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Política

PT + PSDB = PSDB + PT

Poucos se lembram que PSDB e PT tiveram origem no mesmo chorume ideológico, no coração da esquerda paulistana, com concepções políticas e econômicas muito parecidas. Essa comunhão de ideias nunca foi escondida por nenhum lado. Porém, até mesmo dentro de grupos de mesmo verniz ideológico, existem disputas pelo poder.

Para resolver esse impasse, foi criado um esquema de alternância de poder que enganou a sociedade com uma falsa disputa, escondendo dos olhos do povo, por mais de três décadas, a antiga afinidade de tucanos e petistas. Aliás, muito conveniente que a sociedade comprasse a ideia, inclusive, de que o PSDB era a “direita” que fazia oposição à esquerda representada pelo PT. Pura falácia.

Vamos relembrar alguns fatos históricos que comprovam que eles se merecem desde o início. Aliás, esses fatos já foram revelados em textos que circularam na internet há alguns anos. Mas é preciso a todo mometo repisar esses fatos, pois a especialidade da esquerda é apagar os fatos e a História quando não lhe convém.

Essa amizade política e ideológica é o que explica as manifestações de tucanos emplumados, como Fernando Henrique Cardoso, a favor de Lula, mesmo depois de todo o mal que o Larápio de Nove Dedos fez ao Brasil. São cúmplices!

No final da década de 70, Lula e FHC quase criaram um partido socialista juntos. Chegaram a se reunir no ABC paulista, com intelectuais e dirigentes sindicais, para discutir o que fazer diante da iminente reabertura democrática no país. Mas o ego inflado de ambos, não permitiu essa junção. Porém a partir dali, as bases do PT e do PSDB estavam lançadas. Mesma ideologia, mas com métodos diferentes.

Tanto é que, em 1978, Lula fez vários comícios pedindo votos para FHC, que veio a ser eleito primeiro suplente na chapa de Franco Montoro naquele ano. Lula levou FHC às portas de fábricas e rodou com ele pelo interior do estado de São Paulo. Era o início da construção de uma parceria que perdura até hoje.

A trajetória ideológica dos principais caciques tucanos também se confunde com a história dos principais caciques petistas. Juntos, ajudaram a construir a esquerda brasileira.

Fernando Henrique Cardoso sempre foi um estudioso do marxismo, por influência de Florestan Fernandes. Na década de 50, auxiliava a edição da revista “Fundamentos”, do Partido Comunista Brasileiro. Também integrava um grupo de estudos dedicado à leitura e discussão da obra O Capital, de Marx. Em 1981, ao lado de Eduardo Suplicy, ingressou numa lista da Polícia Federal. Era tratado como comunista pela ditadura.

O economista José Serra foi uma das principais lideranças estudantis de seu tempo, presidente da UNE e um dos fundadores da Ação Popular, grupo de esquerda que revelaria os petistas Plínio de Arruda Sampaio e Cristovam Buarque. Serra é amigo pessoal e conviveu por anos no exílio com a economista petista Maria da Conceição Tavares, uma das principais influências intelectuais do Partido dos Trabalhadores e referência particular de Dilma.

O tucano Aloysio Nunes, vice de Aécio Neves na última eleição, foi membro da Ação Libertadora Nacional (ALN), organização guerrilheira liderada por Carlos Marighella – era seu motorista e guarda-costas. Aloysio realizou inúmeros assaltos à mão armada em nome da revolução socialista.

Alberto Goldman, ex-governador tucano de São Paulo, teve uma educação marxista. Foi membro do clandestino PCB durante a ditadura.

José Aníbal, uma das figuras mais proeminentes do PSDB paulista, foi amigo de adolescência de Dilma Rousseff, com quem estudava matemática depois das aulas, e seu parceiro na Organização Revolucionária Marxista Política Operária, também conhecida como POLOP. Aníbal foi um dos fundadores do PT, antes de ser presidente do PSDB.

Em 1993, o Brasil passou por um plebiscito sobre a forma e o sistema de governo do país. De um lado, o PT articulava a formação de uma Frente Presidencialista. De outro, o PSDB defendia a implementação do parlamentarismo. Numa conversa informal, Lula e FHC chegaram a conversar sobre um plano em que o operário se tornaria presidente e o sociólogo primeiro-ministro.

Nas eleições de 2002, FHC retaliou José Serra, candidato pelo PSDB à sucessão presidencial, por ataques feitos a Lula durante a campanha. Fernando Henrique disse também, em conversas reservadas, que foi um erro o ataque direto ao presidente do PT, o então deputado federal José Dirceu. Dirceu era o petista mais próximo de seu governo e a ordem era que se suspendesse imediatamente as críticas a ele. Seu puxão de orelha foi transmitido ao comando do marketing da campanha de Serra.

Essa cumplicidade que o PSDB tem com o PT ficou mais evidente quando surge Bolsonaro no cenário. Eles não admitem que o povo escolheu alguém como Bolsonaro. Por isso, todas as máscaras que alguns ainda tentaram manter já caíram por terra. E desde então, trabalham mais unidos do que nunca para derrubar o Presidente.

Portanto, isso tem método, e é fruto de uma conjugação de esforços que tem como único objetivo retomar o poder a qualquer custo, atropelando a democracia que eles julgam defender, mas que só existe se eles estiverem no poder. O problema é que o povo já percebeu isso, e já começa a coloca-los juntos na mesma vala suja que sempre estiveram.

Serão defenestrados juntinhos da vida pública.

Vão terminar como começaram: agarradinhos.

Saul Christos, para Vida Destra, 15/03/2021                                                                    Sigam-me no Twitter, vamos debater o meu artigo! @saulchristos

 

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Alvaro
Alvaro
3 anos atrás

Ou seja, é como um carro cheio de japonês, com um chinês dirigindo e o guarda um coreano…..tudo igual.

Fábio Sahm Paggiaro.
3 anos atrás

Os comunistas nunca mudam, apenas desempenham papéis diferentes para disfarçar suas ações visando a tomada do poder.

Saul é um brasileiro como qualquer outro, que acorda cedo e trabalha para sustentar os nababos no poder. A diferença é que ele resolveu não ficar calado.