O escritório do FBI que investiga Hunter Biden enviou, ao Twitter, inúmeras solicitações de censura antes da eleição de 2020
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O escritório do FBI que investiga Hunter Biden enviou, ao Twitter, inúmeras solicitações de censura antes da eleição de 2020
Quando o ex-integrante do conselho geral do próprio bureau qualifica a conduta do FBI como “bizarra”, fica bastante claro quem está desacreditando a agência: não são os teóricos da conspiração – é o FBI.
Fonte: The Federalist
Título original: FBI Office Investigating Hunter Biden Sent Twitter Numerous Censorship Requests Right Before 2020 Election
Link para o artigo original: aqui!
Publicado em 27 de dezembro de 2022
Autora: Margot Cleveland*
E-mails liberados no sábado, como parte da mais recente divulgação dos “Arquivos do Twitter”, revelam que, na semana anterior à eleição presidencial de 2020, a sucursal do FBI que investiga Hunter Biden enviou, ao Twitter, várias solicitações de censura – foram tantas que um advogado do alto escalão da gigante de tecnologia achou a situação “bizarra”. Esse detalhe arrasador do fim de semana veio poucos dias depois de o FBI emitir uma declaração classificando a reportagem dos “Arquivos do Twitter” como “desinformação” propagada por “teóricos da conspiração”.
O FBI tem “algumas pessoas na sucursal de Baltimore e na sede [cuja função] é fazer buscas por palavras-chave que indiquem violações”, assim a então diretora jurídica do Twitter, Stacia Cardille, enfatizou em 3 de novembro de 2020, em e-mail para Jim Baker, o então vice-conselheiro geral do Twitter. “Esta é provavelmente a 10ª solicitação que recebi nos últimos 5 dias”, continuou Cardille, antes de dizer a Baker para informá-la se ele tivesse qualquer outra pergunta.
Menos de uma hora depois, Baker respondeu a Cardille, observando que era “bizarro” o FBI estar “procurando por violações das nossas políticas”.
Na véspera de Natal, o jornalista independente Matt Taibbi publicou estes e-mails como parte de uma sequência de aproximadamente 50 tópicos dos “Arquivos do Twitter” que, ele comentou, mostrava “o FBI agindo como condutor de um vasto programa de vigilância e censura das mídias sociais, abrangendo agências em todo o governo federal – desde o Departamento de Estado até o Pentágono e a CIA”.
Toda a sequência de tópicos é digna de nota. Que agentes do FBI estivessem pesquisando, na sucursal de Baltimore e na sede do FBI, palavras-chave de supostas violações do Twitter, isso é extremamente significativo porque os dois escritórios estavam envolvidos na investigação de Hunter Biden.
Embora a Procuradoria dos Estados Unidos, em Delaware, esteja – e estava à época das eleições de 2020 – cuidando da investigação sobre Hunter Biden, alegadamente por potenciais crimes fiscais e de lavagem de dinheiro, não há nenhuma sucursal do FBI em Delaware. E mais, a sucursal do FBI de Baltimore abrange todo o Delaware e, portanto, apoiou (e continua a apoiar) a Procuradoria dos Estados Unidos em Delaware, em sua investigação sobre Hunter Biden.
Também sabemos, por vários delatores do FBI, que a sede do FBI se emaranhou na investigação de Hunter Biden: em julho de 2022, o senador Republicano Chuck Grassley, de Iowa, revelou que “vários delatores do FBI, incluindo os que ocupavam cargos superiores”, afirmaram que, “em agosto de 2020, o analista de inteligência e supervisão do FBI, Brian Auten, iniciou uma avaliação, a qual foi usada por uma equipe de agentes na sede do FBI para desacreditar indevidamente e alegar falsamente que informações depreciativas sobre as atividades de Biden eram desinformação, levando ao encerramento das atividades de investigação”.
“A equipe da sede do FBI supostamente guardou suas conclusões de avaliação em uma subpasta de acesso restrito, efetivamente marcando fontes de informação e provas depreciativas, relacionadas a Hunter Biden, como desinformação, enquanto blindava a justificativa para tais conclusões do escrutínio”, de acordo com Grassley.
Considerando o envolvimento tanto do FBI de Baltimore quanto da sede do FBI na investigação de Hunter Biden – e a tentativa deste último de encerrar a investigação – a revelação de que “algumas pessoas na sucursal de Baltimore e na sede” estavam “fazendo buscas por palavras-chave [que indicassem] violações” sugere que o FBI empreendeu intensa pressão judicial para interferir na eleição de 2020.
