Conforme prometido, segue abaixo o estudo médico – científico que corrobora com o artigo que apresentei aqui no vidadestra.org sobre gênero sexual. O texto que você passará a ler traz muitas provas científicas com bases sólidas sobre o engano que é a Ideologia de Gênero. O mesmo é longo, mas vale a leitura, pois a linguagem é bastante acessível para quem não é da área. Espero que você goste!
Contribuição e apelo médico-científico acerca da terceira versão da Base Nacional Comum Curricular
Dra. Bianca de Freitas Monteiro Urbano
Dra. Carla Dorgam Aguilera
Dra. Carolina Delage
Dra. Cláudia Moreira Paula Lima
Dr. Celso Albino Gouvea Lopes Junior
Dr. Eduardo Nascimento Mós Neto
Dr. Gustavo Beojone Messi
Dra. Jordana de Faria Bessa
Dr. Marcos Marques
Dra. Mirian Caramello Uliano
Dra. Raisa Virginia de Sena Souza
Dra. Thais Helena Dias Signorelli
São Paulo, 25 de Agosto de 2017
Apresentamos neste documento uma manifestação de nosso posicionamento contrário à inserção de ideologia de gênero na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e solicitamos ao Conselho nacional da Educação e ao Ministério da Educação a retirada de toda menção ao termo “gênero” e seu uso significando identidade pessoal, da redação da BNCC.
Justificaremos nosso apelo nas páginas que se seguem, e para tanto pedimos aos senhores uma diligente atenção aos dados que nos dispusemos a ordenar para trazer com maior clareza aos vossos olhares os diversos achados das ciências médicas que solidamente se contrapõem às hipóteses propostas pela ideologia de gênero. Escrevemos na esperança de despertar nos senhores uma preocupação com a gravidade de se aplicar no sistema educacional, em nível nacional, um conceito que não dispõe de qualquer base no campo das ciências biológicas e humanas.
Páginas que continuam na terceira versão da BNCC com citações a gênero, significando
identidade: 19, 56, 159, 161, 165, 181, 193, 301, 305, 313, 318.
1. INTRODUÇÃO
Acreditamos fortemente na importância da educação no Brasil, na seriedade e compromisso de nossos professores e educadores, bem como na força de sua contínua batalha contra as dificuldades próprias do dia-a-dia em um país do tamanho e complexidade que o nosso comporta. Aplaudimos a iniciativa de buscar a melhoria do ensino para as nossas crianças e adolescentes, e é nesse tom de diálogo entre colegas especialistas de diferentes áreas do conhecimento humano que expomos nossas preocupações em relação à inserção de ideologia de gênero na BNCC, e solicitamos encarecidamente o estudo atento do que trazemos.
Nossa argumentação fundamenta-se no fato de que a ciência é um sistema de conhecimentos certos, ordenados, que parte de fatos experimentais observados e/ou de verdades já conhecidas em busca de verdades desconhecidas e de leis operacionais universais. Neste contexto, todos temos, portanto, toda a liberdade para olhar os fatos e desenvolver hipóteses explicativas acerca destes, iniciando os passos do que se conhece como método científico. É assim que nasce a ciência. No entanto, se pararmos neste ponto e pretendermos ensinar nossas hipóteses com a legitimidade das certezas sem a devida e
meticulosa conferência com a realidade dos fatos, ou seja, através da completude do método científico rigorosamente observada, o que obteremos não é ciência, mas um agrupamento desarticulado de opiniões incertas, flutuantes ante a realidade como tal. Essa fluidez, embora num primeiro momento possa ter a pretensão de trazer uma sensação de liberdade, carreia na verdade uma ilusão e manca já nas suas bases, pois se perdermos o referencial das verdades encontradas, perderemos o referencial da realidade em si, e formaremos não cidadãos livres, críticos e pensantes, como se pretende, mas pessoas meramente individualistas, como que fechadas em espectros autistas, pois as teremos ensinado a tomar aquilo que acham que é (hipóteses) por aquilo que é (realidade). O simples processo de questionamento acerca dos fatos, levantamento de hipóteses e elaboração de teorias é, portanto, ainda incompleto e não define por si o conhecimento, muito menos autoriza a sua aplicação, mas é a verificação desse conjunto e sua análise lógica que comprova sua legitimidade ou falsidade.
