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Os espanhóis não têm medo de protestar, então, por que os conservadores americanos estão temerosos?

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Os espanhóis não têm medo de protestar, então, por que os conservadores americanos estão temerosos?

 

 

Espanhóis sabem o que é viver sob um governo comunista.

 

Fonte: The Federalist

Título original: Spaniards Aren’t Afraid To Protest, So Why Are American Conservatives?

Link para o artigo original: aqui!

Publicação: 22 de novembro de 2023

 

Autora: Evita Duffy-Alfonso

 

Dezenas de milhares de manifestantes inundaram as ruas das cidades da Espanha desde outubro, em protestos contínuos contra a tomada do governo espanhol pelos socialistas. Os manifestantes estão demonstrando sua rejeição a um acordo de anistia entre o presidente socialista da Espanha, Pedro Sánchez, e os separatistas catalães traidores, que violaram a Constituição espanhola em 2017, quando tentaram se separar da Espanha. Ao firmar um acordo para libertar criminosos espanhóis encarcerados e exilados, Sánchez conseguiu garantir um terceiro mandato no poder.

Os protestos são organizados pelo Partido Popular da Espanha, conservador, e pelo Vox, partido populista de extrema-direita. Em uma entrevista entre o presidente do Vox, Santiago Abascal, e Tucker Carlson, na semana passada, Abascal explicou que o acordo de anistia é um crime “contra a Constituição” e a “unidade nacional”.

Mas as manifestações maciças não estão apenas defendendo a Constituição espanhola, explicou Abascal; elas abrangem o que um terceiro mandato ilegal de Sánchez significa para a Espanha, ou seja, uma economia espanhola falida, justiça de dois níveis, imigração ilegal em massa proveniente de países muçulmanos, policiamento da livre expressão, globalismo, demonização da história espanhola e perda da identidade espanhola.

Onde estão as manifestações americanas?

Os problemas enfrentados pelos espanhóis são muito semelhantes aos enfrentados pelos americanos. A esquerda americana odeia tanto nosso legado que incendiou cidades americanas e destruiu estátuas e monumentos históricos durante um verão inteiro. Nosso presidente corrupto, Joe Biden, conseguiu tomar o poder graças a uma eleição fraudulenta, e sua administração transformou o governo federal em uma arma contra seu adversário político mais proeminente, o ex-presidente Donald Trump, e contra qualquer pessoa que se oponha ideologicamente aos Democratas.

O descaso do governo Biden com a segurança das fronteiras incentiva a imigração ilegal em massa na fronteira sul, expondo o público a criminosos perigosos e a encargos econômicos adicionais, enquanto a classe média luta para se manter à tona em meio ao aumento dos impostos, da inflação e dos preços de combustíveis. E, apesar do sofrimento cada vez maior do público, Biden prioriza o envio de bilhões de dólares dos impostos para guerras no exterior e projetos internacionais de energia verde.

Tudo isso, mas principalmente a perseguição do governo federal aos conservadores e seu ataque à integridade das eleições, deveria deflagrar protestos maciços. No entanto, nada. Diferentemente da Espanha, a América foi fundada com base na ideia de que os seres humanos têm direitos inalienáveis e concedidos por Deus. A liberdade de expressão e de reunião não apenas consta na Primeira Emenda da Constituição dos Estados Unidos, mas faz parte de nossa cultura. Então, por que os conservadores não estão protestando?

Ao usar o medo e a intimidação, a esquerda está assustando os conservadores para que desistam de sua liberdade de reunião. Uma das principais táticas de atemorização é punir severamente aqueles que, em 6 de janeiro de 2021, optaram por protestar contra as práticas eleitorais fraudulentas dos Democratas, como a votação em massa pelo correio e a censura das Big Techs. Como revelam as imagens adicionais do 6 de janeiro, recentemente divulgadas, muitos dos manifestantes acusados de rebelião eram pacíficos.

Contudo, os tribunais federais admitiram abertamente que fizeram dos manifestantes pacíficos exemplos para “dissuadir outros”. Os manifestantes do J6 foram perseguidos por agentes federais, mantidos em confinamento na solitária e demonizados pelo Comitê do 6 de janeiro, por Biden e pela mídia corporativa.

O povo americano também foi ainda mais aterrorizado, ao ponto do silêncio e da obediência, por agentes do FBI que amedrontaram ativistas pró-vida, tentaram se infiltrar em comunidades católicas tradicionais, rotularam de terroristas domésticos os pais que participaram de reuniões de conselhos escolares, e categorizaram secretamente os apoiadores de Trump como “extremistas”.

Conservadores não estão apenas com medo — estão desesperançados. Após testemunharem os distúrbios raciais marxistas de 2020 e o cancelamento de suas liberdades civis durante a Covid, muitos americanos não reconhecem mais sua terra natal.

Uma pesquisa recente de Harvard Harris mostra que 80% dos eleitores do Partido Republicano acham que o país está indo na direção errada. Enquanto isso, uma pesquisa de julho de 2023 revelou que 86,92 milhões de americanos acham “um pouco” ou “muito” difícil pagar suas despesas domésticas, sendo a classe média a faixa de renda mais afetada.

