Eu não me lembro de uma época em que o futebol era jogado com paixão aos clubes e não por dinheiro, poucos jogadores do século XXI jogaram toda sua carreira por apenas um clube. No Brasil posso citar os goleiros Marcos e Rogerio Ceni, por Palmeiras e São Paulo respectivamente, na Europa temos Totti pela Roma, Maldini pelo Milan e Puyol pelo Barcelona, são alguns que me lembro.
O amor pelos clubes parece que não existe mais e com ele veio o amor maior, pelo dinheiro. Milhões são investidos em contratações para montar elencos campeões. Não serei hipócrita aqui dizendo que, se eu tivesse sido jogador não teria jogado por outro clube, eu provavelmente teria, mas nunca em um rival, como aconteceu com o Adriano “Imperador” que atuou pelo São Paulo e Corinthians, ou o Neto, que atuou pelo São Paulo, Palmeiras, Corinthians e Santos.
Evidentemente que o dinheiro fala mais alto em todas as profissões e ninguém recusaria uma proposta milionária para trabalhar naquilo que gosta, independente do país, mas no futebol você pode se tornar um vilão da noite para o dia. Falando que ama seu clube e jamais se transferiria para outro em seu país, o jogador acaba criando um vinculo de fidelidade com a torcida, se for ídolo esse vinculo fica mais forte ainda.
Como exemplos disso temos o Paolo Guerrero, que saiu do Corinthians para o Flamengo e depois para o Internacional, e temos casos também como o do Alexandre Pato, que saiu do Corinthians como vilão e foi para o São Paulo. Alguns torcedores tricolores, como eu, consideram ele um ídolo e outros não, por diversos motivos. Claro que guardadas as devidas proporções, eles mudaram seus status em pouco tempo, se transferindo para clubes rivais.
Meu caro leitor, imagine que você está no seu time de coração, realizando um sonho de infância; você trocaria a chance de jogar uma grande competição pelo seu time, para ir para um torneio de seleções, como as olimpíadas? Não desmerecendo as olimpíadas, mas além de não estar no calendário da FIFA, ela é para jogadores até 23 anos, ou seja, um campeonato de base.
Quando algum jogador de nível mundial chegar em seu clube de coração, claro que irá dizer coisas bonitas, afinal quem gostaria de chegar em um clube sendo mal recebido por uma declaração?
Um caso mais atual e que está à tona no momento, é o do Daniel Alves e o São Paulo; quando chegou ao clube, logo declarou que estava ali por amor ao São Paulo, mas seu pedido de salario foi de R$ 1,5 milhão de reais mensais, um grande amor, mas não ao clube. O titulo do Campeonato Paulista mostrou claramente isso, não participando das finais contra o Palmeiras e não tendo um protagonismo durante a campanha, isso fez com que a torcida realmente percebesse seu “grande amor”.
Saindo pela porta do fundo, ele “caiu da prateleira” de ídolos que hoje tem Hernanes, Kaká, Dagoberto, Alexandre Pato, Cicinho e Luís Fabiano. Alguns desses jogadores até abriram mão de receber os milhões que o São Paulo tinha em divida com eles por amarem o clube. Isso é coisa que um ídolo verdadeiro faz, ao contrario do lateral que quis mandar no clube se escalando no meio campo – que cá entre nós, se tornou um jogador comum nessa posição – e até mesmo, como diz algumas fontes, solicitando a contratação de um técnico que mais lhe agradaria.
Como São Paulino eu gostei da contratação de um grande jogador, mas o que ele fez com o clube, fez com que eu tirasse meu apoio a ele e preferisse ver ele longe! Um grande jogador é sempre bem-vindo, poderia ficar dentre os maiores ídolos, porem preferiu se tornar um antagonista.
Lucas Barboza, para Vida Destra, 16/09/2021 Sigam-me no Twitter! Vamos conversar sobre o meu artigo! @BarbozaLucaas
Crédito da Imagem: Luiz Jacoby @LuizJacoby
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