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Executivos do Twitter testemunham que suas decisões de manipulação das eleições foram piores do que se alegou anteriormente

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Executivos do Twitter testemunham que suas decisões de manipulação das eleições foram piores do que se alegou anteriormente

 

Executivos do Twitter fundamentados por tuítes de supostos especialistas dificilmente seriam algo melhor do que uma atuação conjunta com o FBI

 

Fonte: The Federalist

Título original: Twitter Execs Testify That Their Election-Meddling Decisions Were Even Flimsier Than Previously Claimed

Link para a matéria original: aqui!

Publicado em 9 de fevereiro de 2023

 

Autora: Margot Cleveland*

 

Quando o New York Post soltou sua reportagem bombástica sobre os documentos recuperados do laptop abandonado de Hunter Biden, em outubro de 2020, o Twitter não contatou o FBI para perguntar se a história era desinformação russa – apesar da extensa coordenação com o FBI para preparar o combate à interferência estrangeira nas eleições. Em vez disso, de acordo com o depoimento fornecido na audiência do Comitê de Fiscalização da Câmara, na quarta-feira, o Twitter confiou nos tuítes de supostos especialistas, o que tornou a decisão da gigante de tecnologia de censurar a reportagem do Post ainda mais ultrajante.

O Comitê de Fiscalização da Câmara, agora nas mãos dos Republicanos, interrogou quatro ex-executivos do Twitter sobre suas decisões de censurar a história do laptop de Hunter Biden. O deputado Andy Biggs (Republicanos, Arizona) pressionou o ex-diretor global do Twitter para assuntos de confiabilidade e segurança, Yoel Roth, a explicar a cronologia da decisão do Twitter de censurar a história do New York Post.

Biggs observou que, em um e-mail datado de 14 de outubro de 2020, às 8:51 horas, Roth avaliou que o [caso do] laptop “não é claramente uma violação da nossa Política de Materiais Hackeados”. Mas então, às 10:12 horas, Roth enviou um e-mail para seus colegas informando a decisão do Twitter de censurar a história, no qual afirmava que “o fator-chave que fundamenta nossa abordagem é o consenso dos especialistas, que monitoram a segurança e a desinformação eleitorais, de que isto se parece muito com uma operação do tipo hackear-e-vazar”.

Biggs perguntou ao ex-executivo do Twitter quais especialistas em segurança cibernética ele, Roth, havia consultado entre as 9:00 e as 10:15 horas do dia 14 de outubro de 2020, a manhã em que o Post publicou a reportagem.

Roth respondeu que os especialistas eram aqueles que a diretoria do Twitter seguia na plataforma. “Estávamos acompanhando as discussões sobre isso à medida que se revelavam no Twitter”, explicou Roth. “Especialistas em segurança cibernética estavam tuitando sobre o incidente e compartilhando suas perspectivas, e isso fundamentou o julgamento do Twitter”.

A deputada Kelly Armstrong (Republicanos, Dakota do Norte) reagiu com incredulidade: “Após 2016, você montou todas essas equipes para lidar com a interferência russa, a interferência estrangeira, mantendo reuniões regulares com o FBI; você tinha conexões com todas essas diferentes agências governamentais, e você não as contatou uma única vez?”

“Correto”, disse Roth, acrescentando que considerou que isso não seria adequado.

E por isso o Twitter se baseou em tuítes de supostos especialistas em segurança nacional.

Quem eram esses especialistas, Roth não disse, mas aqui temos outra estranha coincidência: em seu depoimento na quarta-feira, Roth disse ao comitê que, algumas semanas antes da publicação da reportagem do Post, ele havia participado de um exercício realizado pelo Instituto Aspen, junto com outros meios de comunicação e empresas de mídia social, que encenou uma surpreendente ação de hackeamento e vazamento que ocorreria em outubro e envolveria Hunter Biden. Roth testemunhou que Garrett Graff intermediara esse evento.

