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Editorial Vida Destra

Em compasso de espera

Desde que o resultado do segundo turno das eleições foi divulgado pelo Tribunal Superior Eleitoral, milhares de brasileiros se manifestam devido às inúmeras irregularidades que foram constatadas ao longo do processo eleitoral e pela falta de isonomia no tratamento dispensado às candidaturas, com a corte eleitoral demonstrando de forma clara que possui um alinhamento político e ideológico que não deveria ter.

Não é de hoje que as nossas leis e a nossa Constituição vêm sendo sistematicamente violadas. Em vários momentos os agentes públicos que possuem a responsabilidade de observar e aplicar as leis foram os primeiros a ignorá-las e relativizá-las de acordo com suas próprias conveniências.

Esta situação não gerou apenas um desequilíbrio no processo eleitoral mas também lançou o país numa insegurança jurídica semelhante apenas à vivida pelo país durante o período pós Revolução de 1930, quando o ditador Getúlio Vargas governou o país através de decretos, uma vez que a Constituição de 1891 tinha sido revogada pela revolução. Da mesma maneira que Vargas emitia decretos segundo o seu próprio entendimento, hoje ministros da nossa mais alta corte também emitem suas decisões baseados apenas nos achismos de suas próprias cabeças, sem qualquer respaldo no texto da lei.

São inúmeros os exemplos de leis violadas, de inobservância do devido processo legal e de desprezo do papel do Ministério Público. Também são muitos os exemplos de intervenções indevidas do Poder Judiciário em assuntos internos dos outros Poderes da República, mostrando que a independência e harmonia entre os poderes registrada na Constituição de 1988 hoje só existe no papel.

Diante destes atos ilegais que fizeram ruir a nossa democracia, coube ao povo a decisão de usar o seu poder e se manifestar em frente aos quartéis das Forças Armadas pelo país afora com o objetivo de conseguir que a única instituição de Estado que ainda goza do respeito popular aja para recolocar tudo nos seus devidos lugares, providenciando a punição daqueles que violaram nossas leis e atentaram contra o Estado Democrático e de Direito.

Hoje vivemos em compasso de espera. De um lado vemos a equipe de transição de governo dando os seus passos preparatórios para assumir o poder em 1º de janeiro de 2023. Do outro lado há o silêncio do atual Presidente Jair Bolsonaro, que muitos acreditam fazer parte de uma estratégia política; há as ações que tentam mostrar as falhas do processo eleitoral e há também o povo nas ruas.

É importante destacar que até o momento não houve nenhuma manifestação popular em defesa do presidente que foi supostamente eleito pela vontade da maioria dos eleitores. E o próprio suposto vencedor tem se mantido longe dos holofotes, com as articulações e negociações políticas referentes à transição de governo ficando a cargo do vice-presidente eleito Geraldo Alckmin.

Diante dos fatos que testemunhamos dia após dia, fica a impressão que o atual Presidente Jair Bolsonaro espera encerrar todas as possibilidades legais de solução dos atuais impasses antes de permitir que as Forças Armadas atuem para que as leis voltem a ser cumpridas e o Estado Democrático e de direito volte a vigar no país.

Cremos que ainda há uma saída para toda esta situação, que não seja a simples aceitação do resultado claramente suspeito das eleições, porque o presidente Jair Bolsonaro em nenhum momento reconheceu a sua derrota no pleito realizado e jamais se dirigiu aos cidadãos que estão na frente dos quartéis para que se desmobilizassem e retornassem aos seus lares. Tampouco os líderes militares desencorajaram as manifestações populares.

O tempo está passando e todo o país está em compasso de espera por uma ação que venha resolver as ilegalidades cometidas ou que venha mostrar ao povo de forma clara que o governo supostamente eleito pela maioria dos eleitores assumirá de fato a partir do ano que vem.

Somos defensores da Democracia, a verdadeira, e do Estado de Direito. Sendo assim, queremos que as leis sejam iguais para todos, na prática, e desejamos que o país permaneça no rumo correto, um rumo no qual o governo age com seriedade, colocando o cidadão como prioridade e tirando das mãos do Estado atribuições que os cidadãos podem assumir com melhores resultados.

Ainda não sabemos ao certo o que esperar para 2023 mas ansiamos por uma solução para este impasse. E temos a esperança que tudo se resolva sem que as expectativas geradas sejam frustradas, pois se isto acontecer, todo o trabalho realizado pela direita e pelos conservadores nos últimos anos irá por água abaixo e as chances de um retorno através das urnas em 2026 se tornarão remotas.

O povo brasileiro já demonstrou que não tolera traidores. Ninguém está a salvo de ser considerado traidor pelo povo brasileiro. Que todos os políticos envolvidos neste impasse estejam atentos para que tomem as decisões corretas. O povo não perdoará aqueles que fracassarem e entregarem o país nas mãos de uma corja de ladrões e de corruptos confessos.

 

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PAULO ROBERTO ZANETTI
1 ano atrás

Sinceramente, não sei porque tantos escrúpulos. A esquerda jogou sujo, usando a justiça declaradamente esquerdista e parcial. Esta por sua vez enlameou e jogou no lixo todo o processo eleitoral. Ninguém em sã consciência acredita nos resultados. O tempo dirá a verdade, e aí o estrago já terá sido feito.Enfrentar reações internas e externas não são problemas maiores do que os que o país enfrentará.