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Sim, são ‘marchas do ódio’

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Seguimos com o nosso compromisso de trazer até vocês, todos os sábados, artigos sobre temas relevantes publicados pela imprensa internacional e traduzidos pela nossa colaboradora, a jornalista e tradutora profissional Telma Regina Matheus. Apreciem!

 

Sim, são ‘marchas do ódio’

 

 

São organizadas por fanáticos do Hamas e estão repletas de antissemitas. Pare de dar desculpas para eles!

 

Fonte: Spiked

Título original:  Yes, they are ‘hate marches’

Link para o artigo original: aqui!

Publicação: 8 de novembro de 2023

 

Autor: Tom Slater

 

Como você ousa qualificá-las de marchas do ódio?! Assim se pronunciou o coro de comentaristas esta semana, enquanto Londres se preparava para outra manifestação “pró-Palestina” no sábado, coincidindo polemicamente com o Dia do Armistício. Com o governo britânico ávido por parecer rigoroso em relação aos protestos anti-Israel, que ocorrem semanalmente na capital e que sempre evoluem para um festival de ódio contra os judeus, a secretária do Interior, Suella Braverman, classificou-os como “marchas do ódio” e pressionou a Polícia Metropolitana a proibir o evento deste fim de semana [referindo-se a 11 de novembro].

Foi o gatilho para a indignação da esquerda liberal, para quem fazer oposição a Suella Braverman se tornou um substituto para o intelecto. ‘Manifestar-se e pedir cessar-fogo e paz, de modo que mais crianças inocentes não sejam mortas, não se encaixam na definição de uma marcha do ódio’, disse o arrogante Gary Lineker. ‘As manifestações pró-Palestina não são “marchas do ódio” — elas são uma expressão de solidariedade, impotência e frustração’, insistiu uma redatora do Guardian. James O’Brien, da LBC, acusou Braverman de difamar propositalmente esses protestos “essencialmente pacíficos” para provocar uma reação de extrema direita.

Longe de mim defender Suella Braverman. Não sou fã de suas políticas linha-dura anti-imigração. Além disso, embora ocasionalmente ela diga algo sensato, há muito tempo ela me parece uma comentarista de direita frustrada, que se faz passar por uma política séria, cujas únicas realizações como secretária de Estado foram ofender com sucesso os que se ofendem facilmente com alguns tuítes extravagantes. Mas ela tem total razão sobre isso. Essas manifestações são marchas do ódio. E embora eu não defenda que sejam banidas — devemos defender o direito de protestar, mesmo para aqueles cujos pontos de vista detestamos —, também não podemos ignorar o poço profundo de fanatismo do qual elas estão claramente fazendo uso.

Suponho que Lineker, O’Brien e outros descartariam todos os imbecis racistas que vimos nas manifestações até agora, considerando-os como maçãs podres que arruinaram ajuntamentos maravilhosos contra o bombardeio de Gaza. Suponho que eles creem que as mulheres com adesivos de paraquedas glorificando terroristas antissemitas, ou os homens cantando slogans de guerra em árabe sobre o massacre de judeus, ou os islamitas gritando “Allahu Akbar”, todos apenas tropeçaram nos protestos errados — e ficarão bastante envergonhados quando perceberem que esses protestos são, na verdade, sobre paz e harmonia. Será que são assim tão estúpidos?

Mas se todas essas “maçãs podres” não são suficientes para comprometer os bons e nobres [protestos], eles deveriam dar uma olhada nos grupos que estão realmente organizando essas manifestações. Como revelou o Telegraph, metade das organizações por trás da marcha de sábado tem vínculos com o Hamas — você sabe, aquele grupo islâmico genocida que chacinou 1.400 pessoas no sul de Israel há pouco mais de um mês, o que deflagrou a guerra que, agora, os manifestantes alegam ser contra. E também não estamos falando, aqui, de seis graus de separação. Muhammad Kathem Sawalha, ex-chefe do Hamas que agora vive em Londres, foi cofundador de uma dessas organizações — a Muslim Association of Britain (Associação Muçulmana da Grã-Bretanha). O filho dele ainda está envolvido [na associação].

