Como esse é o assunto do momento, tenho certeza de que o leitor me permitirá escrever esse texto com analogias. Até porque, em tempos em que tudo é considerado subversivo, prefiro não citar nomes – e não ser a próxima da lista.
Falemos, então, de um país longínquo, localizado no outro lado do oceano, que vou chamar de Afegão. Durante anos, tropas militares das terras do tio Sam ocuparam todo o território desse país, para proteger sua população de um grupo extremista, chamado Talibã. Esse grupo, que tem como norte os ensinamentos de um profeta chamado “maometano”, cuja doutrina prega a unicidade de pensamento.
Além disso, as mulheres são alijadas da sociedade e tratadas como meras escravas sexuais – isso sem contar os casos de pedofilia até mesmo com meninos, que são usados como fetiches para agradar aos soldados que integram as forças de opressão.
Não bastasse tudo isso, quem se insurgir contra o regime será sumariamente executado, ou, na “melhor das hipóteses”, sua liberdade será cerceada, quando não suprimida. Vale lembrar que há uma ilha, aqui no nosso continente, que acaba de censurar a internet de seus habitantes – para, segundo eles, evitar a propagação de fake news.
Recentemente, porém, o presidente das terras do tio Sam resolveu retirar as tropas do país afegão, fazendo com que seus soldados – e demais cidadãos de seu país que estavam lá – voltassem pra casa. O resultado disso não poderia ser mais desastroso. O Talibã voltou a ocupar o território com a força das armas – e, claro, com muito financiamento estrangeiro.
Tudo o que o povo de lá conquistou a duras penas foi destruído em pouquíssimas horas, levando as pessoas ao desespero e, da forma que é possível, escapar da tirania extremista – mesmo que pra isso coloquem a própria vida em risco.
Nada muito diferente do que acontece em terras tupiniquins. onde o extremismo fica por conta do poder judiciário – este que se especializou, nos últimos tempos, em silenciar quem se opõe aos seus desmandos. Parece que, infelizmente, o poder da caneta está em outras mãos. E a tão decantada censura, que diziam ser do chefe do Poder Executivo, vem, justamente, dos guardiões da Constituição.
Caminhamos a passos largos – e de olhos vendados – para o precipício.
“A censura que se pratica sobre as obras alheias não determina necessariamente a produção de obras maiores”. (Bernard Fontenelle)
Lucia Maroni, para Vida Destra, 20/08/2021. Sigam-me no Twitter, vamos debater o tema! @rosadenovembroo
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Neste brilhante art. de @rosadenovembroo em q retrata um País aonde as conquistas de um povo foram destruídas de uma noite p/um dia. E num eufemismo líderes talibãs dizem q a liberdade de expressão é respeitada. Melhor voltar a ler o Caçador de Pipas.