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Os 32 anos do Massacre da Praça da Paz Celestial

Eu tenho a impressão que, quanto mais o tempo passa e a tecnologia se desenvolve, facilitando o nosso acesso às informações, mais ignorantes estamos nos tornando. Isto porque passamos a analisar os fatos de maneira superficial e linear, ou seja, cada dia produz os seus próprios fatos e o que aconteceu ontem já não nos interessa mais.

É por este motivo que fatos históricos relevantes, que explicam muito do que estamos vivendo hoje, acabam caindo no esquecimento. Como sei que o povo que não aprende com a História acaba repetindo-a, gosto sempre de revisitar fatos históricos importantes, de forma a manter viva a sua lembrança e, principalmente, aprender com o seu legado.

Foi assim com o meu primeiro artigo para a revista Vida Destra, quando escrevi a respeito dos trinta anos da queda do Muro de Berlim. E hoje quero registrar outro aniversário envolvendo um fato histórico relacionado com o comunismo: o aniversário de trinta e dois anos do Massacre da Praça da Paz Celestial, ocorrido em Pequim, na China.

Embora as manifestações populares que faziam reivindicações ao governo comunista chinês tivessem se iniciado em 15 de abril de 1989, foi no dia 4 de junho daquele ano que a repressão do governo atingiu o seu ápice, dissolvendo a manifestação, às custas de centenas de mortos e as prisões de milhares de manifestantes. Até hoje não se sabe o número real de mortos, e o governo chinês dificulta a obtenção de informações confiáveis, como é de se esperar de qualquer ditadura.

Para entender melhor a situação, precisamos analisar o contexto geopolítico global, que influenciou na realização dos protestos populares na China. Na União Soviética, o país sede do comunismo global, o líder Mikhail Gorbachev estava procedendo uma abertura política, chamada de Glasnost, e uma reforma econômica, chamada de Perestroika, e estas políticas tiveram consequências não apenas para a União Soviética, mas também nos países que compunham o bloco comunista, principalmente os do leste europeu. Prova disso foi a própria queda do Muro de Berlim, ocorrido apenas alguns meses após o massacre chinês.

A China, enquanto país comunista, também sofreu a influência das reformas soviéticas, que se somaram às próprias reformas econômicas chinesas, que vinham sendo implementadas desde 1979 por Deng Xiaoping, e que lançaram as bases do grande desenvolvimento econômico chinês, que a trouxe à sua posição atual de segunda maior economia do mundo.

Foi nesse contexto de busca por uma abertura econômica e política, que milhares de pessoas se reuniram para protestar, reivindicando desde maior liberdade até melhores condições de vida. Elas se concentraram na praça Tiananmen, ou Praça da Paz Celestial, no coração de Pequim, e lá permaneceram até serem brutalmente massacradas por forças do exército chinês, que chegou a usar tanques de guerra na repressão aos manifestantes, que em sua maioria eram estudantes universitários. A imagem que ilustra este artigo se tornou clássica e é emblemática, pois mostra bem a desproporção entre os manifestantes e as forças de repressão da ditadura comunista.

Analisando friamente os fatos, hoje é possível chegar à conclusão que o regime chinês só sobreviveu até hoje devido à sua decisão de agir de forma tão brutal na repressão de dissidentes e manifestantes. Desde que estas manifestações ocorreram, o governo chinês aumentou a censura, a repressão e o controle sobre os seus cidadãos, inibindo quaisquer tentativas de novas manifestações. A maioria dos líderes estudantis foram presos, e não se sabe com certeza qual foi o destino dado a eles.

Enquanto o Muro de Berlim caía, e a União Soviética desmoronava, a China seguia firme e forte em direção ao seu objetivo de se tornar uma potência relevante no cenário mundial. E sua maneira de lidar com o seu povo em nada mudou, ao contrário. As novas tecnologias atuais dão aos dirigentes do Partido Comunista Chinês a oportunidade de exercer um controle ainda maior sobre os seus cidadãos, pois agora tal controle consegue estar presente 24 horas por dia, dentro da casa das pessoas, vigiando até mesmo a sua intimidade.

É importante que fatos como estes sejam relembrados e ensinados à exaustão, pois mesmo diante do fracasso soviético e da brutalidade chinesa, ainda há no Brasil atual muitas pessoas que acreditam que o comunismo seja o melhor regime de governo, e lutam para a sua implantação em nosso país. Temos ativistas comunistas até mesmo dentro do nosso Congresso Nacional, onde buscam criar leis que transformem o nosso país pouco a pouco numa ditadura. E tais parlamentares nem se envergonham ao afirmar que se deitariam no chão para os chineses pisarem em cima. E isso os ditadores comunistas chineses sabem fazer muito bem!

O massacre da Praça da Paz Celestial nos ensina que não há e nunca houve diálogo com ditaduras comunistas. Qualquer tentativa neste sentido é punida com a morte e resulta em massacre. A China é a maior ditadura comunista dos dias atuais e sua influência nefasta já se estende bem além das suas fronteiras, abrangendo as áreas política, ideológica e principalmente, econômica. Mais do que nunca, devemos combater o comunismo a todo custo, antes que percamos a nossa liberdade, e sejamos todos forçados a viver sob o jugo de dirigentes encastelados na sede do Partido Comunista Chinês. Afinal, para os comunistas, o comunismo é bom para o povo, mas não para os seus líderes!

 

 

Sander Souza (ConexãoJapão), para Vida Destra, 04/06/2021.
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Crédito da Imagem: Luiz Jacoby @LuizJacoby

 

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2 COMMENTS

  1. Excelente, Sander. O genocidio e a marca registrada do comunismo. E, nessa mesma China, essa prática e continuada, pois o aborto é incentivado enquanto a criança estiver na barriga da mãe.

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