Ressaltamos ainda que o conhecimento como um todo, ainda que possa parecer abarcar em si fatos contraditórios, não os contém senão em aparência, pois em essência o entendimento desses fatos constrói a ciência, e esta é íntegra, ordenada e articulada em suas diversas áreas. Fato é que a ciência não contraria as verdades da natureza, mas seu conteúdo teórico pode sofrer viés por influências outras ao longo dos vários passos do método científico, como por exemplo durante sua verificação, e mesmo desvirtuar-se na fase de sua aplicação. As verdades encontradas não se contradizem, pois quando o fazem, há apenas dois caminhos, e isso o comprova toda a história da ciência: ou o novo conhecimento se desfaz ao ser analisado minuciosamente em novas pesquisas, ou o conhecimento anterior é que se mostra insuficiente ao ser revisto sob a ótica de novos descobrimentos, frequentemente com tecnologias atualizadas e mais avançadas. Com efeito, quando há contradição em algum campo das ciências, os olhares dos pesquisadores se voltam para as questões discordantes,
estudos são realizados profusamente, congressos são organizados, colocando pesquisadores com seus resultados, similares ou discrepantes, em debate, artigos e mais artigos são elaborados e discutidos exaustivamente, tudo em busca daquilo que definirá a resposta para a incongruência inicial. Senhores, estamos ainda longe de termos encontrado a resposta que corroboraria a questão levantada pelos ideólogos de gênero e sua hipótese de que talvez não seja a biologia que determina a auto-identificação do indivíduo com o sexo biológico, chamada de identidade de gênero, e seu comportamento sexual, mas sim a sociedade e cultura circundantes. Estamos distantes dessa realidade como verdade, antes de tudo, porque tal hipótese mal se sustenta quando analisada criteriosamente, pois carece de premissas verdadeiras para embasar-se. Embora caibam diversas perguntas, diálogos e estudos acerca dos fatores que influenciam essa dita identidade, não estamos nem sequer perto daquele caso em que a nova hipótese, resistindo à análise minuciosa dos fatos, permanece intacta enquanto a teoria conhecida anteriormente desmorona sob a ótica de estudos mais avançados. Ao contrário, se há alguma tendência a que um dos conhecimentos prevaleça, continua sendo o entendimento anterior, da força das influências biológicas sobre o sexo, a referida identidade de gênero e o comportamento sexual. Pois o que temos visto é uma reafirmação contundente, pesquisa após pesquisa, no que tange, tanto às tecnologias modernas quanto aos princípios tradicionais das ciências biológicas e humanas, de que a assim chamada identidade de gênero tem forte e profunda relação com a base genética e, em congruência com esta, a expressão endócrina e neurológica naturais do indivíduo. E são esses recentes estudos que apontam tais reafirmações que exporemos a seguir.
2. DADOS CIENTÍFICOS E ARGUMENTAÇÃO
A ideologia de gênero nos propõe alguns novos entendimentos de base sobre o ser humano. Tomamos aqui dois pontos centrais desses entendimentos:
2.1. “Mulher” e “Homem” são construções sociais e culturais, logo não existem.
2.2. Os seres humanos ao nascer, são “páginas em branco”, cujos dados são preenchidos pela sociedade.
Contrapomos a estes fundamentos da ideologia os achados científicos que se seguem, incompatíveis com tais afirmações.