E, às 8:23 horas do dia 14 de outubro de 2020, após a reportagem do Post, Graff tuitou seu manual sobre como a mídia deveria reagir a “esse lixo Biden-Burisma”.

[Ref.: esse lixo Biden-Burisma desta manhã. Elaborei e apliquei um exercício de simulação no Instituto Aspen, neste verão, exatamente sobre esse tipo de incidente – e então escrevi sobre como seria a melhor reação da mídia. Eis o cenário e aqui está o meu manual.]

Graff continuou tuitando e, 10 minutos depois, escreveu: “Além disso, que TOTAL coincidência é a divulgação de esse falso escândalo [envolvendo] Hunter Biden ocorrer literalmente no dia seguinte em que ficou claro que duas outras pretensas surpresas de Bill Barr para outubro – a investigação Durham e a investigação de desmascaramento – desmoronaram??!”.

 

 

Não muito depois de Graff começar a forçar a “falsa” narrativa do escândalo Hunter Biden, Vivian Schiller se uniu a ele, qualificando a história de Hunter Biden de “surreal” e alegando que o exercício de Graff destinara-se “a testar a prontidão de algumas MSM”.

[N.T.: MSM corresponde a mainstream media; em português, mídia corporativa.]

E quem é Schiller? De acordo com Graff, Schiller “projetou e aplicou” o exercício de simulação sobre Hunter Biden, do qual Roth participou. Ela também é ex-diretora de notícias do Twitter, além de, anteriormente, ter sido CEO da NPR, entre outras atuações.

Além de Graff e Schiller, o consultor e suposto especialista em segurança nacional da CNN se pronunciou às 8:23 horas, questionando a “amplificação” da história do New York Post e enfatizando que “a amplificação é peça-chave da desinformação”.

 

Natasha Bertrand também tuitou um “alerta”, logo pela manhã, de que um agente russo estivera “incitando, por quase um ano, material enganoso ou editado sobre Biden”.

Bertrand, também conhecida como Fusion Natasha por ter sido apanhada no dossiê Steele, da Fusion GPS, e na farsa do Banco Alfa, uniu-se à narrativa de desinformação fomentada pelo suposto verificador de fatos do The Washington Post, Glenn Kessler.

O chefe da sucursal em Washington da [revista] Mother Jones, David Corn, deu continuidade com um tuíte às 9:07 horas, declarando que a “história toda” se baseava em “falsas alegações do assunto Fox/Giuliani” e decretou que o Post estava propagando “desinformação”.

[David Corn escreveu: Toda essa história está baseada no caso questionável Fox/Giuliani, que tem sido repetidamente desafiado. Essa publicação do NY Post como sendo fato sinaliza sua má-fé e desinformação. Qualquer um que promova esta história sem levar isso em consideração está prestando um desserviço.]

A decisão do Twitter de censurar a história de Hunter Biden já era suficientemente ruim, mas, pensar que os executivos talvez tenham se fundamentado em supostos especialistas como estes [citados], isso torna a afronta ainda mais ultrajante.

O ex-conselheiro geral adjunto do Twitter, James Baker, também indicou (em um e-mail) que havia “visto alguns colegas confiáveis de segurança cibernética questionarem a autenticidade dos e-mails por outra perspectiva (isto é, não foram liberados seus metadados e a formatação parece indicar que são completas fabricações)”. Entretanto, Baker não disse se tinha conversado com os “colegas de segurança cibernética”, e considerando que, quando pressionado pelo comitê, ele se escondeu atrás do privilégio advogado-cliente, parece improvável que se conseguirá mais respostas de Baker.

Além de descobrir que os executivos do Twitter preferiram confiar nos tuítes de supostos especialistas, em vez de consultar o FBI sobre a veracidade do laptop, a audiência de quarta-feira consistiu principalmente em um grande picadeiro – ocupando ambos os lados do corredor – e na tentativa dos Democratas de desviar o foco da audiência para Trump, isso quando não estavam reclamando de que a sessão inteira era perda de tempo. No entanto, além de uma revisão dos princípios básicos dos esforços de censura do Twitter, surgiu mais um fato marcante.

