Hoje não é apenas mais um 7 de setembro. Ao que tudo indica, a data que rememora o Dia da Independência brasileira, em 2021 terá a maior adesão popular das últimas décadas. E não é por conta dos grandiosos desfiles militares e atrações alusivas à data, que aliás, não ocorrem desde o ano passado devido à pandemia da Covid-19. O que mobiliza milhões de brasileiros este ano, é o despertamento em relação à luta pela sua própria liberdade, ameaçada por atos ilegais e imorais por parte daqueles que deveriam garanti-la.
Mas como é possível que ainda hajam pessoas que não compreendam a magnitude e importância dos atos que acontecem hoje em todo o país, sobretudo em Brasília e na Avenida Paulista? Isso se deve basicamente a dois fatores: alienação ou despeito.
O deep state (estado profundo) brasileiro, composto por autoridades, jornalistas e analistas políticos de modo geral, se habituaram a enxergar o cenário do país a partir de suas próprias lentes, das suas próprias convicções. Há muito tempo não validam mais as suas teorias junto ao Brasil real. Simplesmente tentam impô-las como verdade absoluta, ainda que não haja a menor aderência com a verdade que se vê nas ruas.
Ao contrário, quando se deparam com fatos que negam suas teorias e previsões, passam a demonizar, criticar e rotular a parcela da população que atesta o oposto do que eles preveem ou desejam. Esse reducionismo tosco – bolsonarismo versus pessoas boas – que usam para explicar o que ocorre hoje no Brasil é a maior prova de que eles não têm a menor ideia do que sente a grande maioria dos brasileiros. Não conseguem mais se comunicar com o povão, e buscam entendê-lo conversando com gente que, nem de longe, representa mais esse povo.
Esta alienação é fruto de décadas de manipulação, mentiras e de uma falsa democracia, onde o povo só podia ser ouvido a cada quatro anos para reconduzir essas mesmas pessoas ao poder, sem maior participação política depois disso. Apesar das transformações vividas no mundo, a partir do advento da massificação das redes sociais, muitos desses velhos atores ainda não se deram conta de que ficaram para trás, e que suas verdades foram demolidas pela nova realidade.
Por outro lado, há uma parte deles que, na verdade, já sabe perfeitamente o que está acontecendo, mas busca negar a realidade por pura inveja e despeito. Não aceitam a ideia de que o povo pode se organizar de maneira espontânea, sem ajuda de partidos, sindicatos ou políticos para colocar milhares de pessoas nas ruas para defender aquilo que acham correto. Pior ainda, se retorcem porque esse povo defende o Presidente eleito, das investidas imorais que fazem contra ele, mas que agora estão sendo expostas nas redes sociais.
O que assusta essa gente, é o fato de o povo poder formar livremente seu próprio juízo a respeito de qualquer personagem da vida pública atualmente. Basta ter a informação. Aí pouco importa a opinião que a mídia tente fabricar para justificar, por exemplo, livrar da cadeia um condenado como Lula, e outros bandidos de estirpe semelhante, traficantes e corruptos de toda sorte.
É essa liberdade que dá ao cidadão comum o poder de se contrapor às narrativas dominantes que até há bem pouco tempo, eram as verdades incontestes impostas a todos nós. Hoje, um cidadão com um celular e internet pode acabar em minutos com qualquer mentira contada pela grande mídia. Isso não é pouca coisa, pois significa que eles perderam o monopólio da informação. E não há dominação sem o controle total da informação. E isso, obviamente incomodou bastante os “donos do poder”.
Considerando este contexto, fica fácil compreender a sanha desesperada para frear esse movimento que cresce a cada dia. Eles não se intimidam mais com o que diz a Constituição e as leis e farão de tudo para calar as vozes dissonantes que apontam para as suas condutas equivocadas. Violaram o sistema jurídico e constitucional, e a pretexto de defender a democracia cometem arbitrariedades antidemocráticas. E isso depõe contra a própria existência do Estado.
Por isso repito, quem se coloca contra manifestações democráticas como a do 7 de setembro é alienado, invejoso ou ambos. Não se trata de defender Governo, mas defender e lutar pela nossa liberdade e de nossos filhos. Caso nada seja feito para restabelecer a garantia dos direitos fundamentais, veremos o crescimento do arbítrio, da perseguição com ares de legalidade.
Tudo que eles mais temem hoje é uma massa popular pacífica e ordeira marchando nas ruas do país. Uma multidão de homens, mulheres, crianças, idosos, famílias inteiras, produtores rurais, caminhoneiros, religiosos, ateus, brancos, negros, índios, brasileiros! É a essência da nossa gente que vai às ruas gritar e clamar por liberdade, paz e justiça. Não podemos fazer menos do que tudo para lutar pela nossa liberdade.
Ismael Almeida, para Vida Destra, 07/09/2021.
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Crédito da Imagem: Luiz Jacoby @LuizJacoby
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