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Campos Neto: “Independência do Banco Central é crucial para a economia”

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta sexta-feira em Londres que a independência do banco é crucial para a economia do país , à medida que aumenta a pressão política para que ele reduza os custos de empréstimos.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e outros membros do governo vem pressionando o BC a reduzir as taxas de juros de referência, que estão em 13,75%, a maior alta em seis anos. Mas Neto, falando na Conferência Lide Brasil, em Londres, defendeu as ações do banco.

“O que fazemos é por razões técnicas, não políticas”, disse Campos Neto, acrescentando que baixar os juros “só funciona no crédito se houver credibilidade”.

“Antigamente cortávamos os juros e, em vez de aumentar o crédito, ele caía, porque não havia credibilidade para fazer esse movimento”, disse.

Campos Neto também afirmou não acreditar que a inflação esteja sendo impulsionada por restrições de oferta, defendendo os juros altos e as metas técnicas que o banco está usando para determinar suas ações.

O Brasil tem uma meta de inflação de 3,25% para 2023, que será reduzida para 3% em 2024, mas os preços ao consumidor atingiram 4,65% nos 12 meses até março. A próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) acontece nos dias 2 e 3 de maio.

Campos Neto disse que o Banco Central brasileiro fez a maior alta de juros da história mundial em período eleitoral, o que “mostra que o Banco Central é bastante independente”.

“Fomos muito independentes durante o processo eleitoral (presidencial). Se não tivéssemos aumentado os juros durante as eleições, a inflação seria maior”, defendeu.

Pouco antes de Campos Neto falar na conferência de Londres, o líder do Senado, Rodrigo Pacheco, criticou abertamente as altas taxas de juros durante o mesmo evento, argumentando que os índices estavam prejudicando o crescimento.

“Tenho certeza de que o Banco Central terá muita capacidade de reduzir os juros”, disse Pacheco.

Campos Neto afirmou ainda não achar que a independência do banco esteja ameaçada e acrescentou: “O debate sobre taxas de juros é uma coisa normal. Precisamos melhorar a comunicação do que fazemos, como tomamos decisões”.

Lula, no início deste mês, sugeriu uma possível mudança da meta de inflação, chamando os altos custos de empréstimos no país de “inexplicáveis”.

O timing do banco central é técnico e diferente do timing político. O custo de combater a inflação é alto, mas o custo de não combatê-la é muito maior”, justificou Campos Neto.

 

 

*Esta notícia pode ser atualizada a qualquer momento

*Com informações da Reuters e Investing

 

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