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Brasileiro e sua – eterna – síndrome de vira-lata

Nessas últimas semanas, duas competições aconteceram quase que simultaneamente na América do Sul e no Velho Continente: a Copa América e a Eurocopa. Os dois torneios, coincidentemente, também terminam essa semana. Mas a diferença entre os dois é gritante: a começar pelo número de seleções – 24 lá e 10 aqui – ; o nível de futebol apresentado e o fato de que, na Europa, os estádios já tem torcida.

Enquanto isso, por aqui, além de estarem vazios por conta da pandemia, os países sede – Colômbia e Argentina – já haviam desistido do torneio por questões políticas. O Brasil acabou se prontificando em ser sua sede, atendendo a um pedido da Conmebol.

Mas por quê eu resolvi contar isso? Simples. O grande Nelson Rodrigues dizia que brasileiro sofre da “síndrome de vira-lata”. Tendo a concordar integralmente com o mestre, já que o Brasil de hoje, como escrevi no meu último artigo, virou um imenso picadeiro. Chega a ser cômico como os brasileiros tentam, em tudo, se moldar ao padrão europeu /americano.

Se a tentativa é válida? Sim, é até louvável. Condições pra isso temos, e de sobra. Felizmente o país é muito rico não só no seu ecossistema, mas também em terras cultiváveis e em tecnologia. Também temos a boa fama de ser o povo mais acolhedor do mundo; que recebe muito bem quem chega por aqui.

O problema reside em quem comanda os destinos da nação. Por melhores que sejam as intenções do presidente da República e de alguns de seus ministros, ainda assim o estado é extremamente aparelhado. A classe política, em sua imensa maioria, se comporta como ratos dentro de uma casa vazia. Isso sem contar que temos o famoso “jeitinho brasileiro”, tão conhecido por quem quer levar vantagem em tudo.

E como se não bastasse, temos uma geração que, além de ser extremamente mimada, foi completamente doutrinada pelos anos em que a esquerda comandou o país. É possível consertar o estrago? Talvez. Mas certamente, serão décadas pra conseguir mudar esse cenário. Enquanto isso não acontece, vemos nossas melhores cabeças irem embora –  algumas só com passagem de ida – e muitos brasileiros perdendo a esperança ou mesmo a vontade de lutar diante de tanto autoritarismo daqueles que teimam em silenciar vozes dissonantes.

Resta saber se ainda teremos bom ânimo pra mudar esse jogo. E, como disse o folclórico e polêmico ex-deputado federal Eduardo Cunha, “Que Deus tenha misericórdia dessa nação”.

 

 

Lucia Maroni, para Vida Destra, 09/07/2021.                                                              Sigam-me no Twitter, vamos debater o tema! @rosadenovembroo

 

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2 COMMENTS

  1. Engraçado @rosadenovembroo que quando um grande filósofo, como Olavo de Carvalho, retorna ao Brasil para se tratar, esta geração de jovens mete o pau, sem ter lido ao menos um livro do guru.

  2. Seu comentário procede, o gancho rodriguiano é recorrente qdo se busca explicar o Brasil. Mas vc poderia ter se estendido por pelo mais uns 3 parágrafos, ficou raso. Força na proxina vez.

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Jornalista desde 2013, formada pela Puccamp (Pontifícia Universidade Católica de Campinas)