OS NOVOS HEREGES

Acredite, não é só no Brasil que os conservadores estão sendo reprimidos, trata-se de um movimento mundial orquestrado, que buscam tratá-los como se “novos hereges” fossem.

A liberdade, a prosperidade e o êxito pessoais são elementos que ferem a mentalidade esquerdista pois, parafraseando Winston Churchill, “o socialismo é a filosofia do fracasso, a crença na ignorância e a pregação da inveja”.

A ideia mais ameaçada hoje no Ocidente é o Conservadorismo e você não precisa ser conservador para achar isso profundamente perturbador. Em países com muitos partidos, como no Brasil, o centro-direita e a direita estão sendo eviscerados.

O conservadorismo é mais que uma filosofia, trata-se de uma espécie de disposição humana. Disposição em preferir o familiar, o fato experimentado, o real, o próximo, o objetivo, o consistente. Acreditam que a ordem social vem primeiro, criando as condições para a liberdade, buscando nas instituições tradicionais da sociedade as bases para a ordem de direito.

O “novo direito” não é uma evolução do conservadorismo, mas um repúdio a ele.

Em se tratando de Brasil, já há muitos anos vemos a crescente campanha pela inversão de valores, desafiando todo conceito sobre ética, moral e bons costumes.

Quebrando uma tradição após a outra, os usurpadores estão ofendidos e descontentes, eles são pessimistas e reacionários. Sem nenhum pragmatismo, nem coerência, nem objetividade (no sentido de estar conectado à realidade), a esquerda avança sua agenda com a narrativa de um novo direito zeloso, ideológico e obviamente nada comprometido com a verdade. Dividindo para conquistar, projetam lindos discursos sobre comunidades globais em um mundo sem fronteiras, enquanto na prática despertam conflitos com ondas de indignação “tribais” violentas.

Conservadores geralmente são cautelosos sobre saltos no escuro. O mundo não seria o mundo sem suas tradições. E isto nem de longe é um aceno de desestímulo a inovações, todavia tradições não se quebram na marra, na força bruta, e quem sabe seja esse o cerne dessa guerra cultural.

Política envolve tanto julgamento quanto razão, conservadores acreditam no caráter e na meritocracia, na mesma proporção que suspeitam das políticas assistencialistas, dos falsos bonzinhos que alimentam currais eleitorais desprovidos de senso crítico.

Os conservadores respeitam os negócios, são administradores prudentes da economia. Respeitam a propriedade privada, os direitos individuais, o direito a vida, a autodefesa e o de ir e vir.

Mas o “novo direito” está mudando o significado de pertencer, excluindo e discriminando tudo aquilo que não corrobora com sua matriz revolucionária que entende o caos como forma de vida e de arte. Acendendo suspeitas, ódios e divisões em oposição a visão de mundo conservadora de que pertencer a uma nação, amar um solo e orgulhar-se de uma bandeira pode unir as pessoas e motivá-las a agir pelo bem comum.

Os simpatizantes da esquerda, ou por romantismo adolescente, ou por incapacidade de atingir seus próprios objetivos pessoais, de alguma forma se sentem desprezados pelos “sofisticados empresários gananciosos e egoístas”, desejando rebaixar a toda sociedade por sua régua.

Acreditam em um mundo igualitário onde todos, igualmente pobres e dependentes do Estado, viveriam em uma sociedade sem diferenças. Essa é a igualdade da ideologia marxista!

Cassiana Debiasi, para Vida Destra, 24/6/2020.

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Cassiana Debiasi

Turismóloga, administradora, empresária da construção civil, tradutora, palestrante, articulista, 20 anos de experiência em estratégia e gerenciamento comercial em multinacionais.

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