“Dos poderes humanos, o maior deles é aquele que é composto pelos poderes de vários homens, unidos por consentimento numa só pessoa, natural ou civil, que tem o uso de todos os seus poderes na dependência de sua vontade.”
Thomas Hobbes
Antes da pandemia tínhamos 12 milhões de desempregados e os congressistas inertes diante da crise. É muito comum acusar ou culpar esse ou aquele governo porque é fácil falar, mas resolver o problema é difícil? A dificuldade se instala devido ao desvio de foco.
A situação econômica e social está aos poucos se deteriorando e será difícil conter o caos. Não precisa ter superpoderes para saber o futuro, basta olhar as ações da política, do jornalismo e das redes sociais.
Dos 210 milhões de habitantes, 106 milhões estão em condições de trabalhar, porém são 14 milhões de desempregados. O auxílio emergencial atingiu 67 milhões de pessoas no ano passado e este ano deve chegar a 40 milhões.
Nossos congressistas ao invés de gastarem energia para a criação de empregos, estão mais preocupados com as eleições vindouras, coisas da política medíocre. A CPI instalada para inquirir o presidente nada mais, nada menos, vai servir de palanque eleitoral para as suas bases estaduais e municipais, já que os holofotes da mídia mainstream estarão direcionados aos mais intrépidos para o circo midiático, não é o que vemos? Nunca vi uma CPI rápida e justa.
Em economia não existe mágica para resolver problemas, seja ele pequeno, grande ou inusitado como a pandemia que ora sofremos. É preciso somar esforços para não onerar custos de longo, médio e curto prazo, porém não é o que vemos.
Segundo o filósofo americano Robert Bork,
“As características definidoras do liberalismo moderno são o igualitarismo radical (a igualdade de resultados em vez de oportunidades) e o individualismo radical (o desprezo drástico aos limites para a satisfação pessoal).”
Assim temos políticos que não se atém para oportunizar ações de empregabilidade principalmente para jovens sem experiência. No passado houve programas como Meu Primeiro Emprego, Jovem Aprendiz não atingiu milhões de jovens, por que? Justamente porque somente o resultado importa. O exemplo vem do SENAI onde mais de 75 mil jovens foram treinados e 20 mil foram empregados, muito pouco para um país que tem milhões, porém a narrativa salta aos olhos dos menos esclarecidos.
E a situação daqueles que têm experiência? Ora, onde estão as empresas? No Brasil as pequenas e médias empresas são responsáveis pela maioria dos empregos, portanto são estas a quem os congressistas deveriam dar suporte, como erguer e sustentar para que elas empreguem, mas não é o que vemos, embora o SEBRAE se esforce, mas não atinge a maioria.
O desprezo ao limite é bem próprio do preguiçoso, que não aceita a renúncia do prazer para conseguir o bem estar. Na política o individualismo radical dá mais poderes ao Estado, que se torna grandioso, soberano e opressor porque inibe ações daqueles indivíduos com experiência e com vontade para resolver, e até mesmo instituições privadas. Neste ponto, o congressista deveria ser a voz e voto para criar melhores situações econômicas, principalmente o emprego, mas não é o que vemos.
Temos excelentes economistas, administradores e contabilistas, e até órgão estatal para tal, no entanto não têm poderes para resolver a situação já que o problema é construído e resolvido na política.
A continuar essa obnubilação política diante da economia… não é o que vemos?
Welton Reis, para Vida Destra, 23/04/2021.
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Crédito da Imagem: Luiz Augusto @LuizJacoby
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Muito lúcido orei artigo Welton Reis muito triste e perigosa a nossa obnubilação política.
Neste desvendador artigo de @weltonrei em que afirma não é o que vemos, só posso dizer se os congressistas não criam empregos, porque não reduzem salários.
Está mandando ver Welton. Muito bom. Siga em frente, meu caro, denunciando as sombras que protegem os maus. Forte abraço.