Sempre ouvi falar, desde criança, que o Brasil é o país do futebol e do carnaval. E não é difícil deduzir que o autor da frase – seja ele quem for – tem uma certa razão. Afinal de contas, foi o que nós mais “exportamos” nas últimas décadas. Sem contar que as duas atividades são, para o brasileiro, a chamada “galinha dos ovos de ouro”.
Entretanto, de alguns anos para cá, o que se percebe é o quanto o brasileiro gosta de uma bravata – e no sentido mais irônico da palavra. No dicionário ela é definida como “presunção a respeito de atributos pessoais, poderes; e com matizes de provocações, fanfarronada, parlapatice. Ato ou dito insolente que envolve ameaça, intimidação“.
E por quê é necessária a definição do termo? Simples. Ultimamente, o bravateiro é facilmente identificado em todo lugar. Eu poderia facilmente, aqui, falar do STF, que é o suprassumo da ‘bravateria‘ – e nem é preciso explicar o porquê. A corte, por si mesma, é auto-explicativa. Ou mesmo citar a CPI do Circo (ou do pão e circo, como gosto de chamá-la).
Mas, como eu disse acima, não dá para ficar no reducionismo de deixar esse termo tão, digamos, carinhoso, restrito à classe política – muito embora eles mereçam. E isso, em todos os níveis de governo. Discursos vazios e que só servem para inflamar a militância, têm de sobra. Basta acompanhar os últimos acontecimentos.
Só que, infelizmente, esse tipo de comportamento se espalhou. É só ver como aqueles que se julgam influenciadores ou formadores de opinião fazem com quem pensa diferente – ‘vide’ a chamada ‘cultura do cancelamento’. A imprensa então nem se fala; ela que é chamada por muitos de “o quarto poder”.
Se vê muito discurso bonito, empolado, cheio de frases de efeito; mas que no fim é o nada ao lugar nenhum. Felizmente – pro bem e pro mal – nada nessa vida é eterno, e todos aqueles que têm hoje nas mãos o poder até mesmo de mudar os destinos de uma nação inteira, vão embora. Juntamente com suas bravatas que, via de regra, vão pra lata de lixo da história.
Precisamos ter mais cuidado para decidir nas mãos de quem concentramos tantos privilégios. Pois, como bem disse o notório ex-presidente americano Abraham Lincoln, “se quiser por à prova o caráter de um homem, dê-lhe poder”.
Lucia Maroni, para Vida Destra, 21/05/2021. Sigam-me no Twitter, vamos debater o tema! @rosadenovembroo
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Bem colocado Sra Lúcia, somos exportadores de bravatas e onde resido atualmente, em Portugal, o brasileiro é conhecido por suas bravatas.
Resta aos brasileiros de bem mudar essa fama e se alinhar com uma postura mais séria e ética, aí sim teremos mudanças reais.