Especificamente, Roth esclareceu, para o comitê da Câmara, que o FBI não avisara com antecedência de que havia rumores sobre uma possível operação “hackear-e-vazar” que, provavelmente, envolveria Hunter Biden. Em vez disso, de acordo com o depoimento de Roth, o rumor sobre uma operação hackear-e-vazar cujo alvo seria o filho de Biden veio de outra empresa de tecnologia.

Roth alegou, em seu depoimento de quarta-feira, que sua declaração de 21 de dezembro de 2020, à Comissão Eleitoral Federal, fora mal interpretada. Nessa declaração, Roth atestou que, “desde 2018, mantive reuniões regulares com o gabinete do diretor de Inteligência Nacional, o Departamento de Segurança Nacional, o FBI e parceiros do setor, referentes à segurança das eleições”. Sua declaração [oficialmente] assinada destacou que as “expectativas de operações hackear-e-vazar foram discutidas durante todo o ano de 2020. Soube também, nessas reuniões, que havia rumores de que uma operação hackear-e-vazar envolveria Hunter Biden”.

De acordo com Roth, ele teria formulado sua declaração de outra maneira, porque não foi o FBI que sugeriu Hunter Biden como potencial alvo do hackeamento e vazamento, e sim uma empresa parceira. Contudo, pode-se pensar que Roth já teria esclarecido este ponto com seu advogado há mais de dois anos, quando o advogado do Twitter, associado da Covington & Burling, representou [a plataforma] na FEC, em uma carta de abertura que acompanhava a declaração de Roth, [que dizia] “relatórios das agências de aplicação da lei inclusive sugeriram que havia rumores de que tal operação hackear-e-vazar estaria relacionada a Hunter Biden”.

Clearly, the former Twitter executives seek to separate themselves from the FBI, but “The Twitter Files” make that next to impossible to accomplish. And, really, being beholden to the so-called experts tweeting out warnings of supposed Russian disinformation would hardly be an improvement.

Claramente, os ex-executivos do Twitter tentaram se afastar do FBI, mas “Os Arquivos do Twitter” tornaram isso quase impossível. E, na verdade, estar comprometido com supostos especialistas tuitando alertas de suposta desinformação russa dificilmente seria uma melhoria.

 

*Margot Cleveland é correspondente sênior do Federalist para assuntos jurídicos. Ela também é colaboradora no National Review Online, Washington Examiner, Aleteia e Townhall.com, e já foi publicada no Wall Street Journal e USA Today. Cleveland é advogada graduada pela Notre Dame Law School, onde ganhou o Hoynes Prize – a maior honraria da escola de direito. Posteriormente, serviu por quase 25 anos como assistente jurídica permanente de um juiz federal de apelação, no Tribunal de Apelações do Sétimo Circuito. Margot Cleveland foi professora universitária em tempo integral, mas agora ensina como professora adjunta ocasionalmente. Como mãe de um jovem com fibrose cística, Cleveland dedica-se ao homeschooling e escreve, com frequência, sobre temas culturais relacionados à criação e educação de crianças com necessidades especiais.

 

 

Traduzido por Telma Regina Matheus, para Vida Destra, 10/02/2023.                                  Faça uma cotação e contrate meus trabalhos através do e-mail  mtelmaregina@gmail.com ou Twitter @TRMatheus

 

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Telma Regina Matheus Jornalista. Redatora, revisora, copydesk, ghost writer & tradutora. Sem falsa modéstia, conquistei grau de excelência no que faço. Meus valores e princípios são inegociáveis. Amplas, gerais e irrestritas têm que ser as nossas liberdades individuais, que incluem liberdade de expressão e fala. Todo relativismo é autoritarismo fantasiado de “boas intenções”. E de bem-intencionados, o inferno está cheio. Faça uma cotação e contrate meus trabalhos através do e-mail: mtelmaregina@gmail.com ou Twitter @TRMatheus