“Até aí morreu o Neves…”
Você, meu amigo, achará muitas explicações na internet para a frase acima, mas o fato é que, em todas as explicações, descobrirá que ela significa o mesmo, apenas uma frase feita, que significa: “o que você diz não é nenhuma novidade”, “o que você diz já é sabido”.
E, por falar no que você diz não é nenhuma novidade, essa semana saiu a notícia de que os irmãos Batista, Joesley e Wesley, integram a comitiva do Lula à China. O caso não teria nenhum problema, se não fosse o fato de os irmãos Batista estarem envolvidos em escândalos de corrupção nos governos PTistas, e o fato do Joesley ter delatado Lula na Lava Jato.
Em se tratando da volta de um chefe de governo, e de um partido envolvido em mais de um escândalo de corrupção e lavagem de dinheiro — mensalão e petrolão —, nada mais normal do que delator e delatado voltarem a andar de mãos dadas — e até aí morreu o Neves…
Outra notícia da semana passada foi a decisão liminar do ministro Ricardo Lewandowski que suspendeu, no dia 16 de março, trechos da lei das estatais.
Diz o editorial do jornal Estado de São Paulo, conhecido como Estadão:
“Tem horas que o Supremo Tribunal Federal (STF) se esforça por ser parte do problema, e não da solução. Em vez de rejeitar liminarmente uma ação inepta — a Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) 7331, contra a Lei das Estatais (Lei 13.303/2016) —, a Corte, por decisão liminar do ministro Ricardo Lewandowski, suspendeu, no dia 16 de março, trechos da lei. Trata-se de afronta ao Congresso e à Constituição.”
Mas não para por aí.
A decisão monocrática do ministro Ricardo Lewandowski foi dada em pleno julgamento da Adin, e pasmem, durante o pedido de vista — tempo para analisar o caso — do ministro André Mendonça.
Acontece que a decisão do ministro Ricardo Lewandowski interessa muito ao Lula, que indicou o senador do PT, Jean Paul Prates, para a presidência da Petrobras, e sobre isso diz o Blog do Fausto Macedo, no Estadão:
“O julgamento sobre a indicação de políticos para estatais teve mais uma reviravolta no Supremo Tribunal Federal (STF). O novo capítulo passa por uma queda de braço entre os ministros Ricardo Lewandowski e André Mendonça. O tema interessa ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que indicou Lewandowski à Corte e agora, em seu terceiro mandato, vai conduzir um sucessor à vaga a ser aberta com a aposentadoria do ministro até maio.”
Em se tratando de um ministro indicado pelo próprio Lula, para uma corte onde o termo suspeição deixou de existir há muito tempo, o que você acabou de ler não é nenhuma novidade — Até aí morreu o Neves…
Adilson Veiga para Vida Destra, 21 de março de 2023.
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