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País dos hipócritas

Dias desses, batendo um papo ao vivo com os amigos do Canal Visão Pátria, comentei que a eleição de Bolsonaro à presidência da república se deu muito mais pelo fato do povo estar cansado de certos posicionamentos morais, do que pela corrupção propriamente dita.

E, por que digo isso? 

Hoje não raro, é muito fácil vermos muitos relativizando essa corrupção – alguns por pura ignorância, porém a maioria por se beneficiar dela! 

HIPOCRISIA!

Já falei aqui e no Twitter, que a hipocrisia da esquerda e da oposição em geral, está beirando a psicopatia, porém, essa hipocrisia é geral.

Na Copa do Mundo de 2014 no Brasil, pouco antes do início da disputa de pênaltis contra o Chile, nas oitavas de final, o zagueiro Thiago Silva chorou e foi alvo de muitas críticas por conta disso, chegando a ficar fora de algumas convocações por isso.

Em 2021, após grande polêmica sobre a realização da Copa América no Brasil por conta da pandemia, com ataques ao presidente, notas da CPI e carta coletiva de jogadores e comissão técnica da seleção, o Brasil perde a final para os hermanos argentinos.

O que se viu foi o maior show de hipocrisia, com alguns jogadores — que eram contra a realização — chorando pela derrota de um campeonato que não queriam, com seu ídolo maior,  o Neymar Jr., rolando no gramado aos prantos por mais de 10 minutos.

Como esquecer o narrador esportivo da rede Globo, Luiz Roberto, dizer – numa histeria – ser um “tapa na cara” do povo brasileiro a realização da Copa América no Brasil, para logo depois, narrar jogos das eliminações para a Copa do Mundo ou euforicamente anunciar as Olimpíadas do Japão — ambos transmitidos por seu empregador?

E esse é o exemplo menos significativo, só mesmo para mostrar como a hipocrisia saiu da cena política!

Pois, temos ainda, senadores investigados por desvios — alguns por desvios na saúde – comandando uma CPI que tenta através de inúmeras narrativas, provar que o governo federal é corrupto!

Com seu presidente e relator investigados, prendendo depoente por crime que nem existe e, aos berros, defendendo moralidade.

Temos um presidente do TSE (Supremo Tribunal Eleitoral), que deveria ser o primeiro a zelar por um sistema eleitoral limpo, que não deixe qualquer margem para dúvidas, ser contra — a ponto de fazer campanha e até ameaça como: “se o STF validar” — um sistema de urnas auditáveis.

Aliás, o Ministro Barroso (atual presidente do TSE) e o próximo presidente, o ministro Alexandre de Moraes, ambos também do STF, divulgam ser inviável providenciar urnas auditáveis, por conta do valor excessivo de tal providência.

Porém, estes mesmos ministros, não veem problema algum em fazer uma licitação de R$ 1,1 milhão para comprar lagostas e vinhos para eles e seus pares se deleitarem às custas dos pagadores de impostos.

E não parou por aí!

No pregão eletrônico nº 59/2019, com valor estimado de R$ 42.089,02, o STF estabeleceu um novo alvo alimentar: aquisição de frutas. Com 27 tipos de frutas.

Outro ministro deste mesmo supremo, Marco Aurélio — que esta se aposentando, deu uma entrevista recentemente onde disse defender uma reforma processual que promova redução na competência criminal da Corte. 

Em 1990, recém-chegado ao STF, ele abriu divergência para votar contra a possibilidade de o Supremo julgar um habeas corpus (HC 67915), por considerar que seria papel do Superior Tribunal de Justiça (STJ), mas acabou vencido.

Disse ele: Quem nos garante que a decisão mais consentânea com a ordem jurídica seja sempre do Supremo? Eu, por exemplo, confio muito na pedreira da magistratura que está na primeira instância, no juiz de primeira instância, mesmo porque ele ouve as testemunhas, ele tem contato com os elementos probatórios que são coligidos no processo”. (Grifei)

Porém, Marco Aurélio não pensou duas vezes na hora de soltar André Oliveira Macedo – o André do Rap — um dos líderes do PCC. E pior, confirmou ter soltado mais de 80 presos usando o mesmo critério que usou quando soltou o André do Rap.

Ainda temos a turma do “Lula-Livre” — que sempre defendeu um condenado em dois processos em segunda instância com mais de 3000 provas — cobrando moralidade do Exército brasileiro por arquivar um processo contra o ex-ministro Eduardo Pazuello, por participação em manifestação ao lado do presidente Bolsonaro.

E aqui não vou nem citar casos da imprensa e de supostos apoiadores do Presidente, porque levaria o texto a tamanho inimaginável!

Este é só um exemplo de falta de moralidade que nos atinge!

E como auditoria do que expus no primeiro parágrafo — viu Barroso? Auditar é bom! — vou parafrasear um provérbio:

Em terra de hipócritas, quem ousa ser sincero e falar o que pensa é Presidente!

 

 

Adilson Veiga, para Vida Destra, 13/07/2021.
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Pai de família, conservador e cozinheiro nas horas vagas.