“Arquivos do Twitter” já divulgados e declarações do Twitter e do Facebook estabeleceram que o FBI mentiu para as gigantes de tecnologia, retratando a história do laptop de Hunter Biden como desinformação russa e solicitando censura ao escândalo da família Biden, e isso poucas semanas antes da eleição de 2020. Comunicações internas do Twitter também revelaram que, na noite anterior à publicação, pelo New York Post, dos e-mails extraídos do laptop abandonado de Hunter Biden, os quais implicavam Joe Biden em um escândalo do tipo “pagou, levou”, “o FBI usou um canal privativo de comunicação para enviar 10 documentos ao principal executivo do Twitter”.
Os “Arquivos do Twitter” também expuseram que o “contato do Twitter com o FBI era constante e pervasivo, como se [a plataforma] fosse uma subsidiária do FBI” – tal como Taibbi explicou em uma seqüência anterior de tuítes. Os “Arquivos do Twitter” anteriormente divulgados mostraram que, de “janeiro de 2020 a novembro de 2022, houve a troca de mais de 150 e-mails entre o FBI e o ex-diretor de Confiabilidade e Segurança do Twitter, Yoel Roth”. Essas comunicações indicaram que “agências, como o FBI e o DHS, enviavam regularmente ao Twitter, por meio de vários canais, conteúdo de mídia social pré-sinalizados para moderação”.
Essas sequências anteriores de tuítes, porém, concentraram-se todas nas comunicações que vinham da sucursal do FBI em San Francisco, ou abordaram as reuniões mensais e, depois, semanais entre o Twitter e a Força-tarefa para Influência Estrangeira (FITF), do governo federal. Como observou Taibbi, “o FBI aumentou enormemente o número de agentes atribuídos à FITF desde a eleição de 2016, inchando a força-tarefa com 80 agentes”.
Com o FBI de San Francisco e a FITF já se articulando com o Twitter, por que então a sucursal de Baltimore e a sede do FBI teriam algum envolvimento nas comunicações com o Twitter? E, como revelaram os e-mails [divulgados no] sábado, esses agentes não estavam simplesmente passando informações que haviam recebido; eles estavam, de acordo com o diretor jurídico do Twitter, fazendo buscas por “palavras-chave” – algo que até mesmo Baker, que participara anteriormente do conselho geral do FBI, considerou “bizarro”.
A sucursal de Baltimore e a sede do FBI conduziram essas buscas por “palavras-chave” e compartilharam os resultados com o Twitter por uma única razão: solicitar ao Twitter que censurasse o debate na semana que antecedeu a eleição presidencial de 2020.
“Bizarro” nem sequer começa a retratar a situação – que, considerando a conexão entre esses dois escritórios do FBI e a investigação de Hunter Biden, sugere uma nova dimensão para o escândalo da Big Tech: uma vertente na qual os agentes do FBI perseguiram proativamente pessoas e falas com o intuito de censurá-las em prol de seu político preferido.
Ironicamente, na quarta-feira que antecedeu a divulgação de Taibbi de suas mais recentes notícias, o FBI emitiu uma declaração alegando que “a comunicação entre o FBI e o Twitter não mostra nada além de exemplos de nosso tradicional, duradouro e contínuo engajamento entre o governo federal e o setor privado, o qual envolve inúmeras empresas de múltiplos setores e indústrias. …. É lamentável que teóricos da conspiração e outros estejam alimentando a desinformação do público americano com o único propósito de tentar desacreditar a agência”.
Quando o ex-integrante do conselho geral do próprio bureau qualifica a conduta do FBI como “bizarra”, fica bastante claro quem está desacreditando a agência: não são os teóricos da conspiração – é o FBI.
*Margot Cleveland é correspondente sênior do Federalist para assuntos jurídicos. Ela também colabora com a National Review Online, o Washington Examiner, a Aleteia e o Townhall.com, e já foi publicada pelo Wall Street Journal e pelo USA Today. Cleveland é advogada graduada pela Notre Dame Law School, onde foi premiada com o Hoynes Prize – a mais alta honraria da Faculdade de Direito. Posteriormente, atuou por quase 25 anos como assistente permanente de um juiz federal de apelação, no Tribunal de Apelações do Sétimo Circuito. Cleveland foi professora universitária em tempo integral e agora leciona como assistente, de tempos em tempos. Sendo mãe de um jovem com fibrose cística, Cleveland o educa pelo método homeschooling, enquanto escreve frequentemente sobre questões culturais relacionadas à criação de filhos com necessidades especiais.
Traduzido por Telma Regina Matheus, para Vida Destra, 31/12/2022. Faça uma cotação e contrate meus trabalhos através do e-mail mtelmaregina@gmail.com ou Twitter @TRMatheus
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