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Argentina: BC eleva juros a 91% ao ano após país registrar inflação de 104%

Autoridade monetária diz que decisão busca gerar retornos reais positivos para os investimentos em moeda local, bem como atuar para preservar a estabilidade monetária e financeira

O Banco Central da República Argentina (BCRA) informou em comunicado nesta quinta-feira (27) que elevou sua taxa básica de juros em 10 pontos porcentuais, com isso a taxa de juro nominal anual das Letras de Liquidez (Leliq) em 28 dias foi de 81% a 91%.

A nota diz também que, em simultâneo, a fim de apoiar a poupança em pesos, o BCRA elevou a taxa de juros mínima garantida e triplicou o montante tributável sobre os prazos fixos para pessoas físicas, estabelecendo o novo piso em 91% anual para a tributação em 30 dias até 30 milhões de pesos.

Para os demais depósitos em prazo fixo do setor privado, a taxa mínima garantida foi estabelecida em 85,5%, acrescenta o texto.

O BC da Argentina diz que sua decisão busca gerar retornos reais positivos para os investimentos em moeda local, bem como atuar para preservar a estabilidade monetária e financeira.

“O BCRA continuará a monitorar a evolução do nível geral de preços, a dinâmica do mercado financeiro e cambial e dos agregados monetários, com vistas a calibrar sua política de taxas”, diz o comunicado.

Inflação recorde

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) apontou uma inflação de 104,3% em março, na comparação anual. Na comparação com o mês de fevereiro, os preços estavam 7,7% maiores.

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) apontou uma inflação de 104,3% em março, na comparação anual. Na comparação com o mês de fevereiro, os preços estavam 7,7% maiores.

Com a maior taxa nominal do mundo, segundo levantamento da gestora Infinity Asset Management que compila dados das 40 principais economias globais, a Argentina também é o país com os menores juros reais — aqueles que descontam a inflação.

“A inflação elevadíssima da Argentina é resultado da pouca credibilidade que o BC tem com a população e de uma política fiscal muito irresponsável há muitos anos”, afirma  Alberto Bernal, estrategista internacional da Mesa Institucional da XP em Nova York.

“Os salários reais estão caindo, o que implica em um empobrecimento populacional alarmante. A inflação é muito, muito significativa, e os ajustes salariais costumam vir só depois que a inflação se instala. O trabalhador sempre perde seu poder de compra e consumo, e por isso há tanto mal-estar”, avalia.

 

 

*Esta notícia pode ser atualizada a qualquer momento

*Com informações da CNN

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