Desde a consolidação do cristianismo nos primeiros séculos, a influência (e o voto, hoje) dos cristãos foram decisivos em qualquer disputa direta ou indireta ao poder. Para falar sobre quem é o cristão na política devemos começar lá na reforma protestante. Boa parte da Europa entre lideranças religiosas e governantes apoiaram a reforma, de onde surgiriam também as primeiras escolas e universidades protestantes. Mas a Igreja Católica Romana reagiu, com a Contra-Reforma. E além, decidiu enviar representantes da Igreja para catequizar o Novo Mundo (Ocidente) que já havia alguns anos vinha sendo desbravado, então. Um Cabral, um João, dois Pedros e uma república fruto de uma mentira. E cá estamos nós até hoje.
Os cristãos, católicos ou protestantes, tiveram que assistir a devoção à ciência do Positivismo, a partir do séc. XIX. Sem conhecimento aprofundado do quão corruptível o Positivismo poderia ser em nome de Tecnocracia, não percebiam o afastamento gradativo de valores das salas do governo. A razão, antes, era Deus. Garantir tudo perfeito de modo técnico e matemático – mesmo que corrupto – tornou-se o governo dos sonhos Iluministas. E não havia mais espaço para influências judaico-cristãs em muitas áreas da sociedade. Logo a visão progressista a qualquer custo faria um bem material ao país, mas revelava uma deficiência moral quando se tratava do exercício político em seu real significado.
Em 1964 tivemos a Marcha Pela Família Com Deus Pela Liberdade com direito a discurso de Jango e oposição ao Comunismo no Brasil. Cristãos exercendo o direito de se manifestarem e promovendo a maior passeata de todos os tempos, dadas as devidas proporções entre população da época e número de pessoas. Era o início de um regime que queria os louros do combate às guerrilhas revolucionárias, mas ignorava o perigo que corriam as mentes e corações nas mãos de sindicatos e agremiações estudantis. Sem resistência através de escolas, universidades, obras literárias e mídia limitada, o cristão brasileiro foi a cada dia acreditando mais que ele não devia se envolver com política. Foi abraçando um rótulo de que devia ser perfeito e imaculado e de que se ele se envolvesse na política, seria visto como um cúmplice do que acontecia de errado nela. Líderes religiosos no Brasil inteiro pregavam um moralismo vil divorciado do evangelho bíblico. Homens e mulheres cristãos por muitos anos foram preparados para pensar que não precisavam pensar. Apenas orar. E o objetivo de determinadas classes políticas foi atingido: o cristão só orava e não se dava ao trabalho de refletir soluções nem de ser ativo em implementar boas ideias para a sua comunidade. Mas o que essas mesmas classes políticas não esperavam é que com o advento da Internet associado a um movimento natural em busca do evangelho, muitos cristãos seriam despertados para a política.
É unânime a conclusão que o histórico daqueles declarados cristãos na política não é dos melhores. Mas a cena política atual é o ambiente perfeito para que se apresentem cristãos de princípios, resilientes fronte á corrupção e mentira, além de estratégicos para esse xadrez que é a política. E vamos combinar, há quem pegue essa dádiva que são os princípios cristãos e a converta numa arma cujas balas são a patrulha moral. Sim, o progressismo moderno não é o único a patrulhar sua linguagem e intenções. Mas supostos cristãos que juram querer o bem do país ultimamente gastam tempo com assassinato de reputações, arrogância, cobranças de obediência á bíblia e um torto senso de justiça. E é exatamente aí que eles estendem a mão a outras classes políticas e lhes entregam munição contra si mesmos.
Tanto dentro como fora da política não há perfeição. E é partindo dessa premissa que o cristão equilibrado e interessado de fato em mudar o país escolhe em quem votar. É entendendo que candidatos sem moral não merecem atenção de quem tem princípios inegociáveis. É estudando manipulação jornalística, história política do Brasil, história dos partidos políticos, histórico dos candidatos e a Bíblia Sagrada que o voto cristão será exercido livremente. Sem usar a Bíblia como arma, mas como bússola. Livre de qualquer domínio ideológico e de qualquer frase feita de candidato que precisa do seu voto pra continuar corrompendo. Livre da tolice de que vive em uma realidade paralela onde nunca será prejudicado por quem não foi sua escolha política. Cristão ou não, se você leu isso, mexa-se! Converse com seus amigos, família, seja a diferença nos seus círculos de amizade. Dá tempo de ser mais um que vai se dedicar a trocar mais de 51.000 cargos pelo Brasil na próxima eleição.
“Só os tolos acreditam que política e religião não se discutem. Por isso os ladrões permanecem no poder e os falsos profetas continuam a pregar.”
Charles Spurgeon
Sarah Alves, para Vida Destra, 26/9/2.020.
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No excelente artigo de @SarahComH2O sobre o cristão na política, acredito que alguns padres como Padre Ricardo incentivam o interesse pela pela política e temos que enveredar para mudança do Brasil. Claro com o cuidado devido à perseguição dos cristões.
Obrigada pelo feedback! É um prazer fazer parte. ?
Bem vinda Sarah!
Ótimo artigo, parabéns!
Precisamos mesmo, que as pessoas de bons princípios, comecem a se envolver!
Sim! Billy Grahan, um grande pastor norte americano, dizia que Cristo em nós torna-nos capazes de aconselhar presidentes e assentar com desabrigados sem nenhuma alteração de caráter. O cristão precisa voltar a crer nessa verdade!
Bem vinda, Sarah! Parabéns, pelo artigo de estréia!
Que, inspirada pelo Senhor, possa trazer mais luz para nós!
É isso! Que eu seja vista como alguém que reflete a Cristo capaz de contribuir para a cena política do meu país! Obrigada!
Excelente abordagem. Nos, os cristãos precisamos acordar e entender que somos o alvo principal da esquerda. Nossas crenças é que impedem a vitória comunista. Se as relativizarmos, como intenciona o próprio Papa, deixaremos de existir.
Não poderia ser mais assertivo. É exatamente isso! Obrigada pela leitura!
Seja bem vinda ao Vida Destra.
Que sempre tenha mais artigos seus e que compartilhe seus conhecimentos por aqui.
att Nunes
Feliz em contribuir. Obrigada Nunes! ?
Muito especial este texto, que bom seria a compreensão de muitos, mas creio na separação dos dos bons e mais ( joio e trigo), e sei que isto de alguma forma já está acontecendo, pessoas como VC, hoje pode se manifestar a muitos, quem tiver ouvido para ouvir, verá.
Isso mesmo, Luiz. É só compreendendo e estando lá que os maus vão ser expostos. Obrigada pela leitura!
Caraca mana. Nunca li coisa melhor. Excelente posição. Sim, podemos como José do Egito, Sadraque, Mesa que, Abdenego, Daniel e outros exercer sabedoria nessas posições. Parabéns pelo artigo. Forte abraço
Muitíssimo obrigada pela leitura! Honrada com seu retorno! ?
Excelente artigo. Parabéns. Concordo com você que a maior tentação do homem é acreditar que não precisa mais de Deus, astando-se Dele, e acaba corrompendo-se. Por isso o homem deve ser sempre revestido de Jesus, através do Evangelho e Orações, para exercer sua influência e ideais cristãos diante de quaisquer pessoas que sejam e contextos.
Obrigada pela leitura! Feliz em te edificar!