2.1. Primeiro fundamento: ‘Mulher’ e ‘Homem’ são construções sociais e culturais, logo não existem objetivamente.
– “Estritamente falando, não se pode dizer que existam ‘mulheres'”- Julia Kristeva
– “Não existe uma identidade de gênero por trás das expressões de gênero, a identidade é performativamente constituída”- Judith Butler
Ideólogos de gênero levantam a hipótese de que somente a sociedade e a cultura vigente determinam o que eles chamam de identidade de gênero, aquilo que informa o indivíduo. Utilizaremos aqui a definição da World Health Organization: “Gênero refere-se às características socialmente construídas de mulher e homem, tais como normas, papéis e relacionamentos de e entre grupos de mulheres e homens” (WHO, 2017). Definição esta reiterada e desdobrada pela UNESCO: “Gênero refere-se aos papéis e responsabilidades de homens e mulheres que são criados em nossas famílias, nossas sociedades e em nossas culturas. O conceito de gênero também inclui as expectativas quanto às características, aptidões e comportamentos prováveis tanto de mulher como de homens (feminilidade e masculinidade). Papéis de gênero e expectativas são aprendidos. Podem mudar conforme o tempo e variam dentro e entre as culturas. Sistemas de diferenciação social tais como status político, classes, etnias, inaptidão física ou mental, idade e outros, modificam os papéis de gênero. O conceito de gênero é vital pois aplicado à análise social revela como a subordinação das mulheres (ou a dominação do homens) é socialmente construída. Como tal, a subordinação pode ser mudada ou terminada. Não é biologicamente predeterminada ou fixa para sempre” (UNESCO, 2013).
Respondemos a essa hipótese primeiramente com os estudos da neurociência, os quais vem apontando há décadas para claríssimas diferenças anatômicas e funcionais entre o cérebro de homens e mulheres (HAUSMANN, 2017; RITCHIE et al, 2017a; RITCHIE et al, 2017b; LARA & ROMÃO, 2013; DELACOSTE et al, 2015). Os artigos mostram, com imagens de ressonância magnética funcional, as evidentes diferenças entre os cérebros de homens e mulheres em diversas regiões cerebrais, como a junção temporo-parietal e sulco temporal superior direitos, o córtex somatosensorial, motor e pré-motor bilateralmente, o corpo caloso, regiões da amígdala e do hipotálamo. Embora falte ainda uma resolução definitiva, há ainda outros estudos que indicam que essas diferenças poderiam sim justificar a existência de diferentes habilidades, preferências e comportamentos entre os sexos feminino e masculino (GUR & GUR, 2017; MCEWEN & MILNER, 2017; SACHER et al, 2017; POEPPL et al, 2016a; LOMBARDO et al, 2012a; LOMBARDO et al, 2012b; BAO & SWAAB, 2011; LEVAY, 1991), levando toda uma linha de pesquisa a lidar com termos como “sexo cerebral” (DAMIANI et al, 2005). O fato salientado nessas pesquisas é que as diferenças neurológicas entre os sexos existem, são bem definidas e inúmeras. Mais ainda, diversos pesquisadores estudando áreas cerebrais relacionadas especificamente ao comportamento sexual, como o núcleo sexualmente dimórfico da área pré-óptica hipotalâmica, tem encontrado diferenças neuroanatômicas não somente entre homens e mulheres, mas também entre heterossexuais e homossexuais POEPPL et al, 2016b; BYNE et al, 1995). Ideólogos de gênero tendem a questionar aqui se essas diferenças são causa ou efeito das construções socio-culturais que circundam o indivíduo, tendo em vista a conhecida propriedade de neuroplasticidade cerebral. No que tange a esse ponto, bem explicam os autores do artigo “Orientação Sexual Humana: A Importância da Convergência das Evidências” (BALTHAZART & COURT, 2017), os quais expõem o seguinte: “Estamos encarando aqui o clássico problema entre o ovo e a galinha. Mas a interpretação de que esses achados são resultados do estilo de vida e de experiências culturais e sociais do indivíduo é improvável pelos seguintes fatos: 1. modelos animais mostram núcleos sexualmente dimórficos da área pré-óptica hipotalâmica similares, que se desenvolvem sob a influência precoce de testosterona e estão presentes antes de o animal experimentar comportamento sexual (ROSELLI, REDDY & KAUFMAN, 2011), e 2. a plasticidade morfológica cerebral em resposta ao ambiente ou comportamento é mais proeminente no córtex cerebral do que no hipotálamo, o qual está relacionado principalmente a alterações hormonais (GARCIASEGURA, 2009; GARCIA-SEGURA, 2010; PASCUAL-LEONE et al, 2005)”. Os autores colocam ainda que embora os achados de estudos semelhantes isoladamente não sejam completamente conclusivos, quando tomados em conjunto, no entanto, eles fornecem evidências convergentes, as quais apontam todas na mesma direção: a importância do fator biológico no comportamento, identidade e orientação sexual.
