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A Anistia Internacional pirou?

“Pandemia foi pretexto para violar direitos humanos no Brasil, diz Anistia”.

Esse foi o título de uma matéria publicada no portal UOL nesta semana, e que tem por base o informe anual sobre a situação dos direitos humanos no mundo, da Anistia Internacional, e divulgado na última quarta-feira, dia 7.

Em uma batida de olho poderia parecer que estivessem se referindo aos desmandos do tipo prender pessoas que tentassem trabalhar, ou outras que estivessem caminhando isoladamente por calçadas ou praias, ou ainda entupir ainda mais o já degradado transporte público com ininteligíveis reduções de horários e de quantidade de veículos, como aconteceu por aqui, e não foram poucas as vezes.

Não, o texto não retrata situações como essas, mas tenta descaradamente jogar no colo do governo federal a responsabilidade totalmente empacotada, pela ruina que a pandemia do COVID-19 tem nos causado.

A Anistia Internacional se auto define assim: “Somos um movimento global, que realiza ações e campanhas para que os direitos humanos internacionalmente reconhecidos sejam respeitados e protegidos”.

E acrescento o lema da organização: “Nosso compromisso é com a justiça, a igualdade e a liberdade”.

Também se dizem ser independentes de ideologia política, econômica ou religião; entre outras.

Bonito.

Mais que bonito; é entusiasmante imaginar que possa existir um órgão que supostamente veja as coisas com justiça, sem estar pendurado em viés político/ideológico que contrarie os seus preceitos.

Parece não ser bem assim.

O chefe do executivo brasileiro é retratado como omisso e como ameaça às garantias fundamentais e à saúde.

Será?

Não confundiram com alguns governadores e prefeitos?

Bolsonaro cometeu erros?

Deve ter cometido, como de resto todos os tomadores de decisões sobre a pandemia, já que em todo o mundo parece que ninguém têm a segurança das providências corretas de combate.

Dizer “em todo o mundo” talvez seja exagero, pois o país onde o vírus apareceu, ou foi criado, parece ser uma exceção e, de forma inexplicável e como se já soubessem exatamente o que fazer, seguiram ações que impediram esse novo coronavírus de se propagar pela nação que possui algo próximo de 20% da população do planeta Terra.

Que sorte a deles!

Muitos morreram pela COVID-19, e embora os números tenham sido bem engordados em terras brasileiras, cabe um mea culpa coletivo com o objetivo de corrigir rotas.

Uma organização como a Anistia Internacional é de crítica, em sua essência, mas essa postura precisa se basear em fatos, e não em narrativas.

Disseram que a montanha de mortos pela COVID-19 no Brasil está nos pés do governo federal.

Como assim?

Tolhido que foi pela justiça superior do país, restou ao governo federal quase que só as ações relacionadas ao dinheiro: adquirir vacinas e enviar recursos para os estados, municípios e ao distrito federal.

O SUS foi retratado como uma ferramenta que permitiria combater a pandemia de forma eficiente.

A Anistia parece ter cometido um erro supostamente geográfico ao confundir o Brasil com o “País das Maravilhas”.

O Sistema Único de Saúde – SUS é importante sim, mas parece que só de um ano para cá sofre com faltas de vagas, de médicos e de recursos.

Parece até que não era comum pacientes em macas e até pelo chão, e outros nem isso tinham, ficando do lado de fora e sem nem mesmo atendimento precário; e tudo ocorrendo em época normal, e não de pandemia.

Parece até que não eram comuns cancelamentos massivos de cirurgias por falta de recursos dos mais diversos.

Falta de vagas, de leitos, de UTIs, de recursos enfim, passam longe de serem exclusividade desta época pandêmica; mas resolveram pintar o passado de cor de rosa e assim transformar em beleza o que sempre foi cinzento e tétrico.

O SUS possui muitas fragilidades que não são de hoje, mas não é de se descartar, carece de encontrar melhores caminhos de gestão e se robustecer.

Esquecendo um pouco o Brasil, temos o outro lado da Anistia, que se mostra também capaz de enaltecer ações; e nesse sentido encontrou um alvo elogioso em nossa América do Sul e que foi classificado como “avanço nos direitos humanos” na região; e aqui estão se referindo, pasmem, à legalização do aborto pelo Congresso da Argentina em dezembro último.

