Nesta série de artigos, sempre publicados às quintas-feiras, analisaremos a obra: Como ser um conservador, do filósofo e escritor inglês Roger Vernon Scruton, que faleceu em 12 de Janeiro de 2020. Acesse o sumário neste link, não se esqueça de colocar o mesmo nos seus favoritos. Lembrando que os títulos e subtítulos podem não ser iguais aos existentes no livro. Sem mais delongas, aproveitem!
Interesse Individual e Confiança
Vivemos em grandes sociedades e dependemos de milhões de pessoas executando suas ações. Estamos ligados a esses desconhecidos pela vizinhança, nacionalidade, cidadania e lei. Em uma economia livre com um estado imparcial, é possível proporcionar condições para que o interesse individual conduza a uma ótima distribuição de recursos. É importante frisar que a liberdade econômica e o interesse individual não são os únicos fatores ou motivos mais importantes. Um mercado consegue fazer a alocação racional de bens e serviços somente onde há confiança entre os integrantes. Para haver confiança, é necessário que as pessoas assumam responsabilidades por seus atos, se tornando responsáveis por aqueles com quem negociam. Em outras palavras, a ordem econômica depende de uma ordem moral para funcionar bem.
Fatores como confiança, responsabilidade e compromisso só podem existir em uma sociedade que os respeita, e os mesmos guiados pelo interesse individual, geram frutos espontâneos de solidariedade, dever e virtude, que conseguem atingir resultados formidáveis.
Em poucas palavras, isso significa que as pessoas podem satisfazer melhor os interesses apenas em um “ambiente” em que também possam, ocasionalmente, renunciá-los.
Homo oeconomicus ?
No modelo do homo oeconomicus, a pessoa sempre age de forma racional para maximizar sua utilidade a qualquer custo, sem preocupar-se com os outros. Mas não vivemos neste modelo de sociedade, e de forma inconsciente, fazemos sacrifícios , seja como senso de responsabilidade em relação aos outros e a um modo de vida moral, seja como sentimento inconsciente.
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Nunes, para Vida Destra, 10/12/2020
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