Se essa resposta é considerada inconclusiva pelos ideólogos, isso não significa que a hipótese oposta é verdadeira, ou seja, a hipótese de que essas diferenças sejam apenas efeito secundário da sociedade e cultura, mas significa simplesmente que tal hipótese, e apenas nesse ponto, continuaria sem resposta. E apenas nesse ponto, pois se por um lado está ainda em desenvolvimento o panorama da compreensão dos fatores que influenciam a autoidentificação e a orientação sexual, por outro lado está mais do que bem evidenciado que há características próprias que diferenciam os cérebros do homem e da mulher, portanto “homem” e “mulher” existem sim e não são apenas construções sociais, pois existem não só socialmente, mas anatômica, fisiológica e neurologicamente.
2.2. Segundo fundamento: os seres humanos ao nascer são ‘páginas em branco’, cujos dados são preenchidos pela sociedade. “Ninguém nasce mulher, torna-se mulher” – Simone de Beauvoir “Não se pode dizer que os corpos tenham uma existência significável anterior à marca do seu gênero”- Judith Butler Contra essa afirmação, colocamos os estudos e conclusões do dr. Steve Pinker, publicados no livro “Tábula Rasa: A Negação Contemporânea da Natureza Humana” (PINKER, S., 2003). No livro, o autor contesta, através de dados da genética comportamental e da psicologia evolutiva, a tese da “página em branco”, mostrando que temos determinações genéticas desde o nascimento que direcionam nosso desenvolvimento (RATNU et al, 2017; NGUN & VILAIN, 2014; PLOMIN & DANIELS, 2011; RODRIGUEZ-LARRALDE & PARADISI, 2009; BOCKLANDT et al, 2006; NASSIF et al, 2005; WHITAM et al, 1993; HAMER et al, 1993).
Numa análise ainda mais simples, indicamos os conhecimentos da neonatologia, que traz em sua prática diária o fato de que o bebê ao nascer não é “página em branco”, mas há, ao contrário, dezenas de reflexos que ele realiza desde o nascimento, como os reflexos da preensão palmar, apoio plantar, marcha reflexa, de busca e de sucção, entre outros. Ninguém precisa ensiná-lo, por exemplo, a sugar o leite materno. Se ele é uma página em branco, como saberia fazê-lo sem ser ensinado a tanto? Mas a carga que o recém-nascido traz consigo não envolve meramente reflexos neurológicos primitivos. Apontamos aqui os achados da endocrinopediatria. Observem o caso da desidroepiandrosterona, um precursor dos hormônios sexuais. Curiosamente, ele é o mesmo em homens e mulheres até um certo ponto da infância, quando se converte em hormônio masculino ou feminino. Essa conversão não se dá pelo que o indivíduo pensa que é ou como ele se comporta. O que desencadeia essa conversão é o sexo genético, que é a leitura que o próprio corpo do indivíduo tem de si mesmo, inscrita no código genético de cada uma das células do seu corpo, nos já bem conhecidos cromossomos sexuais, os quais são ou feminino ou masculino, ou seja, XX ou XY, sem terceira opção. Conclui-se que o próprio corpo determina através de uma mensagem genética qual hormônio produzirá, baseado no sexo a que o indivíduo pertence (BRAMBLE et al, 2017; DATTANI, M. T. et al, 2011; HABENER, J. F., 2011).