Há ainda Zaher Birawi, líder do Palestinian Forum in Britain [Fórum Palestino na Grã-Bretanha], outro grupo que está organizando a marcha do Dia do Armistício. Ele supostamente se reuniu com o líder político sênior do Hamas em Gaza, Ismail Haniyeh. O mesmo vale para Ismael Patel, fundador e presidente da Friends of al-Aqsa [Amigos de al-Aqsa] — outro dos grupos envolvidos na manifestação de sábado. Até mesmo a supostamente respeitável Palestine Solidarity Campaign (Campanha de Solidariedade à Palestina) recentemente teve que suspender membros de sua filial de Manchester por causa de uma publicação, em um blog, que descrevia o pogrom de 7 de outubro em Israel como ‘heroico’. E a Corbynite Stop the War Coalition (Coalizão Corbynista Parem a Guerra) vem, naturalmente, fazendo comentários favoráveis ao Hamas há anos. Um de seus cofundadores, John Rees, certa vez qualificou esses terroristas — empenhados em varrer Israel do mapa — de “legítimo movimento de resistência”.

Não estou dizendo que cada alma que vai a uma dessas manifestações é antissemita. Tenho certeza de que muitas delas simplesmente ignoram o que realmente está acontecendo aqui. O que estou dizendo é que, se essas manifestações fossem verdadeiramente ‘marchas pela paz’ — cujo único objetivo fosse o fim das hostilidades entre Israel e o Hamas, para o bem de civis inocentes —, talvez não fossem organizadas por grupos com tantos vínculos com o Hamas, ou talvez não contassem com a presença de uma parcela tão grande de odiadores de judeus. E mais, qualquer marcha pela paz que se preze certamente começaria exigindo que os terroristas genocidas que desencadearam essa guerra depusessem as armas e libertassem os mais de 200 reféns aterrorizados que mantêm atualmente em cativeiro, em Gaza. Mas eles não farão isso. E acho que sabemos por quê. ‘Marchas do ódio’ é uma expressão quase educada demais para descrever o esgoto que consumiu Londres nas últimas semanas.

Quando o Hamas fez sua incursão sanguinária ao sul de Israel no mês passado, eu esperei que os esquerdistas identitários se rebaixassem. E eles realmente não decepcionaram. Eles não apenas se tornaram apologistas do Hamas, mas também líderes de torcida — apresentando seu pogrom racista como um grande ato de ‘resistência’. Também imaginei que os islamistas se manifestariam com força, glorificando abertamente o assassínio de judeus em nossas ruas. Isso era de se esperar desses canalhas. Mas até eu fiquei chocado com a reação dos supostos sensatos centristas. Estão tão preocupados com os retuítes, com a postura moral simplista, e em atacar Suella Braverman, que se tornaram cegos ao ódio feroz desencadeado em nosso meio. O caminho para o inferno é pavimentado com sinais de virtude.

Tom Slater é editor da spiked.

 

 

Traduzido por Telma Regina Matheus, para Vida Destra, 18/11/2023.                          Faça uma cotação e contrate meus trabalhos através do e-mail  mtelmaregina@gmail.com ou Twitter @TRMatheus

 

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Telma Regina Matheus Jornalista. Redatora, revisora, copydesk, ghost writer & tradutora. Sem falsa modéstia, conquistei grau de excelência no que faço. Meus valores e princípios são inegociáveis. Amplas, gerais e irrestritas têm que ser as nossas liberdades individuais, que incluem liberdade de expressão e fala. Todo relativismo é autoritarismo fantasiado de “boas intenções”. E de bem-intencionados, o inferno está cheio. Faça uma cotação e contrate meus trabalhos através do e-mail: mtelmaregina@gmail.com ou Twitter @TRMatheus