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O presidente francês Macron vendeu o Ocidente para a China em um impulso egoico

Prezados leitores:

Publicamos mais uma tradução de artigo relevante da imprensa internacional feita pela nossa colaboradora, a jornalista e tradutora Telma Regina Matheus. Apreciem!

 

 

O comportamento de Macron na China revelou que ele é um idiota útil do PCC e um parceiro não confiável dos Estados Unidos.

Fonte: The Federalist

Original: aqui

Autora: Helen Raleigh

Publicado em 13 de abril de 2023

Na semana passada [primeira semana de abril], o presidente francês Emmanuel Macron concluiu sua visita de chefe de Estado à China comunista. Seu comportamento durante a visita e seus comentários posteriores revelaram que ele é um idiota útil do PCC, como também um parceiro ingrato e não confiável dos Estados Unidos.

Macron foi à China acompanhado pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. Antes da viagem, Macron esperava persuadir o líder chinês Xi Jinping a “conversar” com o russo Vladimir Putin para acabar com a guerra Rússia-Ucrânia. Entretanto, como um tolo, Macron se deixou manipular pelo Partido Comunista Chinês (PCC).

Durante a visita de Macron, o PCC usou a típica estratégia de dividir e conquistar, intencionalmente tratando Macron e Von der Leyen de maneiras diferentes. Antes de partir para a China, Von der Leyen reivindicou uma política “mais ousada” da União Europeia em relação à China, porque Pequim se tornou “mais repressiva ‘em casa’ e mais assertiva no exterior”. Seus anfitriões chineses simplesmente a ignoraram – eles não estenderam um tapete vermelho para ela e a excluíram de certas funções de Estado entre Xi e Macron.

Em contrapartida, o PCC dedicou pompa e circunstância a Macron, incluindo uma recepção de boas-vindas com direito a tapete vermelho no aeroporto e uma reunião prolongada entre Macron e Xi, que durou quatro horas. Macron concluiu sua visita oficial tomando chá com Xi em um jardim de Guangdong, a província que o pai de Xi usou para assumir o poder.

Um videoclipe demonstra até onde o PCC iria para afagar o ego descomunal de Macron. Macron foi visto andando por uma rua enquanto aglomerações de chineses tentavam avidamente cumprimentá-lo, como se ele fosse amado na China. A “festa do amor” na China contrastou fortemente com os violentos protestos nas ruas de Paris, onde Macron foi condenado por sua impopular reforma previdenciária.

Qualquer pessoa que conheça o trabalho interno do PCC sabe que o partido planeja eventos diplomáticos em seus mínimos detalhes, e jamais permite que o povo chinês interaja livremente com líderes estrangeiros. Portanto, a caminhada de Macron e a calorosa recepção do povo chinês foram eventos altamente coreografados pelo partido, e a “multidão” provavelmente foi selecionada pelo governo para criar uma ilusão.

Embora Von der Leyen não tenha ido à China para uma visita de Estado, algumas autoridades europeias, em Bruxelas, ainda estão supostamente aborrecidas com o fato de o governo chinês não ter lhe dispensado o mesmo respeito e cortesia dedicados a Macron. Ao diferenciar publicamente o tratamento a dois líderes europeus, o PCC quis enviar a mensagem de que aqueles que criticam a China serão punidos, e os que seguem a cartilha serão recompensados. Em vez de formar uma frente unida com Von der Leyen, Macron adorou o tratamento especial e a atenção extra que recebeu.

Para agradar seu anfitrião em Pequim, Macron supostamente abordou questões como Taiwan e direitos humanos na China em um tom “muito mais conciliador do que o de Von der Leyen”, que teria traído a pretensa unidade da política da União Europeia para a China. Ou Macron não tinha a menor noção de como o PCC funciona, ou participou de bom grado da propaganda do PCC, desde que isso reforçasse seu próprio ego. Independentemente da motivação de Macron, o fato de ele ter se deixado manipular pelo PCC como um tolo foi constrangedor e triste.

Além de criar uma barreira entre os dois líderes europeus, o PCC tentou usar a visita de Macron para enfraquecer a aliança transatlântica entre os Estados Unidos e a Europa. O jornal Politico afirma que Xi Jinping e o PCC “endossaram entusiasticamente o conceito de autonomia estratégica de Macron”. Incentivados pelo endosso da China, Macron e Xi emitiram uma declaração conjunta, anunciando que as duas nações aprofundariam seus laços econômicos e militares.

Em relação à economia, Macron concordou em receber empresas de tecnologia chinesas, como a Huawei, na França, embora muitos dos aliados da França, incluindo os Estados Unidos e o Reino Unido, tenham banido a Huawei de suas redes 5G por questões de segurança nacional. Na área militar, Macron concordou que a França aprofundaria seus intercâmbios militares com o Teatro Sul do Exército de Libertação do Povo Chinês, que abrange a operação militar da China no Mar do Sul da China.