Podemos mostrar ainda no campo da embriologia, alguns estudos que evidenciam uma íntima relação entre o ambiente hormonal intra-uterino materno e as diferenças anatômicas cerebrais no feto segundo o sexo sexo (PEPER & KOOLSCHIJN, 2012; COHEN-BENDAHAN ET AL 2004; NEGRI-CESI, 2004). Além de agir na formação do sistema nervoso central, a ação hormonal também parece ter efeito sobre as diferenças comportamentais entre os sexos, tendo influência ainda durante o desenvolvimento da criança. Em estudo realizado pelo Departamento de Psiquiatria da Universidade de Cambrigde, Auyeung et al encontraram uma relação estatisticamente significativa entre os níveis de testosterona fetal e o comportamento de brincar típico segundo o sexo da criança (AUYEUNG et al, 2009), reafirmando o que outros encontraram antes deles quanto à essa relação entre altos níveis de androgênios na fase pré-natal e a escolha de brinquedos tidos tipicamente como femininos ou masculinos, além das preferências de atividades mais reconhecidamente femininas ou masculinas (HINES et al, 2016; LOMBARDO et al, 2012b; MEYER-BAHLBURG et al, 2008; PASTERSKI et al, 2005; HINES, 2003; HU et al, 1995; EHRHARDT & BAHLBURG, 1981). Tudo se revela interligado, e aqui estamos ainda no campo biológico, nada determinado pelo entendimento sociocultural da sexualidade da pessoa. Estamos falando do desenvolvimento do corpo em si, a partir de gatilhos intrínsecos e naturais, orquestrado pela genética e fisiologia hormonal do próprio corpo, sem interferência da cultura ou da sociedade.
Portanto, todas essas ciências, genética comportamental, psicologia evolutiva, neonatologia, endocrinopediatria, embriologia, psiquiatria vem todas demonstrando com copiosos dados que as crianças estão longe de ser “páginas em branco” ao nascer. Ao contrário, já encerram em si desde fases pré-natais determinações diversas segundo a carga genética hereditária e o ambiente intra-uterino em que se desenvolvem. Apresentamos ainda neste ponto, o abrangente estudo “Sexualidade e Gênero: Achados das Ciências Biológicas, Psicológicas e Sociais”, o qual aborda diretamente diversos aspectos do gênero, como o “born this way”, comorbidades psiquiátricas, e a tese do estresse
social. Os autores do artigo, dr. Paul R. McHugh, psiquiatra, e dr. Lawrence S. Mayer, epidemiologista, ambos do Departamento de Psiquiatria da Escola de Medicina da Universidade Johns Hopkins, aproximam-se dessas questões com atenção aos aspectos desconhecidos que podem estar envolvidos na formação da identidade pessoal de gênero, e é incapaz de negar alguns fatos interessantes e que deixam notoriamente que a ideologia de gênero, se não está claro ainda se é de todo equivocada, precisaria de anos de estudos que buscassem responder as questões que permanecem abertas para começar a ter a possibilidade de ser vista como uma certeza (MAYER & MCHUGH, 2016).
CONCLUSÃO
Buscamos ser aqui bem concretos. Trouxemos aos senhores dados atualizados de áreas diversas das ciências médicas como genética, neurociência, fisiologia, anatomia, endocrinologia, embriologia, dados estes que mostram por um lado a força da biologia no desenvolvimento da auto-identificação com o sexo ao qual se pertence e do comportamento diferenciado de acordo com o sexo biológico, e que por outro lado trazem à luz a insuficiência presente nas hipóteses da ideologia de gênero. O que procuramos mostrar é que ideologia de gênero não tem ainda a força da certeza, da evidência, para que seja ensinada a nível nacional para crianças e adolescentes das escolas da rede pública e privada, como pretende fazer o conselho com a implementação da BNCC contendo em seu texto ainda tantas referências à identidade de gênero. Pedimos encarecidamente que não façam de nossa educação o experimento científico que falta na busca dessa certeza. Nossas escolas não são laboratórios, nossas crianças não são cobaias. Se desejam estudar as hipóteses da ideologia de gênero, a comunidade médica e científica inteira está aberta aos seus questionamentos, e sai em busca junto com os senhores de tais respostas, como o tem feito há muitos anos. Estudemo-las no local onde devem ser estudadas, e dentro da ética que permeia mundialmente todo o meio acadêmico científico, pois não se passa para a aplicação social aquilo que sequer saiu do campo da hipótese e da análise de dados. Evidenciamos aqui, enfim, a incerteza presente nas hipóteses da ideologia de gênero, e assim a insuficiência de dados para o passo que se pretende dar: sua instituição e ensino a nível nacional para crianças e adolescentes.
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