Na última terça-feira 4 de janeiro, o Brasil tomou posse para o seu 11º mandato como membro não permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas. Eleito para um mandato no biênio 2022/23, ao lado de Albânia, Emirados Árabes Unidos, Gabão e Gana, o Brasil volta a ocupar uma posição de destaque na diplomacia internacional, após dez anos sem ocupar um assento no Conselho.
Apesar dos graves problemas internos, o Brasil não pode se comportar como se estivesse alheio ao que acontece no mundo. Questões comerciais, de meio ambiente, humanitárias e militares requerem que o governo brasileiro, bem como a sociedade brasileira, estejam atentos a todos os movimentos da geopolítica global.
O Brasil é um dos maiores países do mundo em extensão territorial, possui uma das maiores populações, tem uma das maiores economias, possui das maiores Forças Armadas e é dono de recursos naturais que o colocam em uma posição privilegiada no cenário mundial, despertando interesses diversos, muitos deles prejudiciais aos interesses brasileiros. Todos estes fatores somados colocam o Brasil numa posição de destaque no cenário internacional, que faz com que os demais países não se permitam nos ignorar.
Infelizmente a nossa imprensa tem feito um grande esforço para omitir informações relevantes acerca de eventos importantes, deixando a opinião pública brasileira alheia ao que está acontecendo no mundo. Quando a velha imprensa se posiciona sobre alguns destes assuntos, sempre o faz de forma a manipular a opinião pública, levando-a a acreditar que certos movimentos feitos por países estrangeiros são benéficos ao Brasil, quando na verdade não o são.
Questões como as denúncias da presença de tropas e bases russas na Venezuela; as dificuldades argentinas e como a presença de militares chineses em uma base no país vizinho pode influenciar negativamente a geopolítica do Cone Sul; a possível invasão da Ucrânia pela Rússia e a aproximação diplomática e militar entre a China e a Rússia mal tem sido abordadas pela nossa imprensa, e quando são abordadas, são feitas sob um viés ideológico que distorce os fatos e criam narrativas. Assim, não é difícil encontrar pessoas que simplesmente desconhecem estas importantes questões.
Por mais que o Brasil tenha os seus próprios problemas, e que são graves, não podemos nos omitir em relação ao que acontece no mundo, nem podemos acreditar que os resultados de tais eventos não nos afetarão. Ledo engano! Não estamos imunes às consequências das decisões tomadas por governos estrangeiros. Sofreremos consequências em maior ou menor grau.
A presença do Brasil no Conselho de Segurança das Nações Unidas não nos dará apenas visibilidade diplomática, mas também nos colocará numa posição na qual seremos forçados a escolher um lado para apoiar. As relações internacionais chegaram a um ponto no qual a isenção e a imparcialidade já não serão possíveis a países com a importância do Brasil. Defenderemos os valores ocidentais, que são a base da nossa sociedade, ou ficaremos do lado daqueles que atacam tais valores, considerando-os obsoletos?
Por isso, na hora de decidirmos qual lado escolher, é importante que não pensemos apenas nos aspectos econômicos envolvidos, mas que pensemos também em aspectos morais e que nossos valores pátrios nos sirvam de guia na tomada desta decisão vital.
Diferente do que muitos pensam, não somos um anão diplomático. Ao contrário, temos força para exercer uma diplomacia que defenda de maneira digna os nossos interesses e os nossos valores, e esperamos que o nosso governo se posicione corretamente quando o momento assim o exigir.
O Brasil não pode se acovardar diante do mundo.
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Personalidade diplomática tivemos no passado onde homens como Osvaldo Aranha fizeram a diferença, infelizmente esquecido. Nos governos socialistas após a reabertura tivemos ações pífias porque nos juntamos a comunidade europeia sem duvidar e agora é o momento para fazer o que deve ser feito e não ser mais um na fila do pão.