O anúncio conjunto foi feito um dia depois de a presidente de Taiwan, Tsai Ingwen, reunir-se com o presidente da Câmara, Kevin McCarthy, e uma delegação bipartidária do Congresso, na Califórnia. Durante a reunião, McCarthy prometeu mais apoio militar dos Estados Unidos para ajudar Taiwan a se defender. O PCC ficou tão furioso com a reunião que a Marinha do Exército de Libertação do Povo (ELP) iniciou uma série de exercícios de artilharia real, durante a semana passada até o início desta semana, e impôs um bloqueio ao redor da ilha por alguns dias, interrompendo a movimentada atividade marítima internacional da região.

A declaração conjunta de Macron e Xi deu a Xi e ao PCC uma vitória vital em termos de propaganda e causou um racha entre a Europa e os Estados Unidos. Ao mesmo tempo, Macron recebeu pouco em troca – Xi nunca prometeu “conversar” com Putin e acabar com a guerra Rússia-Ucrânia, como Macron esperava.

Além disso, em sua viagem de volta da China, Macron dobrou a aposta ao dizer aos repórteres que a Europa não deve seguir os Estados Unidos na questão de Taiwan nem “se envolver em crises que não são nossas e que impedem [a Europa] de construir sua autonomia estratégica”. Macron também convocou a Europa a reduzir sua dependência de armas e energia dos Estados Unidos. Mas ele é de muita conversa e pouca ação. De acordo com o Politico, a França “contribuiu muito menos para a defesa da Ucrânia contra a invasão da Rússia do que muitos outros países”.

Quer Macron goste ou não, a segurança e o bem-estar econômico de seu país e do restante da Europa dependem largamente dos Estados Unidos. Armas e inteligência americanas têm impedido Putin de ocupar a Ucrânia e expandir seu controle na Europa. A energia americana ajudou a manter as luzes da Europa acesas e impediu que o continente caísse em uma recessão econômica impulsionada pela energia.

Desnecessário dizer que os comentários de Macron geraram críticas nos dois lados do Atlântico. Em uma entrevista, o deputado Mike Gallagher (Republicanos, Wisconsin) disse: “As falas de Macron ajudam a estratégia do PCC de dividir a América e a Europa”. O senador Marco Rubio (Republicanos, Flórida) exigiu saber se Macron fala pela Europa. Um membro do Parlamento Europeu rapidamente respondeu no Twitter, afirmando: “Macron não fala pela Europa, mas sua vaidade está prejudicando profundamente a Europa”.

Infelizmente, ainda que Macron não fale pela Europa como um todo, ele é presidente do maior país europeu. Suas palavras e ações afetarão como o continente reagirá caso a China invada Taiwan, e se tal resposta será efetiva.

Como ressalta o editorial do Wall Street Journal, Macron quer que “os EUA socorram a Europa contra a agressão russa, mas aparentemente, [quer] que façam um voto de neutralidade contra a agressão chinesa no Pacífico”. Vamos supor que a administração Biden estivesse contando com o apoio da Europa para defender Taiwan e impor sanções econômicas à China. Nesse caso, agora é a hora de repensar a estratégia e os preparativos da América, incluindo reavaliar parcerias e aliados.

O comportamento de Macron na China e seus comentários revelaram que ele é um idiota útil do PCC e um parceiro ingrato e não confiável dos Estados Unidos. Vale a pena perguntar: “Com um amigo desse, quem precisa de inimigo?”.

Helen Raleigh é empreendedora, escritora e palestrante. É colaboradora sênior do Federalist. Seus artigos são publicados em outras mídias nacionais, incluindo The Wall Street Journal e Fox News. Helen é autora de vários livros, entre eles, “Confucius Never Said” e “Backlash: How Communist China’s Aggression Has Backfired”.

 

 

 

Traduzido por Telma Regina Matheus, para Vida Destra, 06/05/2023.

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Kane Rodriguez
1 ano atrás

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Telma Regina Matheus Jornalista. Redatora, revisora, copydesk, ghost writer & tradutora. Sem falsa modéstia, conquistei grau de excelência no que faço. Meus valores e princípios são inegociáveis. Amplas, gerais e irrestritas têm que ser as nossas liberdades individuais, que incluem liberdade de expressão e fala. Todo relativismo é autoritarismo fantasiado de “boas intenções”. E de bem-intencionados, o inferno está cheio. Faça uma cotação e contrate meus trabalhos através do e-mail: mtelmaregina@gmail.com ou Twitter @TRMatheus