Os últimos anos tem sido bem estranhos, para dizer o mínimo. Tenho testemunhado mudanças em nossa sociedade que eu nunca imaginei que veria acontecer. Ou pelo menos, não acreditava que veria acontecer tão cedo. Eram mudanças que eu imaginava que fossem ocorrer daqui uns vinte ou trinta anos, e que seriam mudanças graduais.
Me refiro às mudanças de valores, que influenciam o comportamento e a mentalidade das pessoas. De fato, eu acreditava que as mudanças impostas pela manipulação cultural ainda fossem levar alguns anos para surtirem certos efeitos. Mas a pandemia da covid-19 serviu de pretexto para que o processo fosse acelerado. E assim, nossos direitos foram ignorados, nossas liberdades retiradas e até o que dissermos ou fazemos pode ser utilizado para nos incriminar e nos condenar.
Parece um assunto já batido, mas creio que não podemos nos cansar de falar e escrever a este respeito, pois se o fizermos, estaremos assumindo a nossa derrota. E a luta pela defesa dos nossos valores, nossos direitos e nossas liberdades nunca deve ser abandonada, mesmo que as dificuldades aumentem. E lamento escrever isto mas elas aumentarão muito ainda.
Esta semana vimos Adrilles Jorge ser demitido pela Jovem Pan porque supostamente teria usado um gesto nazista para se despedir durante o encerramento de um programa do qual participava. Eu fiquei perplexo, pois não vi nada que nem de longe pareça nazista naquele gesto! O pior é que quem o acusou de usar um gesto supostamente nazista sequer deve saber como tal gesto de fato era. E ainda pior que isso, é que a Jovem Pan, uma empresa jornalística, que deveria apurar os fatos e buscar a verdade, parece ter deixado a investigação da verdade de lado e se deixou levar pela histeria da militância lacradora, que procura por motivos, sejam reais ou imaginários, para silenciar aqueles que falam ou escrevem o que eles não aceitam. A meu ver, o gesto de Adrilles é absolutamente normal, inclusive usado por muitas outras pessoas públicas sem nenhum problema.
Fala-se e escreve-se muito a respeito de liberdade de expressão mas hoje o que vemos é que a liberdade de expressão só existe para que se expresse o que a militância lacradora quer. Se escrevermos ou dissermos qualquer coisa fora da cartilha deles, a nossa liberdade de expressão acaba. Podemos pensar o que quisermos, mas não podemos expressar o que quisermos. E, com o desenvolvimento da tecnologia, não está longe o dia em que até nossos pensamentos estarão sob vigilância e julgamento, e poderemos ser punidos até pelo que pensarmos!
Eu não preciso concordar com todas as opiniões de Adrilles para defendê-lo desta injustiça. Se trata de uma questão de princípios. E é isto o que muitos não conseguem entender hoje em dia. Mesmo os que se dizem conservadores, que defendem princípios e até se dizem cristãos, muitas vezes só saem em defesa de injustiçados se a vítima for parte da sua bolha e se pensar de forma exatamente igual. Este tipo de posicionamento, a meu ver, é igual ao dos militantes esquerdistas, e mostra o quanto todos fomos influenciados e estamos contaminados pelo pensamento de esquerda, em maior ou menor grau, mesmo sem percebermos.
É por isso que nosso Senhor nos ensinou a vigiar e orar. E a vigilância nunca se fez tão necessária, pois o mal está em todo lugar, só esperando uma brecha para nos alcançar.
Você, leitor, tem todo o direito de discordar do que eu escrevo. Mas nem por isso precisamos nos tornar inimigos. Ao contrário, creio que nossos pontos de vista, mesmo que diferentes, podem nos ensinar um ao outro. O fato de compartilharmos os mesmos valores não significa ter as mesmas opiniões a respeito das coisas. E isto é normal.
Esta não é a primeira vez que escrevo um artigo no qual defendo uma pessoa pública que considerei injustiçada, já fiz o mesmo em relação ao Augusto Nunes e ao Rodrigo Constantino, e farei sempre que for necessário.
Que este episódio envolvendo Adrilles nos sirva de alerta para que possamos permanecer vigilantes. Mas não vigilantes em relação aos nossos gestos ou palavras, por medo do cancelamento dos lacradores, mas vigilantes na luta e na defesa das nossas liberdades e dos nossos direitos. Estão invadindo cada vez mais o nosso espaço individual e estamos sendo cada vez mais controlados. E não podemos permitir que isto continue acontecendo, ou chegará o dia no qual passaremos do ponto de não retorno e aí será tarde demais para qualquer reação. A hora da reação é agora!
Sander Souza (Conexão Japão), para Vida Destra, 11/02/2022.
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Neste excelente art. de @srsjoejp em q demonstra sua revolta contra a demissão de Adrilles Jorge da Jovem Pan, nada me tira da mente q foi uma forma de desviar a atenção a fala de Kim Kataguiri, bem como um movimento de patrocinadores judeus que pediram a cabeça do jornalista, como fizeram com Bernardi.