industrial e geopolítica”.
O segundo conceito é: “FRIEND SHORE”, o Brasil é um país amigo? OPA, nós aqui. Democracias liberais testadas. Provou hiperinflação. Provou recessão de 3,5% a.a. e depois, mais 3,5%, os caras foram para o desemprego em massa, depois para hiperinflação. O pau come entre os Poderes, mas ninguém atravessa a linha. Pessoas atravessam a linha. Nós somos uma democracia testada e economia de mercado.
Concluindo, fica claro que o Brasil é a bola da vez, mas não poderemos nunca deixar que a esquerda retorne ao Poder, temos que reeleger Bolsonaro em 2022, para colher os frutos da boa administração da equipe econômica de Paulo Guedes, no Ministério da Economia, e Elon Musk vem ajudar tanto nas pautas de costumes, como na economia. A reciprocidade é dupla.
(*) Link do discurso de Paulo Guedes no TC – https://youtu.be/fRlK_cY15Y0
Luiz Antônio Santa Ritta, para Vida Destra, 25/05/2022.
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Excelente texto muito claro como água de pedra.
Muito obrigado pelo comentário Gefferson Terra de Oliveira!