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Bajule-me ou deixe-me!

Prezados leitores:

Trazemos até vocês mais um excelente artigo do nosso parceiro de conteúdo, o site Ser Conservador. Apreciem!

 

BAJULE-ME OU DEIXE-ME!

 

Por Ana Mendes

 

Já vasculhei demasiadamente, caro leitor, em que ponto da história perdemos nossas raízes, e em que ponto crucial, nos deixamos levar por um sentimentalismo desenfreado e que nos levou a desconsiderar a racionalidade.

Veja bem, quando tratamos de sentimentalismo não falamos de um tipo de problema que surgiu recentemente, estamos falando, por mais curioso que pareça, de algo que surgiu no Jardim do Éden, provocando o Pecado original. Eva, ao ser levada pelas sensações e o seu próprio orgulho, comeu do fruto proibido e abandonou a sua racionalidade, por escolher ser levada pelos seus desejos e não pelo que Deus ordenara.

Os séculos passaram e atualmente, mais do que nunca, a sociedade tem abraçado o sentimentalismo, e o pior, tem o tornado uma qualidade, quando na verdade é um dos nossos piores males. Desde os ensinamentos de Jean-Jacques Rousseau, quando nos trouxe a ideia de uma bondade inerente ao homem e que o mesmo é corrompido pela sociedade em que se encontra, o sentimentalismo é trazido como uma busca incessante do ser humano de demonstrar sua bondade aos outros. Mesmo que dentro de todos, haja o pior dos homens, é requerido que se demonstre uma passividade e bondade polida, a qual, ninguém por si só consegue adquirir ou praticar com veracidade.

Quando vasculhei onde se iniciou a propagação desta ideia de bondade intrínseca em nossa sociedade, lembrei-me de uma análise que li há um tempo atrás, por Theodore Dalrymple, ao explicar sobre a teoria educacional romântica que é utilizada em nossos meios.

Quando analisamos o nosso sistema educacional falho, podemos perceber que o mesmo cresceu baseado na crença da bondade e inocência intrínseca às crianças, assim a forma correta de criar adultos melhores seria o de preservar suas características inerentes, portanto educar corretamente passou a ser impedir a educação.

É ensinado que todas as crianças possuem um talento único, e que todos são de suma importância. Não podemos corrigir as crianças, dizer onde erram e no que devem melhorar, pois segundo a educação romântica estaríamos atrapalhando seu progresso e o rumo natural das coisas. Cecil Grant um dos defensores desse rumo educacional, em “English Education and Dr. Montessori”, afirma:

Nenhuma criança que esteja aprendendo a escrever jamais deveria ouvir que alguma letra está mal feita… Toda criança ou homem burro é fruto do desencorajamento…Dê curso livre à Natureza, e não haverá ninguém burro.

Corrigir as crianças, tanto no âmbito educacional quanto no familiar, tornou-se “arcaico” e cruel. Se as mesmas, desenfreadas pelas suas paixões e vontades recém descobertas erram em alguma ação, os pais e educadores afirmam que a melhor forma de ensina-la é deixa-la livre.

Ora! Mas que pensamento cruel! As crianças são abandonadas pelos que deveriam guia-las, em meio ao borbulhar de suas vontades e aprendem que os seus erros e desejos errôneos são parte de sua personalidade, quando na verdade os mesmos deveriam ser corrigidos. Como até mesmo declarou Pitágoras: “Educai as crianças e não será preciso punir os homens.

E não podemos esquecer, caro leitor, que estas crianças lançadas aos seus próprios desejos, tornam-se adultas. As mesmas criadas por pensamentos falhos tornam-se homens e mulheres fracos, mimados, e levados pelos seus desejos mais profundos. Crescem com a ideia enraizada de que todos devem elogia-la, e que ser corrigida ou ouvir o que não agrade-lhe é cruel e errôneo, nunca negando a sua vontade, o que ela implora do profundo de seu âmago. E por crescerem crentes na sua bondade e seus talentos únicos, acreditam que detém o poder nas mãos, de decidir o que pode ou não ser dito através de um covarde politicamente correto, quando a verdade por característica inerente tende a ferir o seu orgulho.

A geração baseada no “bajule-me ou deixe-me”, que através de um politicamente correto dotado de um grande cunho emocional, tende a calar seus opositores através da censura politizada.

E se você, caro leitor que chegou até aqui, pergunta-se como fugir do sentimentalismo e de seus defensores, peço-lhe:

Carregue firme seus ideais e pensamentos, seja sempre sua palavra sim, sim ou não, não. Jamais isente-se de suas responsabilidades morais. Em tempo algum assista com passividade outros cortarem a tua liberdade em nome de uma falsa paz.

O sentimentalismo é o progenitor, o avô e a parteira da brutalidade.” – Theodore Dalrymple

 

 

Ser Conservador para o Vida Destra, 22/02/2021.                                                  Visitem o nosso site: serconservador.com.br                                                           Sigam-nos no Twitter: @conservador_ser

 

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