Esse final de semana esteve agitado na capital do Brasil. Em meio a protestos (quase sempre esvaziados) da esquerda, pedindo o afastamento do presidente por conta do “escândalo” do leite condensado – história já desmentida; também teve uma concentração de partidários não só em apoio ao governo, mas também na expectativa dos acontecimentos que começarão a se desenhar a partir de amanhã, 01 de fevereiro (esse artigo foi escrito na noite do domingo, 31).
O grande alvoroço não é só pelo fato de que, finalmente, termina o recesso do Legislativo. Mas também – e principalmente – porque serão realizadas as eleições para a presidência das duas Casas, Câmara e Senado.
Rodrigo “Botafogo” Maia e Davi Alcolumbre bem que tentaram, com uma manobra jurídica – devidamente barrada no STF, em votação apertada – serem reconduzidos aos seus cargos. Como não obtiveram êxito, restou aos dois a resignação da perda dos inúmeros privilégios. Alcolumbre, como uma boa mãe, resolveu numa só canetada – e para surpresa de ninguém – engavetar todos os pedidos de impeachment contra seus estimados amigos do STF, impedindo que o próximo presidente do Senado desse andamento aos pedidos que já há algum tempo jaziam dentro de suas gavetas.
Maia, porém, foi muito além disso. Eleito ainda no governo Temer, depois que o folclórico Eduardo Cunha teve seu mandato cassado, ele conseguiu se manter numa das cadeiras mais cobiçadas do país – já que o presidente da Câmara é o terceiro na linha sucessória do Planalto – graças à massiva campanha de deputados que compunham a base governista de então, com a promessa de ser um mandato pela “governabilidade” do país.
Com o tempo, porém, ele revelou sua verdadeira face. Foram inúmeras as MP’s editadas pelo governo que ele deixou caducar na sua gaveta. Só pra citar algumas: a da Carteira Verde e Amarela, a do Futebol, a da Carteira Digital Estudantil – e por aí vai. Além disso, ele impediu que beneficiários do Bolsa Família recebessem o 13º e também que o famigerado “Fundo Eleitoral (vulgo Fundão)” fosse direcionado para auxiliar no combate à pandemia de Covid-19. Maia conseguiu se tornar, em pouco tempo, uma das figuras mais nefastas do país – se não for a mais odiada.
Agora, como parte de seu legado, tenta emplacar seu próprio candidato, Baleia Rossi, para ocupar seu lugar. Mas a julgar pelos acontecimentos dos últimos dias, talvez nem isso ele consiga. Além de ter que se aliar à esquerda para angariar votos, contrariando seu voto durante o processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (quem lembra?), ele ainda viu muitos dos deputados de seu próprio partido, o DEM, se bandearem para o lado de Arthur Lira (PP), o preferido do Planalto.
Rodrigo poderia ter se firmado como um dos grandes congressistas do país, ao ser eleito para o mesmo cargo do saudoso Ulisses Guimarães.
Tudo o que ele conseguiu, porém, foi ser odiado por 09 entre 10 brasileiros (senão todos), que não veem a hora dele sair do comando do congresso – e finalmente sentir o “carinho” do povo brasileiro.
Agora Inês é morta, meu caro. Lide com isso.
Lucia Maroni, para Vida Destra, 02/02/2021. Sigam-me no Twitter, vamos debater o tema! @rosadenovembroo
Perfeito! Maia e Alcolumbre foram tarde.
De igual modo q @rosadenovembro escrevi meu art. no Domingo, mas ninguém precisa ter bola de cristal p/apostar num cenário q era certo de acontecer. No 1o. Cap. Tchau querida, Maia não mede consequências. Aqui se faz aqui se paga!
Foi muito tarde! Agora terá que voltar a sua insignificância.
Excelente artigo! Fatos enumerados de uma forma clara e simples. É desse tipo de jornalismo decente que o país precisa.
Excelente artigo!