Após anos ouvindo e consumindo narrativas, acordamos e resolvemos reacender o debate. Isso fez com que a esquerda nos acusasse de provocar o discurso de ódio — um mero nós contra eles.
Na verdade, nem acredito que exista uma direita ou uma esquerda ― são meras nomenclaturas para designar o que seria uma guerra do bem contra o mal. Por isso, vamos ao debate.
Discurso de ódio e o nós contra eles:
Em primeiro lugar, quero deixar claro aos amigos que sou contra o discurso de ódio, seja ele político, esportista, religioso, ou até sobre as folhas da árvore do vizinho que caem no meu quintal.
Apesar de não ser invenção da esquerda, o discurso de ódio realmente é prerrogativa dela, como todos sabem ou deveriam saber. Não há como formar um estado totalitário sem o uso da violência ― e nada melhor do que o discurso de ódio para começar uma revolução.
Agora, quanto ao “nós contra eles”, vejo vários comentários de ser invenção da esquerda, mas o fato é: a esquerda, e assim mesmo a progressista, só inventou esse discurso nos casos das minorias ― discurso de ódio ―, porque, na verdade, o “nós contra eles” é inerente às democracias.
A democracia é um arranjo do contraditório, propício a gerar conflitos, pois a cada um cabe o direito à liberdade de ter sua opinião e sua escolha, unindo os que têm a mesma opinião contra os que têm opinião contrária, ou seja, “opinião x opinião”, ou “nós contra eles”.
Talvez os amigos não estejam acostumados a isso, já que, desde muito antes do fim do regime militar e até há pouco tempo, a esquerda teve a supremacia das narrativas, não existindo, portanto, o debate ou o “nós contra eles”.
Progressistas:
Progressismo não é um viés político, na verdade, o progressismo é uma filosofia renascida na esquerda, na década de 60, um socialismo soft, uma ramificação do iluminismo agregada ao marxismo ― não necessariamente violento, mas tão danoso quanto.
A filosofia do progressista é o evangelho da libertação da culpa ― culpa essa, pregavam eles, advinda da moral e da ética cristãs, as quais “impediriam” o homem de realizar seus desejos e impulsos naturais — daí, gerando a defesa de assassinos e estupradores.
A finalidade do progressismo é destruir o sistema de dentro para fora, derrubando os pilares básicos da sociedade judaico-cristã, ou seja, a família e a religião, defendendo o amor livre, o aborto, a liberação das drogas, a não segregação de minorias e, agora, mais recentemente, o ESG (meio ambiente, social e governança — em português).
Mas vejam vocês que esse progressismo, que criou o evangelho da liberação da culpa, criou também o politicamente correto e fez surgir, hoje em dia, um novo sentimento de culpa: por ser hétero, branco e rico; pela chamada “dívida histórica” com os negros — racismo estrutural —; pelas chamadas “vítimas da sociedade” — assassinos e estupradores —; e por aí vai, e quem não se render à nova “culpa”, é cancelado.
ESG:
A sigla ESG vem do inglês Environmental, Social and Governance. Essas três letras praticamente substituíram a palavra sustentabilidade no universo corporativo ― é o velho progressismo verde revisitado.
Apresenta-se como o “novo” idealismo jovem e simpático — quando não vem com o rosto raivoso da Greta — de querer salvar o planeta e os espécimes. São contra combustíveis fósseis, contra desmatamento para plantação e contra os agrotóxicos químicos. Seu discurso mais forte é contra o aquecimento global.
O ESG tem como principais estrelas a sueca Greta Thunberg — que anda por aí ameaçando governantes de vários países — e a filósofa e ativista feminina indiana, Vandana Shiva. Aliás, essa última foi quem convenceu o governo do Siri Lanka a banir todo o agrotóxicos químicos, substituindo-os pelos orgânicos, o que causou a quebra da safra de arroz e de vários produtos alimentícios, situação agravada com o aumento dos preços dos combustíveis, e isso levou à queda do governo, inclusive com a invasão da residência presidencial pela população.
Não podemos esquecer que, com quase oito bilhões de habitantes no planeta a serem alimentados, é praticamente um suicídio abdicar dos agrotóxicos químicos — pois as pragas irão comer os alimentos antes dos humanos.
Sobre os combustíveis fósseis, a guerra Rússia/Ucrânia mostrou que o mundo não tem alternativas a ele.
E se você, meu amigo, pensa que essas ideias utópicas de sustentabilidade passam longe do Brasil, saiba que, no Congresso, avança o PLS 454/2017, de autoria do senador Telmário Mota (PTB-RR), que proíbe a venda de veículos novos com motor a combustão — combustíveis fosseis — a partir do ano de 2060.
Como bem postou a amiga IaraGB: “Senado ESG — se, em 33 anos, não conseguiram levar energia elétrica para Roraima… 38 anos para abastecer com energia uma frota de mais de 100 milhões automóveis!”
Fato que nos traz à mente a velha agenda 2030 dos globalistas — que não tem nada de teoria da conspiração —, com seu desejo de reduzir a população e sua alimentação de carne sintética ou de pequenos insetos.
Por fim, temos que agradecer ao fato de que vários agricultores ao redor do mundo ― principalmente na Europa ―, estão se insurgindo contra esse devaneio do ESG.
Adilson Veiga para Vida Destra, 19 de julho de 2022.
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