Ministra dos Esportes da França pede que seleção se manifeste sobre disputa de braçadeira
A FIFA proíbe manifestações políticas ou ideológicas nos uniformes e acessórios usados em suas competições
DOHA (Reuters) – A ministra dos Esportes da França exortou a seleção nacional de futebol nesta quinta-feira a se fazer ouvir em meio a uma briga sobre a ameaça de sanções da FIFA para a braçadeira “OneLove”.
Na quarta-feira (23), todos os jogadores da seleção da Alemanha colocaram as mãos sobre a boca na frente de dezenas de fotógrafos no campo antes do início do jogo, depois que a FIFA ameaçou sete seleções europeias com sanções se usassem a braçadeira que simboliza a diversidade, a tolerância e o apoio à comunidade LGBTQIA+.
A França não está entre as sete equipes, com o presidente da Federação Francesa de Futebol (FFF), Noel Le Graet, dizendo que “seguirá as diretrizes da FIFA”.
“Acho que a decisão da FIFA de proibir a braçadeira One Love será discutida por um tempo. Eu gostaria que houvesse um espaço para liberdade total? A resposta é claramente sim”, disse a ministra Amelie Oudea Castera ao canal público de TV Public Senat.
“Ainda há espaços de liberdade onde nossa equipe francesa pode continuar a expressar seu compromisso com os direitos humanos? A resposta é sim. Os alemães estão demonstrando isso.”
Enquanto os jogadores e o técnico Didier Deschamps disseram que estavam apenas fazendo o que lhes foi dito, Oudea Castera espera que as coisas possam mudar.
“Ainda há semanas pela frente em que eles podem ser livres para se expressar, para usar esses espaços de liberdade para levar suas mensagens”, disse ela.
“Eles também têm esses valores. Eles pertencem a um país que mantém esses valores altos e é importante que eles os representem.”
“Ela é uma política, ela diz o que quer, explicamos nossa posição sobre esta situação (antes da Copa do Mundo), mas estamos aqui para jogar futebol e nos divertir no campo”, disse o meio-campista francês Matteo Guendouzi em entrevista coletiva.
“Não somos insensíveis a esta situação, mas estamos aqui para jogar futebol.”
Questionado se usaria a braçadeira antes do jogo de abertura da França contra a Austrália, que venceu por 4 a 1, o capitão Hugo Lloris disse: “A FIFA organiza a competição e define uma estrutura e regras.”
“Nós, os jogadores, somos chamados a jogar futebol, a representar os nossos países da melhor forma possível em termos desportivos.”
“Prefiro ficar dentro do meu quadro, de jogador e competidor, mas de fato existem várias causas que são louváveis e que devemos apoiar. Mas no final das contas, a FIFA decide sobre a organização.”
As braçadeiras OneLove, destinadas a enviar uma mensagem de tolerância, conexão e oposição a todas as formas de discriminação, estão no centro das atenções desde que a FIFA ameaçou vários capitães de times europeus com cartões amarelos se eles as usassem para apoiar lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros e pessoas queer (LGBTQI+) no Catar, onde a homossexualidade é ilegal.
Bélgica, Dinamarca, Inglaterra, Alemanha, Holanda, Suíça e País de Gales recuaram, mas na quarta-feira (23) a federação holandesa (KNVB) disse que estava considerando conjuntamente suas opções legais.
*Esta notícia pode ser atualizada a qualquer momento
*Fonte: Reuters
Sigam Vida Destra Esportes no Twitter: @EsportesVD, no Instagram: @esportes_vd, no Canal do Telegram: https://t.me/EsportesVD e venham participar também do nosso grupo de debates de esportes: https://t.me/BotecoVDE