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Ações da Americanas fecham pregão em queda de 77,33% após problemas contábeis

As ações da Americanas foram ladeira abaixo nesta quinta-feira, 12, fechando o pregão em queda de 77,33%, a R$ 2,72. Os papéis ficaram em leilão durante diversas vezes durante o dia.  Conforme o fato relevante divulgado antes de ontem, a Americanas anunciou a renúncia de Sergio Rial como CEO e de André Covre como CFO e Diretor de Relações com Investidores, depois que os gestores encontraram ‘inconsistências contábeis’ nos balanços da companhia que poderiam somar R$20 bilhões ao longo de anos. Enquanto isso, diversas casas de análise, bancos e corretoras anunciaram que devem revisar as ações da Americanas.

Nesta quinta, Rial participou de reunião fechada com diversos investidores em que detalhou a situação e explicou os motivos de sua saída. Durante a tarde, a empresa divulgou fato relevante com link de um vídeo, em que o gestor afirma que parcela da conta fornecedor dos balanços eram dívidas bancárias e que os relatórios vão precisar ser reapresentados com as alterações necessárias.

“Não estamos falando de um número fora do balanço, mas dentro do que pude observar, esse número está dentro da estrutura atual, mas não está registrado apropriado ao longo dos últimos anos”, informou Rial, que acredita que a companhia vai precisar passar por um processo de capitalização no futuro.

Na avaliação de José Eduardo Daronco, analista da Suno Research, a inconsistência no balanço – que pode chegar a R$20 bilhões – representa quase o dobro do valor de mercado da empresa. “Segundo a explicação da empresa, as instituições financeiras pagavam os fornecedores e ela pagava os bancos com mais prazo. Por falta de controles internos, isso não apareceu nos balanços. Esse valor decorre dos últimos 4 anos”, lembra o analista.

Segundo Daronco, a empresa cresceu muito e negligenciou os controles internos. “Ainda é cedo para avaliar o tamanho dos impactos, mas a companhia sem dúvida terá que revisar os balanços passados. Além disso, vivendo um cenário de juros altos, com uma retração na demanda e um resultado financeiro negativo, a empresa vive um dos momentos mais difíceis da sua história”, completa.

Fernando Bresciani, analista do Andbank, acredita que o CEO foi claro no call fechado durante a a manhã, apontando que as inconsistências foram causadas por erros na classificação da contabilidade na conta fornecedores. “Quando a companhia utiliza a conta fornecedores e tira isso de dentro do passivo, possui um balanço mais desalavancado, parece mais bonita frente ao mercado e aos bancos”, aponta. “A empresa, tendo que deixar de utilizar essa válvula de escape no fornecedor para se financiar, vai sofrer pressão maior no fluxo de caixa. Ou vai buscar uma capitalização, ou aporte com algum sócio que queira entrar”, avalia. O analista acredita que haverá uma solução para a companhia, diante da relevância que ela possui para o varejo e para o mercado.

A empresa ainda vai passar por uma auditoria para verificar detalhes sobre os erros. O comitê independente será formado por Otávio Yazbek, Vanessa Claro Lopes e Pedro Melo. As atividades devem ser iniciadas “com a maior brevidade possível”.

 

 

*Esta notícia pode ser atualizada a qualquer momento

*Com informações do Investing

 

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