É isso que a Anistia vê como evolução nos direitos humanos, e sendo assim devo deduzir que na visão desse órgão, crianças assassinadas dentro de úteros sejam animais, ou talvez nem isso, mas passariam longe de serem classificadas como humanas.

Leitor e leitora, me desculpem pelo quadro de horror no parágrafo anterior, mas se fez necessário para compreendermos que, apesar de mencionar um proposito louvável, que seria sobre direitos da pessoa humana, o foco dessa organização parece ser outro, carente de credibilidade e quiçá, escuso; e aproveite para refletir se merecem o seu respeito.

O meu não merecem.

 

 

Reginaldo Brito, para Vida Destra, 09/04/2021.                                                                Sigam-me no Twitter! Vamos debater o assunto! @Reginaldoescri1

 

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10 COMMENTS

  1. Neste magnífico artigo de @reginaldoescri1 em que numa psicoanálise do autor diz que a Anistia Internacional pirou! Claro que sim, eles só veem o absurdo. Não é o Governo Federal o problema, mas o STF que dita regras.

  2. Concordo plenamente com todo o texto, e se me for permitido, gostaria de acrescentar um fato ao tópico que fala do Sus que “sofre com faltas de vagas, de médicos e de recursos.”. Mais que isso: Não bastasse todas as dificuldades já conhecidas, pesa ao sistema o crescente número de imigrantes humildes vindos
    do Paraguai, Bolívia , Venezuela , Haiti, países africanos,(Nigéria e outros) etc…principalmente em São Paulo. Em unidades como a do Parque Dom Pedro, a maioria dos atendidos são estrangeiros. O mesmo se repete algumas vezes na Santa Casa de Misericórdia, no bairro de Santa Cecília, entidade essa que felizmente atende como pode a qualquer ser humano que lá se apresente. Muitos estrangeiros vem para tratar-se gratuitamente, e ao receberem alta, retornam a seus países. E não há ao Brasil ou a “Santa Casa” qualquer compensação financeira. Aí, menor ainda a quantidade de vagas para brasileiros, maior o tempo de espera, menor a qualidade do serviço. Situações sérias, das quais não vejo no esquerdismo da imprensa, nem dos “direitos humanos” qualquer preocupação. Ao contrário, a piora do sistema é benvinda, pois serve para criticar o governo. Nada mais.

    • Verdade, Ewerton, e dou mais um exemplo: “Frequentamos” o IBCC-Instituto Brasileiro para Controle do Câncer por conta do câncer, contra o qual minha mãe lutou por mais de vinte anos; e pudemos constatar o aumento de pessoas que procuravam aquele Instituto, primeiro de estados vizinhos e depois também de países como Bolívia e Paraquai, tal qual você lembrou. Obrigado!

  3. Deveriam trocar o nome para Hipocrisia Internacional. Sempre foram defensores de direitos humanos de bandidos e terroristas, nada além disso. E agora, como seria de se esperar, se engajam na concertação internacional para tirar Bolsonaro do poder, em apoio aos genocidas nacionais. Muito triste e criminoso, mas totalmente previsível. Parabéns Reginaldo, levantou muito bem a inversão da culpabilidade pela tragédia que a esquerda está impondo à Humanidade às escusas da pandemia.

  4. Não dava para esperar nada de bom dessa ONG, precisávamos criar uma Liga Internacional de Direitos Humanos do nosso jeito. Esperar o quê de uma ONG bancada pelo Soros?

    • Pois é isso mesmo, Renata. Organizações desse tipo se prestam a fazer o contrário do que se propõem, e na maior cara de pau.

      Obrigado, Renata!

  5. Parabéns, pelo seu artigo! Em tempos de guerra, a informação é uma arma; assim também é o discernimento. Sabemos a serviço de quem anda a Anistia Internacional!

    • Obrigado, Rose! Não se consegue enganar todo mundo oo tempo todo, e assim muitas máscaras começam a cair.
      Abraço!

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Administrador, financeiro, professor de cursos preparatórios para concursos públicos, pós-graduação em Docência no Ensino Superior, escritor romancista, cronista e articulista.