A situação institucional do país tem se deteriorado rapidamente, com a nossa democracia sendo implodida pelas ações daqueles que têm o compromisso legal e moral de defendê-la. Membros do Poder Judiciário têm agido à margem da Constituição, ignorando princípios básicos do Estado de Direito e do processo legal. Como consequência, o país tem testemunhado, estarrecido, prisões arbitrárias, cerceamento da liberdade de expressão, atitudes intimidatórias e abusos de poder, perpetrados contra qualquer cidadão que manifeste ideias contrárias às defendidas por aqueles que estão governando o país em um regime paralelo.
Sim, o Brasil tem dois governos atuando ao mesmo tempo. Um, legitimamente eleito pelo voto direto da população, em eleições democráticas (?), que se esforça para trabalhar com o Congresso Nacional, também legitimamente eleito pelo povo, na implementação de um projeto de governo voltado à construção de um país mais justo, onde as pessoas possam viver sem estarem sufocadas pelos tentáculos estatais. E outro, que não foi eleito pelo povo e nem representa os seus interesses, mas que foram escolhidos a dedo por membros de uma organização política criminosa, que tem o objetivo de tomar o poder para si, e se apropriar do patrimônio nacional, para a implementação de um plano para a construção de uma sociedade utópica, que diz beneficiar a todos, mas que só garante os bons frutos a uma pequena elite formada pelos “escolhidos”.
A ruptura institucional já ocorreu. A prova de que isto é verdade, está no fato do Supremo Tribunal Federal insistir em atuar fora dos limites definidos pela Constituição às suas atribuições. Ministros da nossa suprema corte agem e tomam decisões apenas baseados em seus interesses e entendimentos pessoais distorcidos, quando deveriam se ater a aplicar o texto constitucional.
Não é preciso ser um jurista para perceber que muitos dos problemas institucionais que o país enfrenta hoje, vêm justamente desta postura do Supremo Tribunal Federal, de conivência com decisões tomadas fora do que diz a lei. Quando o plenário da corte aprovou a continuidade de um inquérito aberto de forma ilegal, usurpou as prerrogativas do Ministério Público Federal. O tribunal também ignorou o pedido de arquivamento do inquérito aberto à revelia da lei, feito pela Procuradora-Geral da República Raquel Dodge. O tribunal ignora constantemente o devido processo legal, e desdenha da verdadeira justiça, quando decide ser ao mesmo tempo, vítima, investigador, acusador e julgador. Nada no nosso arcabouço legal corrobora tais procedimentos. E o Senado Federal, que tem a função de fiscalizar, investigar e punir eventuais desvios e abusos dos membros da suprema corte, tem mantido a sua costumeira covardia, fechando os olhos para fatos graves, mostrando que já foi cooptado pelo regime paralelo.
O regime paralelo no qual vivemos dá voz às minorias opositoras do verdadeiro e legítimo regime, quando permite que matérias democraticamente decididas pelo Congresso Nacional, através do voto da maioria dos parlamentares, sejam contestadas e revogadas atendendo a pedidos dos derrotados. Que democracia é esta, onde a maioria é insistentemente ignorada? A democracia é justamente um sistema onde a maioria toma as decisões. E isto está longe de ser injusto, pois as maiorias e minorias não são imutáveis, sendo que em determinados temas podemos estar com a maioria e em outros, podemos ser a minoria. Isto faz parte do debate saudável. Aceitar o resultado decidido pela maioria é mostrar possuir maturidade política e democrática. E nada impede que os derrotados, ou a minoria, continuem a defender as suas pautas.
Porém, o governo paralelo que foi instituído em nosso país não permite divergências, nem é favorável ao contraditório. Os membros do nosso governo paralelo tomaram para si mesmos todas as virtudes, restando aos demais apenas os defeitos. O regime paralelo é o único a defender a verdade, a justiça, a igualdade, a ciência e as liberdades. Entretanto, como em todo regime ditatorial, nosso regime paralelo não garante que as suas supostas virtudes sejam usufruídas por todos, mas apenas por aqueles que obedeçam sem questionar, e que estejam dispostos a repetir o mantra ditado pelos líderes paralelos. Aos discordantes, os rigores da lei. Mas não a nossa lei, ou a nossa Constituição, mas aquela que eles criaram para o seu regime paralelo.
Acabar com este governo paralelo é a nossa luta atual. Nenhuma pessoa que verdadeiramente compreenda e ame a democracia, poderá se recusar a lutar nesta guerra. Lutamos pela verdade, pela justiça, pela democracia, pelas nossas instituições e, principalmente, pelas nossas liberdades. Mas não lutamos apenas por palavras ou conceitos bonitos, mas lutamos para que tudo isto possa ser usufruído por todos, na vida real. E para que o governo legítimo, democraticamente eleito, possa trabalhar pelo país. Não lutamos pelo fim dos opositores, pois somos favoráveis à pluralidade de ideias, mas para que a oposição se limite ao campo das ideias e seja exercida dentro de princípios éticos, morais e legais.
Não podemos ficar de braços cruzados, bocas fechadas ou com as mãos paradas, enquanto os membros do regime paralelo trabalham arduamente para acabar conosco. Temos que agir, temos que falar, temos que escrever, temos que usar todos os meios éticos e legais de que dispomos para tomar o controle do país em nossas mãos, trazendo-o de volta à normalidade democrática e institucional.
E àqueles que estão lutando em favor deste regime paralelo, ou que dele fazem parte, não dedicaremos o nosso ódio, mas os trataremos com o rigor da lei, que nós respeitamos e cumprimos, ao contrário destes inimigos da nação.
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Brilhante análise. Porém, sou de opinião que urge a eliminação total dos 10 urubus do stf, da maioria do CN! Pelo fim do TSE, que baita excrescência!