Quantas vezes já ouvimos amigos e familiares dizerem “o país está perdido”? Esse medo e desespero são compreensíveis, mas os riscos nunca foram tão grandes. Bravura e autossacrifício são necessários para defender uma nação contra as forças que querem destruí-la. Como explicou Abascal ao Tucker [Carlson]:

“A nação não consiste apenas em todos os espanhóis que estão aqui hoje, não se resume às pessoas que você vê andando pelas ruas. Nossa nação é nossa história. Ela está nos cemitérios onde nossos antepassados descansam. A nação é a soma dos vivos, dos mortos e dos que ainda vão nascer… Acho que o que fazemos hoje, mesmo que não sejamos vitoriosos como esperamos, pode fazer com que outros no futuro, nossos filhos, as gerações futuras, possam alcançar essa vitória. [Então], tudo terá valido a pena.”

A Espanha entende o que está em jogo

A Espanha experimentou o comunismo em primeira mão. Quando os comunistas controlaram a Espanha, tanto em eventos anteriores quanto durante a guerra civil na década de 1930, houve perseguição aos intelectuais, clérigos e leigos cristãos espanhóis.

Os comunistas espanhóis deram início ao seu ódio anticristão proibindo todas as escolas religiosas, removendo crucifixos das salas de aula e considerando todos os casamentos religiosos inválidos aos olhos do Estado. Por fim, passaram a queimar Igrejas Católicas e a executar em massa religiosos e leigos católicos. Os direitos de propriedade foram abolidos e os conservadores foram injustamente condenados em arremedos de tribunais e executados.

Há registros de que, no final da guerra, “13 bispos, 4.172 padres, 2.364 monges e frades e 283 freiras e religiosas”, além de um número desconhecido de leigos, haviam sido mortos.

As feridas infligidas pelos comunistas espanhóis ainda estão abertas. A memória ainda está viva. Por isso, em 2022, a Espanha implementou sua lei da “Memória Democrática”, uma peça legislativa orwelliana que impõe a visão pró-esquerdista da Guerra Civil Espanhola e do período pós-guerra. Por meio de “sanções criminais e econômicas para os dissidentes”, a lei efetivamente aniquila “a liberdade acadêmica, a liberdade de expressão e a liberdade de educação”, escreve Hermann Tertsch, membro do Parlamento Europeu, do [Partido] Vox.

Assim como na América, os esquerdistas espanhóis marcam como ‘criminosos do pensamento’ aqueles que contrariam suas narrativas históricas. De acordo com Abascal, os esquerdistas também criaram um sistema judiciário de dois níveis e, “agora, estão prendendo jovens por se manifestarem … dizendo que eles não têm permissão [para isso]”. Infelizmente para a esquerda, essas táticas de amedrontamento não foram inteiramente efetivas, como demonstram os contínuos protestos, talvez porque muitos espanhóis saibam o que significa estar sob o controle comunista.

Na América, somos abençoados por não saber. Entretanto, essa bênção também é uma maldição. Não percebemos a facilidade com que uma nação livre pode cair na tirania. Incapazes de se opor ou mesmo reconhecer a tirania, as gerações mais jovens perderam o contato com o espírito revolucionário americano, depois de enviar gerações de americanos para passar os anos de formação em campos de reeducação dirigidos por marxistas culturais (também conhecidos como escolas públicas e sistema universitário).

Talvez um modo de recuperar a fortaleza perdida da América seja observar os guerreiros da liberdade e conservadores na Espanha. Talvez não tenhamos, em nossa memória nacional, comunistas enterrando padres vivos ou profanando e decapitando freiras, mas podemos olhar para a Espanha em busca de motivação.

Na verdade, os protestos espanhóis deveriam inspirar os americanos, e a história da Espanha deveria ser um alerta. Se nos resignarmos ao fracasso ou se nos permitirmos ser intimidados ao silêncio, as consequências serão nada menos do que a completa destruição nacional.

 

Evita Duffy-Alfonso é redatora do The Federalist e cofundadora do Chicago Thinker. Ela ama o meio-oeste, esportes de lenhadores, escrever e sua família.

 

 

Traduzido por Telma Regina Matheus, para Vida Destra, 25/11/2023.                          Faça uma cotação e contrate meus trabalhos através do e-mail  mtelmaregina@gmail.com ou Twitter @TRMatheus

 

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1 COMMENTS

  1. É preciso entender que os comunistas abandonaram estratégias de eliminação pela morte dos seus opositores. Hoje o fazem pelas leis criadas ao longo do tempo. Se os legisladores não atinarem para derrubar essas leis, viveremos dias infernais.

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Telma Regina Matheus Jornalista. Redatora, revisora, copydesk, ghost writer & tradutora. Sem falsa modéstia, conquistei grau de excelência no que faço. Meus valores e princípios são inegociáveis. Amplas, gerais e irrestritas têm que ser as nossas liberdades individuais, que incluem liberdade de expressão e fala. Todo relativismo é autoritarismo fantasiado de “boas intenções”. E de bem-intencionados, o inferno está cheio. Faça uma cotação e contrate meus trabalhos através do e-mail: mtelmaregina@gmail.com ou Twitter @TRMatheus