Dizem que o ser humano é um animal racional, que o raciocínio e a capacidade de pensamento o distinguem dos outros animais. Mais que esta capacidade de raciocínio, o que de fato distingue o Homem dos outros animais é a sua necessidade de possuir uma ideia, ou um conjunto de ideias, que dirijam os seus passos em sua caminhada neste mundo. Nenhum ser humano vive de forma plena sem um conjunto de informações que o auxiliem a se reconhecer enquanto indivíduo e o ajudem a entender o seu papel e o seu lugar na sociedade. Estas informações formam o nosso conjunto de valores morais e éticos, definem a nossa fé (ou a falta dela), nossas crenças, nosso posicionamento político.
Existem vários conjuntos de informações que são vitais para o ser humano, como aquele conjunto que adquirimos através da Educação, o que adquirimos através da Religião, o que adquirimos através do convívio familiar e social, o que adquirimos através das tradições, e que juntos, moldam o nosso caráter e ajudam a definir quem nós nos tornaremos enquanto pessoas.
Um conjunto de ideias que influencia muito a vida das pessoas no mundo moderno é a Ideologia. Nos anos 80, o cantor e compositor Cazuza já entoava: “Ideologia, eu quero uma pra viver”! No Brasil atual, em que há uma grande divisão entre aqueles que são de Direita, do centrão ou de esquerda, além da ideologia, existe outro conjunto de ideias que se tornou tão ou mais importante, que chega a influenciar os rumos práticos adotados pela Direita, pelo centrão e a esquerda. Me refiro às narrativas. No Brasil de hoje, mais que uma ideologia, é necessário escolher em qual narrativa acreditar!
Isto se deve à falência do nosso jornalismo. Claro que ainda existem bastiões de resistência, principalmente entre aqueles pertencentes à vela guarda do jornalismo, que insistem em praticá-lo dentro de valores éticos, morais e profissionais, que já não são observados pelos novos membros desta profissão, que nem mesmo uma formação acadêmica já não precisam ter! Eu sempre gosto de deixar claro que não sou um jornalista, justamente por respeitar aqueles que estudaram e se prepararam para exercer a nobre função de informar a sociedade. E é aqui, neste ponto, que considero que o jornalismo verdadeiro deixou de existir.
Os jornalistas deixaram de ser profissionais que retratam e compartilham a realidade, para se transformarem em criadores e propagadores de narrativas falsas. Hoje já não importa mais a verdade! Importa é que seja veiculada a história que vai manipular a sociedade para que siga na direção desejada por aqueles que a veem apenas como uma massa de manobra acéfala. Óbvio que existe narrativa verdadeira, e é aquela que registra os fatos como eles são, ou seja a narrativa verdadeira retrata a História da maneira como ela está acontecendo! Hoje, os ditos jornalistas valorizam mais a sua própria opinião pessoal, que o fato histórico em si.
Vimos um exemplo disso no último domingo, quando milhares de cidadãos brasileiros foram às ruas de dezenas de cidades brasileiras para protestar contra os desmandos do Supremo Tribunal Federal e pedir o impeachment do ministro Gilmar Mendes. Apesar de ser um fato histórico de relevância indiscutível, pelo ineditismo da pauta popular, nenhum dos grandes veículos de comunicação deu a atenção devida ao fato, e os poucos que o fizeram, trataram de minimizar a sua importância, procurando encaixar o fato ocorrido dentro de uma das narrativas que circulam pelo país.
E aqui voltamos a elas, as narrativas. Está cada vez mais difícil nos manter informados sem nos deixar enredar em narrativas falsas. Conhecer a realidade dos fatos está cada vez mais difícil. E a imprensa, com suas raras e honrosas exceções, não está disposta a ajudar, ao contrário, parece ganhar com a propagação destas falsas narrativas. As tão faladas fake news nada mais são que a tentativa mais visível de corroborar uma narrativa. E toda narrativa falsa, seja ela de direita ou de esquerda, só tem dois objetivos: primeiro, esconder a verdade e manipular os fatos; e segundo, manter o poder de um grupo, ou ajudar um grupo a consegui-lo.
Só existe uma narrativa que vale a pena ser considerada, que é aquela que reproduz os fatos como eles são, e a verdade, por mais que muitas vezes estes fatos e acontecimentos históricos e verdadeiros nos desagradem ou causem aborrecimentos.
Mais que nunca, precisamos ter cuidado com aquilo que permitimos adentrar em nossas mentes. Há alguns dias, escrevi sobre o “Muro de Berlim mental” que hoje tentam construir em nossas mentes. E as falsas narrativas são apenas uma das maneiras que nossos inimigos usam para alcançar tal intento. Cada fato falso em que acreditamos se transforma em um tijolo neste muro invisível. Vivenciamos uma guerra, onde mais que as ideologias, a maneira como interpretamos os fatos definem se venceremos ou se seremos derrotados.
A Verdade, os fatos históricos, tudo isto deve ser preservado, custe o que custar! Esta deve ser a nossa luta diária, lutar pelo direito de conhecermos a verdade dos fatos, conhecermos a única narrativa que importa, para nos tornarmos indivíduos moldados e alicerçados em valores concretos, não em valores imaginários oriundos de mentes insignificantes. Por que como gosta de citar o nosso presidente Jair Bolsonaro, “Conhecerei a Verdade, e a Verdade vos libertará” , João 8:32.
Comentário coerente e esclarecedor. Viva a imprensa objetiva e fiel aos fatos. Parabéns aos jornalistas que fazem dessa uma bandeira.
Erro grande cometem estes maus jornalistas!..Não pensam que o assinante de jornal é ,em princípio, pessoa esclarecida, que facilmente identifica a informação tendenciosa.
Hoje a cada “notícia” veiculada você tem que fazer uma investigação para ver se pode ou não passar adiante
Sander, excelente artigo! Hoje em dia carecemos de bons profissionais no meio jornalístico. Graças a Deus a mídia independente e conservador está nascendo.
Excelente matéria!